A frase que mais simbolizou a popularidade do presidente Lula foi de Barack Obama: "Esse é o cara", disse o presidente dos Estados Unidos a outros líderes durante um evento. No Brasil, ele se despediu com 83% de aprovação, de acordo com a última pesquisa Datafolha. Agora, faltando poucos dias para deixar o poder e entrar para a história, Lula vira especial no SRZD, que contará grandes momentos desde sua posse, em 2003.
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A vida que se mistura a um filme
A história parece o roteiro de um filme e foi: "Lula, o filho do Brasil" retrata a vida de um dos presidentes mais populares que o país já teve até hoje. Com um poder aquisitivo limitado, o metalúrgico conseguiu chegar à Presidência da República mesmo com vários contras. Apesar dos escândalos, termina os oito anos de seus dois mandatos com uma popularidade altíssima e boa aceitação de seu governo na avaliação da população. Para o cientista político da UFF (Universidade Federal Fluminense) Eurico Figueiredo, o motivo do sucesso não é apenas o estilo "povão" de Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim os trabalhos desenvolvidos nas esferas sociais, políticas, econômicas e culturais.
"A popularidade não vem gratuitamente, vem de uma avaliação que a população faz. Isso é reflexo de políticas internas e externas (mais internas que externas) que ele foi capaz de desenvolver durante o governo dele", disse Eurico.
A última pesquisa Datafolha sobre a popularidade de Lula mostrou que ele tem 83% de aceitação da população brasileira, o que significa maioria absoluta. Apenas 4% disseram não ter gostado da gestão Lula. Mais de 11 mil pessoas foram ouvidas entre os dias 17 e 19 de novembro de 2010.
"O Lula teve dificuldades nos dois primeiros anos de seu governo porque pegou o país em crise, mas depois se saiu muito bem. Economicamente falando, no último ano de seu governo o Brasil vai crescer de 6 a 8%, muito acima da média dos outros países e um resultado excepcional. Socialmente, todos os indicativos sociais melhoraram. Falo não apenas do bolsa-família, mas de questões básicas como infraestrutura, luz, água e esgoto", disse Eurico, que completou: "na educação, ele criou vários programas para que pessoas que não poderiam fazer uma faculdade pudessem estudar, além de ter criado cerca de 17 novas universidades".
O jeito "popular" de Luiz Inácio Lula da Silva rompeu fronteiras e o presidente foi considerado por Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, "o cara". Como se não bastasse isso, conseguiu transferir muitos votos para sua candidata à sucessão na Presidência, Dilma Rousseff, eleita no final de outubro.
"Ele foi capaz de transformar milhares de votos para ela. Ao indicar Dilma, ele mostra que não confia em ninguém do seu partido e põe uma executiva que ele vai poder ajudar nas questões do governo", explicou Eurico.
História que se confunde com a de muitos brasileiros foi uma das vantagens de Lula
A história de vida de Lula, parecida com a de muitos outros brasileiros, certamente ajudou na popularização dele, mas segundo o cientista político, "ele não foi eleito e aceito apenas pela classe 'povão'". A chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder "foi a demonstração de que a República existe. Se você tem mérito, você chega lá", afirmou Eurico.
Depois de oito anos trabalhando pelo Brasil, Lula entrou para a história do país como um presidente do povo, e Eurico o coloca ao lado de dois grandes "populistas" que já passaram pela Presidência da República: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.
"Historicamente não dá para medir se Lula foi o presidente mais popular que o Brasil teve até hoje, mas com certeza ele está no mesmo hall de Getúlio e Juscelino", complementou.
No vídeo abaixo, Lula fala sobre preconceitos que, segundo ele, enfrentou para chegar até a Presidência. Foi um dos discursos mais enfáticos de sua gestão, realizado no dia 24 de agosto deste ano, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Confira.
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