Foto: AFP: Os participantes da 20ª sábado na cidade argentina de Mar de Plata Cúpula Ibero-Americana, realizada neste |
MAR DEL PLATA, Argentina (AFP) - Os participantes da 20ª Cúpula Ibero-Americana, realizada neste sábado na cidade argentina de Mar de Plata, destacaram o valor histórico das transformações impulsionadas pelo presidente Luíz Inácio Lula da Silva ao Brasil, recusando-se, ao mesmo tempo, a lhe dizer adeus.
"Ninguém vai se despedir hoje. Um militante com essa história nunca deixa a política e muito menos depois de ter desempenhado a presidência de seu país, quando realizou transformações e tarefas nunca imaginadas antes", disse a presidente argentina Cristina Kirchner, dando-lhe um beijo e um abraço.
Lula participou pela última vez do foro ibero-americano antes de passar a faixa presidencial, no dia 1 de janeiro, à sucessora eleita, Dilma Rousseff, depois de oito anos no poder.
Para uma plateia constituída de governantes de América Latina, Espanha e Portugal, Lula emocionado até as lágrimas, afirmou: "Eu sou um político latino-americano, não vou deixar a política. Vou ter mais tempo para viajar, quero discutir política e os partidos".
"Me esperem", completou, em meio a aplausos de pé de outros líderes, como o rei da Espanha, Juan Carlos, e os presidentes do Peru, Alan García, e do Equador, Rafael Correa.
Improvisando o discurso acrescentou: "Já não somos tratados como menores. Não vemos mais as pessoas brigarem por um trabalhador sem diploma universitário ter sido eleito no Brasil. Já não vemos mais brigas porque um índio foi eleito na Bolívia".
E pediu aos governos da região que continuem aprofundando a integração.
"Podemos manter relações com o mundo inteiro, mas é necessário que cada país da América Latina faça um esforço extraordinário para explotar o potencial que existe entre nós",
Lula recebeu de Cristina Kirchner uma litogravura na qual aparece dando um abraço no ex-presidente Néstor Kirchner.
Ainda segundo o presidente brasileiro, a América Latina "realizou mudanças extraordinárias, a democracia está consolidada, mas precisamos estar alertas".
"Não sou bom de despedida, mas construí com vocês uma coisa nova na América Latina".
Lembrou que as mulheres também passaram a ocupar, nos últimos tempos, mais espaço no mundo da política, numa referência a Cristina Kirchner e à presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff.
"Os homens que se cuidem porque as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços", brincou.
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