Enviado especial do Rio de Janeiro
Daniel Milazzo
especial para o UOL Notícias
As forças de segurança que atuam neste domingo (28) no Complexo do Alemão, reduto de narcotraficantes na zona norte da capital fluminense, não encontraram resistência até agora e estranham a ausência de combates no local. Há suspeitas de que bandidos tenham fugido, mas muitos ainda estariam na região.
“A situação está preocupantemente tranquila demais”, afirmou o delegado Marcos Vinicius Braga. “Não é normal um estado de tranquilidade desse no Complexo do Alemão”, disse, sem especular o que teria acontecido para a falta de embate. Ainda não é completa a ocupação da região, de acordo com policiais.
Segundo o delegado, não há registro de mortos ou feridos na favela e a polícia está encontrando poucos moradores nas casas. O comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, determinou varredura geral na região. As galerias pluviais do Complexo do Alemão poderão ser verificadas na busca.
No sábado (27), a polícia deu ultimato aos criminosos para que se rendessem na rua Joaquim de Queiroz, dentro do complexo de dez favelas. Nenhum deles o fez. As forças de segurança estimavam em cerca de 600 o número de suspeitos no local.
O relações públicas da Polícia Militar, coronel Lima Castro, afirmou que a calmaria pode ser momentânea. "Não pensem que essa tranqüilidade quer dizer que não haverá confronto. É grande a possibilidade de que confrontos armados aconteçam”, disse.
Varredura
Ele afirmou que a operação está avançando com sucesso e que agora os policiais entram na fase de varredura do território, em busca de mais armas, drogas, suspeitos, feridos e até corpos. “Pretendemos a captura com a menor letalidade possível. O que nos interessa em primeiro lugar é não por em risco a população”, afirmou. Ele diz que a melhor maneira de confrontar um grupo com forte arsenal é miná-los pouco a pouco.
O delegado Rodrigo Oliveira, responsável pela operação por parte da Polícia Civil, demonstrou dúvida sobre se os narcotraficantes estão ainda no Complexo do Alemão. "É possível que estejam aí dentro", disse ele, que notou rastros de sangue na comunidade, mas não soube dizer se há criminosos feridos.
"A comunidade é subjugada pelo tráfico. É possível que eles estejam escondidos em casa. Ainda vai levar tempo até que todas as residências sejam vasculhadas", afirmou ele. "O complexo pertence de volta à comunidade. O objetivo principal já foi feito e não temos hora para sair."
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