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terça-feira, 4 de abril de 2017

Evolucionismo versus Criacionismo

Evolucionismo versus Criacionismo 
Em 2009 a comunidade científica comemorou o bicentenário do nascimento de Charles Robert Darwin (12/02/1809-19/04/1882), e o sesquicentenário da primeira edição de seu livro A origem das espécies, ocorrida em 24 de novembro de 1859. Por causa dessas efemérides, voltam à baila os debates em torno do criacionismo e do evolucionismo, as duas principais teorias sobre a criação do universo.

O criacionismo, embasado na Gênese bíblica, sustenta que, cerca de quatro mil anos antes da era cristã, Deus criou o mundo em seis dias, na seguinte ordem: a luz (primeiro dia); o firmamento (segundo dia); a terra, as plantas, as ervas e as árvores frutíferas (terceiro dia); o Sol, a Lua e as estrelas (quarto dia); os animais marinhos e as aves (quinto dia); os animais domésticos, os répteis, os animais selvagens, o homem e a mulher (sexto dia). E, havendo Deus terminado a criação, no sétimo dia descansou de sua obra.

Está escrito no Gênesis, primeiro livro do Velho Testamento, que:
·         “(...) Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, e todas as aves aladas, segundo as suas espécies” (1:21)
·         “Deus disse: ‘Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies’” (1:24)
·         “Deus, a seguir, disse: ‘Façamos o homem à Nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra’ ”(1:26).
Para quem não se lembre, Darwin foi um naturalista inglês que, em meados do século XIX, revolucionou a Biologia, dando consistência científica à tese, em si instigante, de que as diferentes espécies de seres vivos não teriam sido criadas tais como se apresentam atualmente. Elas descenderiam, por processo evolutivo, de espécies que as antecederam. Os trabalhos, os argumentos e as conclusões de Darwin a este respeito constam principalmente do seu livro “A Origem das Espécies Através de Meios Naturais de Seleção ou A Conservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida”, de 1859, ou simplesmente, como ficou mais conhecido, “A Origem das Espécies”.
Charles Darwin ofereceu uma alternativa ao bíblico da criação. Observando plantas e animais numa viagem de cinco anos ao redor do mundo, principalmente no arquipélago de Galápagos, no Equador, ele concluiu que a evolução explica a diversidade dos seres vivos, tendo como base a chamada seleção natural, teoria segundo a qual os integrantes das diferentes espécies competem reciprocamente na luta pela vida, saindo vencedor aquele que apresentar qualquer variação de habilidade mais vantajosa. Em suma, os mais fracos perecem e os mais aptos sobrevivem, legando à sua descendência as variações benéficas. No tocante à origem do homem, os evolucionistas sustentam que a transição entre o reino animal e a espécie humana foi feita através dos primatas e dos homens pré-históricos. Estão de acordo em que o homem e a família dos macacos se separaram a partir de um antepassado comum
A idéia não era original. Lamarck (Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet) havia publicado em 1809 a “A Filosofia Zoológica”, em que “expõe pela primeira vez a teoria da evolução orgânica”. Darwin, porém, aprofundou a questão e, apoiando-se em dados concretos obtidos em pesquisas de campo, afirmou que os mecanismos subjacentes ao evolucionismo orgânico consistiam na seleção natural e na sobrevivência dos mais aptos, do ponto de vista biológico.
Segundo Lamarck, o que explicava a evolução das espécies era a hereditariedade dos caracteres adquiridos, mecanismo não mais aceito pela Ciência. Dizia, por exemplo, que as girafas, de tanto se esforçarem para “colher” as folhas nas grimpas das árvores, acabavam com o pescoço longo, transmitindo essa mudança somática aos descendentes.
Por justiça e como curiosidade histórica, é preciso esclarecer que, simultaneamente a Darwin e de forma independente, outro naturalista inglês, Alfred Russel Wallace, chegava a conclusões semelhantes. Tanto assim que, em 1858, um ano antes da publicação de “A Origem das Espécies”, em reunião da “Linean Society”, foram expostos, em conjunto, um resumo das teorias de Darwin e um ensaio de Russel Wallace sobre evolução das espécies.
As idéias evolucionistas e, particularmente, as teorias de Darwin, abordadas em “A Origem das Espécies”, encontraram ferrenha oposição em grande parcela do meio científico, na mídia e sobretudo por parte da Igreja, instituição sempre zelosa na defesa dos seus dogmas e princípios, que vislumbrou, com preocupação, na hipótese evolucionista, um antagonista importante da cosmologia constante das escrituras sagradas.
O Espiritismo é nitidamente evolucionista. Na lúcida visão de Léon Denis, “não sendo a vida mais que uma manifestação do espírito, traduzida pelo movimento, essas duas formas de evolução são paralelas e solidárias. A alma elabora-se no seio dos organismos rudimentares. No animal está apenas em estado embrionário; no homem, adquire o conhecimento, e não mais pode retrogradar. Porém, em todos os graus ela se prepara e conforma o seu invólucro. As formas sucessivas que reveste são a expressão do seu valor próprio. A situação que ocupa na escala dos seres está em relação direta com o seu estado de adiantamento” (Depois da morte). Em outras palavras, “a alma dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem”.
Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará. (A Gênese, Cap I, 55). O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente. Ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Igreja proíbe o uso de desodorante roll on por simular forma do pênis

Em recente pregação televisiva o Apóstolo Valdemiro Santiago condenou o uso do desodorante em formato roll on. De acordo com sua orientação teológica o formato destes desodorantes simulam a forma de um pênis e tal fato poderia desencaminhar as fiéis para o caminho da satisfação sexual solitária.
O apóstolo chegou a comentar que nos plantões dos hospitais não são raros os casos de mulheres e homens que dão entrada com objetos inusitados ‘agarrados’ em suas regiões íntimas. Para Valdemiro “o inimigo tem suas artimanhas pra levar o irmão e a irmã pro pecado. Quem tá no ‘araçá’ pode usar qualquer ‘trem’ pra tentar gozar”.
Durante o culto realizado no último domingo (18/08/13) o pastor pediu aos telespectadores que evitassem o uso deste formato de desodorante e que se tivessem que escolher entre a ‘fedentina’ e o ‘desodorante rolão’ seria melhor o cheiro do suor, pois o mesmo é sagrado.
- See more at: http://www.jfmidia.com/2013/08/igreja-proibe-o-uso-de-desodorante-roll.html#sthash.xSU4JaNa.dpuf


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A Criação

A CRIAÇÃO
Ruy Freitas

A tradição judaico-cristã-muçulmana localiza num tempo recente e finito a criação, a partir da intervenção direta de Deus. Santo Agostinho aceita a data aproximada de 5000 anos antes de Cristo. Outro aspecto é que Deus teria criado o universo pronto e completo. A Terra seria seu centro e único repositório da vida. Todo o restante do infinito seria algo estéril, talvez apenas para a contemplação do homem, ponto mais alto da criação.

Acreditavam os antigos que a abóbada celeste seria algo sólido (daí firmamento). Vem de tal equívoco a descrição no livro Gênesis (Gên 1:6. “Deus disse: ‘Haja um firmamento no meio das águas e que ele separe as águas das águas’, e assim se fez”.). Outro dos grandes equívocos, que perdurou até o século XVI, foi a crença na imobilidade da Terra, em cujo redor giraria o universo, inclusive o sol. Em Josué 10:13, está escrito que “o sol se deteve no meio do céu, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos.” Galileu, que era concordava com Copérnico, quanto ao heliocentrismo, foi obrigado a retratar-se perante a Igreja Católica, mas continuava afirmando, referindo-se ao globo terrestre, que eppur si muove.

Mas, desde a antigüidade, houve a dúvida a respeito de ter ou não havido um momentum da criação. Com um mínimo de raciocínio, sempre nos assaltou a dúvida a respeito do que Deus estaria fazendo antes de criar o universo. Aristóteles acreditava que o mundo e a raça humana sempre tinham existido e que, periodicamente, dilúvios e outros desastres devolviam a humanidade ao estado de barbárie. Assim, não teria havido criação, mas sim um número incomensurável de gerações de civilizações.

Mas tudo isso provém de uma visão ainda extremamente limitada do universo, que atribuía ao insignificante planeta Terra uma importância absurdamente grande. É interessante notar que, mesmo no século XX, nossa capacidade de abstração a esse respeito ainda era tão limitada que mesmo os principais autores de ficção científica, só a partir dos anos 1950, conseguiram “afastar-se” do minúsculo punhado de poeira que é nosso sistema solar.

Sabemos hoje que a nossa Via Láctea, mesmo contendo 200 bilhões de estrelas (a codificação espírita fala de 50 milhões), é apenas uma no meio de uma quantidade inimaginável de galáxias no infinito. Por outro lado, já em 1929, Edwin Hubble havia observado que, para onde quer que se “olhasse”, as galáxias estão se afastando rapidamente da nossa (ou umas das outras). Esta foi a descoberta que trouxe para o domínio da ciência a questão do começo do universo. Tentar imaginar a distância percorrida pelas galáxias que se distanciam é mais do que estonteante.  Dentro da nossa Via Láctea, a estrela mais próxima de nós está a 75,7 trilhões de quilômetros.

Ora, se o universo está em expansão, quer dizer que, recuando no tempo algo como vinte bilhões de anos (mera abstração, porque ano é uma medida terrena e então a Terra ainda não existia), encontraremos o universo compacto, infinitamente pequeno e infinitamente denso. Este seria o momento do Big Bang. Já há cientistas que admitem ciclos de expansão e contração do universo, numa repetição eterna a cada vinte ou sabe-se lá quantos bilhões de “anos”. De qualquer forma, cientistas da física falam do Big Bang como o princípio do universo e do Big Crunch como seu fim. O que já se sabe é que, mesmo estando o universo em expansão, existem os buracos negros, que atraem toda a matéria em redor de si, inclusive a luz, que não consegue escapar-lhe à inimaginável força gravitacional.

É claro que, quando falamos de tais medidas, só podemos abstrair. Li não me lembro onde que um professor de física assim respondeu a um aluno que insistia quanto a um conceito de eternidade: “Imagine que a Terra seja uma esfera de bronze e que uma andorinha passe voando, a cada dois mil anos, e roce a sua superfície com uma das asas. Quando o globo terrestre estiver totalmente desintegrado pela fricção das penas da andorinha, estará começando a eternidade.”

Mas, falando de tempo e de espaço, convém lembrar que, antes da teoria geral da relatividade, de Albert Einstein, as coisas nos pareciam mais simples. Tempo e espaço eram consideradas dimensões absolutas. O universo nos parecia determinístico e de mecânica totalmente explicada pela gravitação dos corpos. Aí passamos a saber que espaço e tempo são quantidades dinâmicas e não apenas afetam, mas também são afetados por tudo o que ocorre no universo. Assim, diz-nos Stephen Hawkins, que “não se pode falar de eventos no universo sem as noções de espaço e tempo” (...) e acrescenta que, “na relatividade geral, torna-se sem sentido falar de espaço e tempo fora dos limites do universo.”

Também foi no início do século XX que se descobriu que o átomo (do grego a + tomos = sem divisão) é afinal de contas composto de partículas. Atualmente, além dos “tradicionais” Elétron, Próton e Nêutron, já são conhecidos Quark, Pósitron, Antipróton,
Antinêutron, Fóton, Gráviton, Méson, Híperon e Neutrino. Afinal de contas, quais são as partículas elementares?

A mecânica quântica (a partir dos estudos de Max Planck) nos diz que todas as partículas são na verdade ondas. Assim, há partículas que não podem ser identificadas, mas é sabido que existem, porque têm efeitos mensuráveis, a partir do spin, propriedade comum a todas as partículas, porém variável de partícula para partícula.

Só a título de informação, já se sabe também que toda partícula que constitui a matéria tem uma partícula complementar de antimatéria, com a mesma massa e carga elétrica oposta. No entanto, o universo observável é claramente feito de matéria, e não de antimatéria. Com efeito, uma partícula e uma anti-partícula em contato se autodestruiriam mutuamente, numa liberação incomensurável de energia.

O fluido cósmico é descrito no livro dos espíritos como uma matéria primeva, o que de certa forma antecipa a física quântica. Contudo, a descrição na Gênese, na Codificação Espírita, fala de uma matéria cósmica primitiva, esparsa em todo o infinito, de onde teriam, através de um processo de condensação, sido formados os diversos corpos celestes. Também não parece coincidir com os avanços da física moderna a idéia de espaço e tempo como dimensões absolutas. Por outro lado, ali se afirma que “uma única lei, primordial e geral, foi outorgada ao universo, para assegurar-lhe eternamente a estabilidade”, o que conflita com a teoria dos ciclos de expansão e contração do universo. De qualquer forma, o espírito que ditou as explicações ao codificador salientou que, embora tendo acesso a mais informações do que a população encarnada de então, também se reconhecia ignorante ante a grandiosidade do tema.

Na Gênese espírita, VI, 14, está dito que “existindo, por sua natureza, desde a eternidade, Deus criou desde toda eternidade e não poderia ser de outro modo, visto que, por mais longíngua que seja a época a que recuemos, pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade.”

Finalmente, lembremos que está dito, na codificação espírita, que: “o Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente”; (...) ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. (...) “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”
 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

O LEGADO DE DOM HELDER CAMARA

Frei Betto

O arcebispo Dom Helder Camara (1909-1999) é figura singular na história da Igreja Católica no Brasil. Diminuto, magérrimo, poucos o superavam em oratória: adornava as ideias com gestos efusivos e um senso de humor incomum ao se tratar de bispos. Por onde andasse, lotava auditórios: Paris, Nova York, Roma... Entre os anos de 1960-80, apenas dois brasileiros gozavam de ampla popularidade no exterior: Pelé e Dom Helder.
 Tamanho o carisma dele que, em 1971, em Paris, convidado a falar num salão capaz de comportar 2 mil pessoas, tiveram que transferi-lo para o Palácio de Esportes, que abriga 12 mil.
Hábitos simples
Conheci-o em 1962, ao chegar ao Rio, vindo de Minas, para integrar a direção nacional da JEC (Juventude Estudantil Católica). Dom Helder era bispo-auxiliar da arquidiocese carioca e responsável pela Ação Católica. Vivia de seu salário como assessor técnico (aprovado em concurso público) do Ministério da Educação, morava modestamente, almoçava em botequim – ou melhor, beliscava, pois a vida toda comeu como passarinho – e subia as favelas como quem se sente em casa, sempre trajando batina, hábito mantido por toda a vida, mesmo quando o Concílio Vaticano II (1962-1965) permitiu aos clérigos saírem à rua em trajes civis.
Desde seus tempos de seminarista em Fortaleza – nascera em Messejana, hoje bairro da capital cearense – Dom Helder cultivava hábitos incomuns: deitava-se por volta das dez ou onze da noite, levantava-se às duas da madrugada, trocava a cama por uma cadeira de balanço, na qual orava, meditava, lia e escrevia cartas e poemas. Todos os seus livros foram concebidos naquele momento de “vigília”, como dizia. Às quatro retornava ao leito, dormia por mais uma hora para, em seguida, celebrar missa e iniciar seu dia de trabalho.
 Com frequência Dom Helder visitava a “república” das Laranjeiras, onde se amontoavam os estudantes dirigentes da JEC e da JUC (Juventude Universitária Católica). Betinho (Herbert Jose de Souza) e José Serra, líderes estudantis, encontravam ali hospedagem garantida ao vir de Minas ou São Paulo.
 Era Dom Helder quem nos assegurava, graças a seus relacionamentos em todas as camadas sociais, passagens aéreas pelo Brasil, bolsas de estudos, e até alimentação. Na época, o governo dos EUA, preocupado com a ameaça comunista na América Latina (sobretudo após a vitória da Revolução Cubana), lançara a campanha “Aliança para o Progresso”, que consistia, basicamente, em remeter alimentos às famílias miseráveis.
 Para socorrer-nos da penúria na “república”, Dom Helder, responsável pela distribuição dos donativos, nos enviava caixas de papelão contendo o que denominávamos “leite da Jaqueline” e “queijo do Kennedy”. Como os produtos ficavam meses no porto, sujeitos ao calor carioca, vários de nós tivemos problemas de saúde por ingeri-los.
Senso de oportunidade
O maior sonho de Dom Helder era a erradicação da miséria no mundo. Sonhava com o ano 2000 sem fome. Ainda no Rio, criou o Banco da Providência e a Cruzada São Sebastião, no intuito de pôr fim às favelas. Graças a doações, edificou no Leblon um conjunto de prédios, para cujos apartamentos transferiu famílias de uma favela próxima. Não deu certo. Sem recursos para pagar os impostos (luz, água, telefone...), os moradores passaram a sublocar os domicílios e a obter renda graças à venda de torneiras, pias e outras peças do imóvel. 
 Para angariar recursos a suas obras, Dom Helder não titubeava em comparecer a programas de auditório de grande audiência televisiva. Certa ocasião foi convidado por um apresentador para sortear prendas expostas no palco e vistas por todos, exceto pela pessoa trancada numa cabine opaca. Calhou de ser um desempregado. “Seu Joaquim, o senhor troca isto por aquilo?” E sem nomear o objeto, Dom Helder apontava um liquidificador e, em seguida, um carro. Seu Joaquim respondia “sim” e toda a platéia vibrava. Em seguida, Dom Helder indagou se trocava o carro por um abridor de latas. O homem topou. E não mais arredou pé, cismou que escolhera a melhor prenda. Ao sair da cabine, recebeu dos patrocinadores, decepcionado, o abridor. E Dom Helder mereceu um polpudo cheque. O arcebispo não teve dúvidas: “Seu Joaquim, o senhor troca este cheque pelo abridor?
 No dia seguinte, no Palácio São Joaquim, onde funcionava a cúria do Rio, criticamos Dom Helder por ter aberto mão de um recurso que poderia reforçar suas obras sociais. Ele justificou-se: “Perdi o cheque, ganhei em publicidade. Esperem para ver quanto dinheiro vou angariar.”
Visão empreendedora
Homem carismático, dotado de forte espírito gregário, era difícil alguém – incluído quem o criticava – não se deixar envolver pela energia que dele emanava no contato pessoal. JK quis que se candidatasse a prefeito do Rio. Dom Helder jamais aceitou meter-se em política partidária; bastava-lhe, como lição, o erro de juventude, quando demonstrou simpatia pelos integralistas.
 Por sua iniciativa, foram fundados, em 1955, o CELAM – Conselho Episcopal Latino-Americano -, que congrega e representa os bispos do nosso Continente, e a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pólo articulador dos prelados de nosso país, do qual ele foi o primeiro secretário-geral.
Bispo vermelho
 Numa época em que não havia Igreja progressista nem Teologia da Libertação, Dom Helder, graças à sua sensibilidade social e sua opção pelos pobres, era tido por comunista, difamação acentuada após a implantação da ditadura militar no Brasil, em 1964. Costumava comentar: “Se defendo os pobres, me chamam de cristão; se denuncio as causas da pobreza, me acusam de comunista”. 
 Nomeado arcebispo de São Luís (MA) no mesmo mês do golpe, antes de tomar posse o papa Paulo VI o transferiu para Olinda e Recife, onde permaneceu até morrer.
 Em 1972 o nome de Dom Helder despontou como forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Há fortes indícios de que não foi laureado por duas razões: primeiro, pressão do governo Médici. A ditadura se veria fortemente abalada em sua imagem exterior caso ele fosse premiado. Mesmo dentro do Brasil Dom Helder era considerado persona non grata. Censurado, nada do que o “arcebispo vermelho” falava era reproduzido ou noticiado pela mídia de nosso país.
 A outra razão: ciúmes da Cúria Romana. Esta considerava uma indelicadeza, por parte da comissão norueguesa do Nobel da Paz, conceder a um bispo do Terceiro Mundo um prêmio que deveria, primeiro, ser dado ao papa...
 No Recife, Dom Helder lançou a Operação Esperança: promoveu reforma agrária nas terras da arquidiocese; passou a visitar favelas, mocambos e bairros pobres; estreitou laços com artistas, universitários e intelectuais.
 Graças ao seu poder de articulação e carisma profético, em 1973 bispos e superiores religiosos do Nordeste fizeram ecoar a primeira denúncia cabal à ditadura feita por católicos: o manifesto “Ouvi os clamores de meu povo”. O documento, recolhido pela repressão, foi divulgado através de edições clandestinas mimeografadas.
Homem de fé
Um dia, o governo militar, preocupado com a segurança do arcebispo de Olinda e Recife, temendo que algo acontecesse a ele – um atentado ou “acidente” - e a culpa recaísse sobre o Planalto, enviou delegados da Polícia Federal para lhe oferecer um mínimo de proteção. Disseram-lhe: “Dom Helder, o governo teme que algum maluco o ameace e a culpa recaia sobre o regime militar. Estamos aqui para lhe oferecer segurança”.
 Dom Helder reagiu: “Não preciso de vocês, já tenho quem cuide de minha segurança”. “Mas, Dom Helder, o senhor não pode ter um esquema privado. Todos que dispõem de serviço de segurança precisam registrá-lo na Polícia Federal. Esta equipe precisa ser de nosso conhecimento, inclusive devido ao porte de armas. O senhor precisa nos dizer quem são as pessoas que cuidam da sua segurança.”
 Dom Helder retrucou: “Podem anotar os nomes: são três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”
 Dom Helder morava numa casa modesta ao lado da igreja das Fronteiras, no Recife. Frequentemente, as pessoas que tocavam a campainha eram atendidas pelo próprio arcebispo. Certa noite, a polícia fez batida numa favela da capital pernambucana, em busca do chefe do tráfico de drogas. Confundiu um operário com o homem procurado. Levou-o para a delegacia e passou a torturá-lo.
 Pela lógica policial, se o preso apanha e não fala é porque é importante, treinado para guardar segredos. Vizinhos e a família, desesperados, ficaram em volta da delegacia ouvindo os gritos do homem. Até que alguém sugeriu à esposa do operário recorrer a Dom Helder.
  A mulher bateu na igreja das Fronteiras: “Dom Helder, pelo amor de Deus, vem comigo, lá na delegacia do bairro estão matando meu marido a pancadas.” O prelado a acompanhou. Ao chegar lá, o delegado ficou assustadíssimo: “Eminência, a que devo a honra de sua visita a esta hora da noite?”
 Dom Helder explicou: “Doutor, vim aqui porque há um equívoco. Os senhores prenderam meu irmão por engano.” “Seu irmão?!” É, fulano de tal – deu o nome – é meu irmão”. “Mas, Dom Helder – reagiu o delegado perplexo -, o senhor me desculpe, mas como podia adivinhar que é seu irmão. Os senhores são tão diferentes!”
 Dom Helder se aproximou do ouvido do policial e sussurrou: “É que somos irmãos só por parte de Pai”. “Ah, entendi, entendi.” E liberou o homem.
 De fato, irmãos no mesmo Pai.
Perseguições e direitos humanos
Durante o regime militar, Dom Helder moveu intensa campanha no exterior de denúncia de violações dos direitos humanos. O governador de São Paulo, Abreu Sodré, tentou criminalizá-lo. Alegava ter provas de que Dom Helder era financiado por Cuba e Moscou. Alguns bispos ficavam sem saber como agir, como foi o caso do cardeal de São Paulo, Dom Agnelo Rossi, amigo do governador e de Dom Helder. Não foi capaz de tomar uma posição firme na contenda. Mais tarde a denúncia caiu no vazio, não havia provas, apenas recortes de jornais.
 Incomodava ao governo ver desmoralizada, pelo discurso de Dom Helder, a imagem que ele queria projetar do Brasil no exterior, negando torturas e assassinatos. Dom Helder ressaltava que, se o governo brasileiro quisesse provar que ele mentia, então abrisse as portas do país para que comissões internacionais de direitos humanos viessem investigar, como havia feito a ditadura da Grécia.
 Se hoje, na Igreja, se fala de direitos humanos, especificamente na Igreja do Brasil, que tem uma pauta exemplar de defesa desses direitos, apesar de todas as contradições, isso se deve ao trabalho de Dom Helder. Nenhum episcopado do mundo tem agenda semelhante à da CNBB na defesa dos direitos humanos. A começar pelos temas anuais da Campanha da Fraternidade: idoso, deficiente, criança, índio, vida, segurança etc.  Neste ano de 2010, economia. Isso é realmente um marco, algo já sedimentado. Também as Semanas Sociais, que as dioceses, todos os anos, promovem pelo Brasil afora, favorecem a articulação entre fé e política, sem ceder ao fundamentalismo.
 A Igreja Católica e o Brasil devem muito a Dom Helder Câmara, que desclandestinizou a pobreza existente em nosso país e induziu poder público e cristãos a encarar com seriedade os direitos dos pobres à vida digna e feliz. O profeta nascido em Messejana foi, sim, um autêntico discípulo de Jesus Cristo.




segunda-feira, 16 de maio de 2016

Irmã Teresa, a freira mais radical do mundo, sacode a Espanha

Irmã Teresa Forcades
O mosteiro de St. Benet está entre os mais belos e tranquilos lugares. Para chegar lá, você precisa rumar pelas paisagens lindas da montanha sagrada de Montserrat.

A irmã Teresa Forcades, estrela improvável de programas de entrevistas, do Twitter e do Facebook, tem tido dificuldade em parar de pregar. Tão grande é a demanda por seu tempo e sua bênção que o email de seu secretário aqui no mosteiro sempre retorna uma resposta automática de que a caixa de entrada está cheia.

Irmã Teresa tem seu próprio canal no YouTube
Irmã Teresa parece sempre estar em pelo menos dois lugares ao mesmo tempo. Ela tem os olhos brilhantes, é confiante, quase alegre. Sua inglês perfeito – aprimorado nos anos que estudou na Universidade de Harvard – parece de alguma forma fora de lugar nos claustros humildes deste local sereno.

Não há nenhum político parecido com ela. Ela nunca está sem o hábito de freira e diz que tudo que faz vem de uma profunda fé cristã e devoção. No entanto, tem sido crítica da Igreja e dos homens que a dirigem.

Os seguidores de seu movimento, Proces Constituint, com aproximadamente 50 mil catalães, são principalmente esquerdistas não-crentes. Ela não quer um cargo e diz que não vai criar um partido político, mas é inegavelmente uma figura política em uma missão – derrubar o capitalismo internacional e alterar o mapa de Espanha.

Seu programa de 10 pontos, elaborado com o economista Arcadi Oliveres, pede:

• A estatização de todos os bancos e medidas para coibir a especulação financeira

• O fim de cortes de empregos, salários mais justos e pensões, menos horas de trabalho e pagamentos para os pais que ficam em casa

• Uma “democracia participativa” genuína e medidas para coibir a corrupção política

• Habitação decente para todos e um fim a todas as execuções de hipotecas

• A reversão de cortes de gastos públicos e renacionalização de todos os serviços públicos

• Direito de um indivíduo ser dono de seu próprio corpo, incluindo o direito da mulher de decidir sobre o aborto

• Políticas econômicas “verdes” e a nacionalização das empresas de energia

• O fim da xenofobia e a revogação das leis de imigração

• Meios de comunicação públicos sob controle democrático, incluindo a internet

• “Solidariedade” internacional, sair da Otan e a abolição das forças armadas em uma futura Catalunha livre

Com um talento natural para falar em público, e mente afiada de uma militante, ela não teria superado a vida monástica? Suas irmãs não estariam cansadas das visitas constantes, eu me pergunto?

Ela interrompe a nossa primeira entrevista para cumprimentar uma delegação de ativistas pela independência da Catalunha, que vieram prestar homenagem ao mosteiro. Enquanto espero, as irmãs que param para conversar não têm dúvida de que o seu talento e sua fama são “dons de Deus” e que ela está abrindo caminho para um futuro mais jovem e mais feminista para a Igreja Católica.

Elas são apenas três dezenas de mulheres que vivem uma vida tranqüila de oração, mas esta é a base do poder político da Irmã Teresa. Ela é a embaixatriz delas para o mundo secular, e muitas vezes turbulento, para além da montanha. Diferentemente da maioria dos partidos políticos, movidos pela rivalidade, o círculo íntimo de Irmã Teresa a ama incondicionalmente.

Quando eu viajo para vê-la buscando apoio para o novo movimento em uma praça da cidade, o lugar está lotado. Ela agarra a multidão com idéias radicais que assustam muitos políticos tradicionais na Espanha. Ela admira Gandhi e algumas das políticas do falecido Hugo Chávez, na Venezuela, e de Evo Morales, da Bolívia.

Mas é o modelo econômico secular das monjas beneditinas, criando bens úteis para vender, que ela cita mais apaixonadamente.

Depois de um intervalo de duas semanas, eu subo a estrada sinuosa para o mosteiro para uma última visita. Irmã Teresa foi a uma conferência religiosa no Peru, onde é inverno, e voltou para casa com um resfriado. Bispos fiéis ao Vaticano têm criticado suas posições radicais sobre tudo, do aborto aos bancos.

Tornou-se uma batalha por onde passa. Pelo menos por enquanto, seu bispo em casa não a proibiu de continuar.

Na capela, ela cumprimenta minha esposa e os dois filhos pequenos calorosamente. Ela me disse que, quando era adolescente, abraçou o celibato.

É outra contradição que percebo: ela está perdendo uma vida em que pode amar livremente e tudo o mais que isso implica?

Ela me diz que se apaixonou três vezes desde que se tornou freira, mas sua devoção a Deus e ao mosteiro continua forte como sempre.

“Enquanto a minha vida religiosa for cheia de amor, eu vou estar aqui”, ela diz. “Mas no momento em que esta vida se transformar num sacrifícios… Então é será meu dever abandoná-la.”

Por ora, ao que parece, o caso de amor da Catalunha com talvez a figura política mais improvável do mundo vai muito bem.

Publicado originalmente na BBC.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

FORMAÇÃO DOS MUNDOS

FORMAÇÃO DOS MUNDOS

Professor Ruy Lopes Freitas

A Gênese mosaica atribui a um ato de Deus a criação da Terra, que teria sido o primeiro corpo celeste a ocupar um lugar no infinito. Depois de alguns dias, criando o firmamento (que os antigos acreditavam ser sólido), separando as águas da Terra das águas do céu, criando grama, relva e árvores na Terra, só no quarto dia criou o sol, a lua e as estrelas. E deixa claro que tantos corpos celestes foram criados com o único objetivo de iluminar a Terra.

A crença no geocentrismo e na imobilidade da Terra acompanhou a humanidade durante milênios, até Copérnico, que, no Século XVI, “colocou” o sol no centro do universo.

Desde a antigüidade, houve a dúvida a respeito de ter ou não havido um momentum da criação. Com um mínimo de raciocínio, surge a pergunta do que Deus estaria fazendo antes de criar o universo.

A teoria atualmente mais aceita a respeito da origem do universo conhecido é a do Big Bang: Teria existido um universo inicial de energia e partículas virtuais, que precedeu o espaço e o tempo. As partículas iniciais se materializaram provavelmente por um "tunelamento quântico", formando a matéria inicial, em 10-34 seg. O universo era minúsculo e quase infinitamente denso. Esse inimaginável acúmulo de energias formava uma massa crítica, que provocou uma explosão, há cerca de 14 bilhões de anos. (Medida meramente formal, já que então não existiam a Terra e o Sol).
  • Formou-se a primeira geração de estrelas, gigantescas e densas, que também explodiram e impulsionaram no espaço o gás condensado, espalhando átomos mais pesados que o hidrogênio e o hélio.
  • Forma-se então a segunda geração de estrelas, na nuvem de gás primordial do universo primitivo.
  • Tais estrelas , mergulhadas no gigantesco oceano gasoso, compõem as primeiras galáxias.
  • As galáxias primevas passam a colidir, entredevorando-se, compondo as atuais galáxias, com a terceira geração de estrelas, processo que parece continuar, nos confins do universo perscrutável.

Entre essas galáxias, está a nossa Via Láctea, com seus presumíveis 200 bilhões de estrelas, dentre as quais nosso minúsculo sol e seus planetas, inclusive a Terra, que teria se formado há 4,5 bilhões de anos, pela agregação de elementos mais pesados que compunham o sistema solar. Inicialmente quase gasosa e incandescente, foi se fundindo e resfriando, até formar as primeiras rochas, há 3,8 bilhões de anos. A vida começou na Terra há pouco mais de 3,5 bilhões de anos, no periodo Arqueano.

Já se admitem ciclos de expansão e contração do universo, numa repetição eterna a cada vinte ou sabe-se lá quantos bilhões de “anos”. Alguns cientistas da física falam do Big Bang como o princípio do universo e do Big Crunch como seu fim. O que já se sabe é que, mesmo estando o universo em expansão, existem os buracos negros, que atraem toda a matéria em redor de si, inclusive a luz, que não consegue escapar-lhe à inimaginável força gravitacional

Antes da teoria geral da relatividade de Albert Einstein, as coisas nos pareciam mais simples. Tempo e espaço eram consideradas dimensões absolutas. O universo nos parecia determinístico e de mecânica totalmente explicada pela gravitação dos corpos. Aí passamos a saber que espaço e tempo são quantidades dinâmicas e não apenas afetam, mas também são afetados por tudo o que ocorre no universo. No entanto, diz-nos Stephen Hawkins, que “não se pode falar de eventos no universo sem as noções de espaço e tempo” e acrescenta que, “na relatividade geral, torna-se sem sentido falar de espaço e tempo fora dos limites do universo”

A busca dos blocos elementares da criação já deixou no distante passado a certeza de que o átomo é indivisível. Já sabemos há mais de um século que ele é composto de partículas. Além dos “tradicionais” Elétron, Próton e Nêutron, já são conhecidos Quark, Pósitron, Antipróton, Antinêutron, Fóton, Gráviton, Méson, Híperon e Neutrino.

Já Max Planck, em 1909, com a mecânica quântica, nos desconcerta, afirmando que todas as partículas são na verdade ondas. Assim, há partículas que não podem ser identificadas, mas é sabido que existem, porque têm efeitos mensuráveis, a partir do spin, propriedade comum a todas as partículas, porém variável de partícula para partícula.

Vejamos agora o que diz a codificação espírita:
Livro dos Espíritos,
Questão 37. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?
“É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a eternidade, não seria obra de Deus.”
Questão 39. Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?
“Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada no Espaço.”

Gênese, Cap. VI
10. - Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. (... ) Ora, assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei universal diversificada em seus efeitos e que, pelos desígnios eternos, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade.

14. - Existindo, por sua natureza, desde toda a eternidade, Deus criou desde toda eternidade e não poderia ser de outro modo, visto que, por mais longínqua que seja a época a que recuemos, pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Pontífice disse que mídia promove desinformação e calúnias

Papa pediu para os meios de comunicação fugirem do sensacionalismo (foto: ANSA)
Papa pediu para os meios de comunicação fugirem do sensacionalismo (foto: ANSA)
22 Março, 15:13•CIDADE DO VATICANO•ZLR
(ANSA) - O papa Francisco fez neste sábado (22) um duro discurso voltado à mídia, a quem acusou de promover desinformação, calúnia e difamação. Em uma audiência para as rádios e televisões católicas da rede Corallo, o Pontífice pediu para a imprensa fugir desses "pecados" e dar mais importância a "temas importantes" para a vida das pessoas, da família e da sociedade.
    "Hoje o clima midiático tem suas formas de envenenamento. As pessoas sabem, percebem, mas infelizmente se acostumam a respirar da rádio e da televisão um ar sujo, que não faz bem. É preciso fazer circular um ar mais limpo. Para mim, os maiores pecados são aqueles que vão na estrada da mentira, e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação", declarou Francisco.
    Para o papa, o primeiro é o mais perigoso de todos, por fazer com que os meios de comunicação não passem as informações completas para a sociedade. "A desinformação é dizer as coisas pela metade, aquilo que é mais conveniente. Assim, aquele que vê televisão ou ouve rádio não pode ter uma opinião porque não possui os elementos necessários", acrescentou.
    Segundo o pontífice, é preciso tratar de temas importantes para todos, mas com uma "sincera paixão pelo bem comum e pela verdade", sem cair no sensacionalismo. "Nos grandes meios esses assuntos são frequentemente afrontados sem o devido respeito pelas pessoas e valores em questão", completou. (ANSA) http://www.papafrancesconewsapp.com/por/







quarta-feira, 2 de abril de 2014

Etiqueta Gospel do Sexo Reprodutivo – Segundo a Cleycianne

Para quem não conhece, a Cleycianne é uma pessoal muito famosa do meio gospel, já esteve inclusive no Jô Soares dando entrevista por manter um blog dando dicas cristãs para você viver.
A própria se descreve da seguinte forma: Sou modelo fotográfica e Cristã batizada. “Sempre tive vontade de ter um site na internet, foi então que tive a idéia de criar esse blog com a ajuda de um amigo para comentar as coisas que acontecem na internet com uma visão cristã. Espero que as pessoas “do mundo”, aquelas que ainda não se converteram, não fiquem questionando os meus pensamentos e idéias pois é como o pastor da minha igreja diz: ‘Eu não sou preconceituosa, sou apenas cristã e sei o que é correto’”.
Vejam abaixo a “Etiqueta Gospel de Sexo Reprodutivo” e seja abençoado.
Você acabou de se casar e não sabe como se comportar na cama com o seu Varão? Você tem medo de parecer sensual na cama? Seus problemas acabaram, pois eu Cleycianne, fiz um guia para a primeira noite de sexo reprodutivo de uma Varoa ungida!
- Preliminares não existem no ungido sexo reprodutivo. Por isso, não chupe, lamba ou mame o pênis do Varão em hipótese alguma;
- Jamas deixe o Varão colocar a boca em sua vagina;
- Beijo na boca é liberado, porém de forma delicada, nada de chupar a língua do parceiro;
- Desembaraçe os pêlos de sua vagina, para que o Varão consiga introduzir seu pênis;
- Barriga e banha fazem o Varão perder a ereção, por isso, fique sempre em forma!! Faça a Dieta em Cristo e o ungido programa de exercícios Malhando com Cleycianne;
- Para facilitar a penetração, uma boa dica é untar a sua vagina com o poderoso óleo ungido;