quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

FORMAÇÃO DOS MUNDOS

FORMAÇÃO DOS MUNDOS

Professor Ruy Lopes Freitas

A Gênese mosaica atribui a um ato de Deus a criação da Terra, que teria sido o primeiro corpo celeste a ocupar um lugar no infinito. Depois de alguns dias, criando o firmamento (que os antigos acreditavam ser sólido), separando as águas da Terra das águas do céu, criando grama, relva e árvores na Terra, só no quarto dia criou o sol, a lua e as estrelas. E deixa claro que tantos corpos celestes foram criados com o único objetivo de iluminar a Terra.

A crença no geocentrismo e na imobilidade da Terra acompanhou a humanidade durante milênios, até Copérnico, que, no Século XVI, “colocou” o sol no centro do universo.

Desde a antigüidade, houve a dúvida a respeito de ter ou não havido um momentum da criação. Com um mínimo de raciocínio, surge a pergunta do que Deus estaria fazendo antes de criar o universo.

A teoria atualmente mais aceita a respeito da origem do universo conhecido é a do Big Bang: Teria existido um universo inicial de energia e partículas virtuais, que precedeu o espaço e o tempo. As partículas iniciais se materializaram provavelmente por um "tunelamento quântico", formando a matéria inicial, em 10-34 seg. O universo era minúsculo e quase infinitamente denso. Esse inimaginável acúmulo de energias formava uma massa crítica, que provocou uma explosão, há cerca de 14 bilhões de anos. (Medida meramente formal, já que então não existiam a Terra e o Sol).
  • Formou-se a primeira geração de estrelas, gigantescas e densas, que também explodiram e impulsionaram no espaço o gás condensado, espalhando átomos mais pesados que o hidrogênio e o hélio.
  • Forma-se então a segunda geração de estrelas, na nuvem de gás primordial do universo primitivo.
  • Tais estrelas , mergulhadas no gigantesco oceano gasoso, compõem as primeiras galáxias.
  • As galáxias primevas passam a colidir, entredevorando-se, compondo as atuais galáxias, com a terceira geração de estrelas, processo que parece continuar, nos confins do universo perscrutável.

Entre essas galáxias, está a nossa Via Láctea, com seus presumíveis 200 bilhões de estrelas, dentre as quais nosso minúsculo sol e seus planetas, inclusive a Terra, que teria se formado há 4,5 bilhões de anos, pela agregação de elementos mais pesados que compunham o sistema solar. Inicialmente quase gasosa e incandescente, foi se fundindo e resfriando, até formar as primeiras rochas, há 3,8 bilhões de anos. A vida começou na Terra há pouco mais de 3,5 bilhões de anos, no periodo Arqueano.

Já se admitem ciclos de expansão e contração do universo, numa repetição eterna a cada vinte ou sabe-se lá quantos bilhões de “anos”. Alguns cientistas da física falam do Big Bang como o princípio do universo e do Big Crunch como seu fim. O que já se sabe é que, mesmo estando o universo em expansão, existem os buracos negros, que atraem toda a matéria em redor de si, inclusive a luz, que não consegue escapar-lhe à inimaginável força gravitacional

Antes da teoria geral da relatividade de Albert Einstein, as coisas nos pareciam mais simples. Tempo e espaço eram consideradas dimensões absolutas. O universo nos parecia determinístico e de mecânica totalmente explicada pela gravitação dos corpos. Aí passamos a saber que espaço e tempo são quantidades dinâmicas e não apenas afetam, mas também são afetados por tudo o que ocorre no universo. No entanto, diz-nos Stephen Hawkins, que “não se pode falar de eventos no universo sem as noções de espaço e tempo” e acrescenta que, “na relatividade geral, torna-se sem sentido falar de espaço e tempo fora dos limites do universo”

A busca dos blocos elementares da criação já deixou no distante passado a certeza de que o átomo é indivisível. Já sabemos há mais de um século que ele é composto de partículas. Além dos “tradicionais” Elétron, Próton e Nêutron, já são conhecidos Quark, Pósitron, Antipróton, Antinêutron, Fóton, Gráviton, Méson, Híperon e Neutrino.

Já Max Planck, em 1909, com a mecânica quântica, nos desconcerta, afirmando que todas as partículas são na verdade ondas. Assim, há partículas que não podem ser identificadas, mas é sabido que existem, porque têm efeitos mensuráveis, a partir do spin, propriedade comum a todas as partículas, porém variável de partícula para partícula.

Vejamos agora o que diz a codificação espírita:
Livro dos Espíritos,
Questão 37. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?
“É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a eternidade, não seria obra de Deus.”
Questão 39. Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?
“Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada no Espaço.”

Gênese, Cap. VI
10. - Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. (... ) Ora, assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei universal diversificada em seus efeitos e que, pelos desígnios eternos, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade.

14. - Existindo, por sua natureza, desde toda a eternidade, Deus criou desde toda eternidade e não poderia ser de outro modo, visto que, por mais longínqua que seja a época a que recuemos, pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade.


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