Eduardo Schiavoni
Do UOL, em Americana (SP)
Uma criança de 11 anos fez cocô na calça após ter sido proibida de ir ao banheiro durante a aula em uma escola estadual em Santa Bárbara d'Oeste (a 135 km de São Paulo). O caso ocorreu na quarta-feira (7) e foi registrado pela avó da criança, que possui a guarda dele, no Conselho Tutelar e em boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investiga o caso.
A avó, uma costureira de 53 anos, contou que o garoto está no 5º ano do ensino fundamental e tem histórico de epilepsia. Segundo ela, a criança já havia relatado que sua professora de geografia não permitia que ele fosse ao banheiro durante a aula.
Na quarta, por volta das 11h30, ele pediu para ir ao banheiro e a professora solicitou que o aluno esperasse um colega de classe retornar. "Ele disse que não dava, que estava muito apertado, mas ela pediu que ele esperasse. Ele voltou a falar com ela outras duas vezes, mas a resposta sempre foi a mesma. Até que ele não aguentou e acabou fazendo nas calças", disse a avó.
Ainda segundo o relato, o menino foi ao banheiro depois e tentou limpar as calças. "Mas sujou e ficou com cheiro. Ele ficou muito nervoso, chegou em casa chorando e eu fiquei muito revoltada com essa situação ", contou.
A avó foi até a escola e falou com a diretora, que teria dito que tomaria as providências necessárias. A avó pediu uma cópia formalizada da reclamação, o que a diretora teria se negado a fazer.
Logo depois, a costureira procurou o Conselho Tutelar, onde foi orientada a registrar um boletim de ocorrência. "Quero que eles façam alguma coisa. Isso não pode acontecer dentro de sala de aula. Meu neto disse que nem quer voltar para a escola com medo do que os colegas vão dizer", afirmou. Procurado, o Conselho Tutelar diz que está analisando o caso.
Resposta
A Diretoria Regional de Ensino de Americana, que responde pelas escolas em Santa Bárbara, informou em nota oficial que vai enviar representantes à Escola Estadual Professora Gemma Vasconcelos Camargo Capello nesta sexta (9) para uma reunião com a família do aluno e a direção da escola.
"É importante ressaltar que, desde o momento da matrícula do estudante, por nenhum momento, a unidade foi informada sobre qualquer problema de saúde do adolescente", diz a nota. "Além disso, a professora que estava em sala de aula desconhece que o aluno tenha evacuado, o que também não foi percebido por qualquer outra pessoa na escola".
A diretoria diz também que o revezamento dos alunos na hora de ir ao banheiro "é uma decisão da própria escola para que não haja prejuízo ao andamento das aulas".
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