sexta-feira, 5 de julho de 2013

Relembre casos de políticos envolvidos com gastos indevidos de dinheiro público

 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usou um helicóptero do governo para buscar familiares no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 7 de dezembro de 2012. Sem agenda oficial naquele dia, o governador pegou o filho, a nora e os dois netos, que moram no México, e voltou com a primeira-dama ao palácio. Em nota, o governo alegou que "os veículos à disposição do governador se destinam a qualquer dos seus deslocamentos enquanto ele estiver no exercício do cargo, 24 horas por dia"
 O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), viajou em um avião oficial da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) em Trancoso, na Bahia. Ele usou a aeronave modelo C-99 para ir de Maceió (AL) a Porto Seguro (BA) às 15h do dia 15 de junho, um sábado, e depois para voltar para Brasília no domingo, às 3h da manhã. Calheiros afirmou que foi convidado à cerimônia como "chefe de poder" e, portanto, não vai ressarcir os cofres públicos. Acima, os colegas de partido se cumprimenta durante a votação da MP dos portos no Senado, em maio de 2013
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, usou recursos da Corte para se deslocar ao Rio de Janeiro no final de semana de 2 de junho, quando assistiu ao jogo Brasil e Inglaterra no estádio do Maracanã. O STF diz que a viagem foi paga com a cota que os ministros têm direito, mas não divulgou o valor pago nem qualquer regulamento sobre o uso da cota.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), usou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para levar familiares ao Rio de Janeiro, onde assistiram à final da Copa das Confederações no Maracanã, no dia 30 de junho. Pegaram "carona" no voo ofical a noiva Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa (o casal aparece no detalhe, à esquerda), além de um filho do deputado - um amigo de Arturo entrou na viagem de volta. Após a repercussão, Alves devolveu aos cofres da União R$ 9.700 referentes ao valor das passagens de sete pessoas.
O senador José Sarney (PMDB-AP) usou por duas vezes em 2011 um helicóptero da PM (Polícia Militar) do Maranhão para chegar até sua ilha particular. Em uma dessas ocasiões, o atendimento ao pedreiro Anderson Ferreira Pereira, 40, com traumatismo craniano e clavícula quebrada, foi atrasado por conta do desembarque das malas da família Sarney. A aeronave de R$ 16,5 milhões foi paga com recursos do governo estadual e do Ministério da Justiça para combater o crime e socorrer emergências médicas. Na época, o então presidente do Senado negou irregularidades dizendo apenas que "não prejudicou ninguém"
O site Congresso em Foco revelou em 2009 que deputados licenciados para exercer cargo de ministro na Esplanada continuaram usando cotas de passagens aéreas fornecidas pela Câmara. Mesmo depois de assumir a pasta das Relações Institucionais em novembro de 2007, José Múcio usou 54 vezes a verba disponível para viagens dos parlamentares. Na época, Múcio disse não ver razões "legais nem éticas" para devolver o dinheiro das passagens, pois a cota não usada era transformada em saldo e, depois, em crédito pessoal e intransferível, que não poderia ser dado a seus sucessores na Câmara.
O site Congresso em Foco revelou em 2009 que deputados licenciados para exercerem o cargo de ministros na Esplanada continuaram usando cotas de passagens aéreas fornecidas pela Câmara. Reinhold Stephanes usou 15 vezes o benefício depois de se tornar o ministro da Agricultura. A assessoria do político afirmou à época que não houve irregularidades, pois a cota de passagens não usada era transformada em saldo e, depois, em crédito pessoal e intransferível - valor que não poderia ser dado a seus sucessores na Câmara .
O site Congresso em Foco revelou em 2009 que deputados licenciados para exercerem o cargo de ministros na Esplanada continuaram usando cotas de passagens aéreas fornecidas pela Câmara. No comando da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima viajou quatro vezes pela Gol, no trajeto entre Brasília (DF) e Salvador (BA). A assessoria do político afirmou à época que não houve irregularidades, pois a cota de passagens não usada era transformada em saldo e, depois, em crédito pessoal e intransferível - valor que não poderia ser dado a seus sucessores na Câmara.
O deputado Fábio Faria (PSD-RN) bancou com a cota de passagem da Câmara a viagem da sua namorada da época, a apresentadora Adriane Galisteu, e de cerca de dez amigos famosos para irem ao carnaval fora de época em Natal, onde ele era dono de um camarote. Denúncias de 2009 mostraram que o deputado tinha outras sete viagens emitidas para a ex e a mãe dela, Emma Galisteu, entre 2007 e 2008. Faria devolveu mais de R$ 21 mil à Câmara após o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens" e chegou a ser investigado, mas o caso foi arquivado pelo então presidente da Casa, Michel Temer.
Em paralelo ao escândalo que ficou conhecido em 2009 como a "farra das passagens", no qual políticos distribuíam sua cota de viagens para familiares e amigos passearem, foi descoberto um forte esquema de venda de bilhetes aéreos de deputados federais a terceiros. Os gabinetes de Aníbal Gomes (PMDB-CE), Dilceu Sperafico (PP-PR - na foto, à esquerda) e Vadão Gomes (PP-SP - na foto, à direita) comercializavam as cotas mensais dos parlamentares a agências de turismo de Brasília e recebiam, em troca, um créditos de voos, criando uma espécie de mercado paralelo. A investigação que estava na 10ª Vara Federal do Distrito Federal foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) para averiguação sobre o envolvimento dos deputados em maio de 2013, quatro anos depois da denúncia.
 Os deputados Eugênio Rabelo (PP-CE) e Paulo Roberto (PTB-RS) chegaram a ser suspeitos em 2009 de vender para terceiros a cota de passagens de seus gabinetes. Os relatores da comissão de sindicância da Câmara, os deputados Marcelo Ortiz (PV-SP) e Mendes Ribeiro (PMDB-RS, na foto acima), inocentaram os dois em 28 de outubro, alegando não haver "indícios de envolvimento dos parlamentares no uso indevido de bilhetes aéreos na instituição"

Em 1991, uma kombi com chapa branca levou dois cachorros de Rogério Magri, então ministro do Trabalho e da Previdência Social, para o veterinário, como mostra denúncia do dia 15 de maio feita pelo jornal Folha de S.Paulo (à direita). O ministro de Fernando Collor disse que sua cadela Orca estava grávida e que precisava de cuidados, imortalizando a frase: "cachorro também é ser humano".






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