Segunda maior cidade do Maranhão recebe
primeira grande indústria e, com ela, cadeia de fornecedores
Para trabalhar nas obras, 4.500 pessoas
receberam capacitação; empresa de celulose investe R$ 5,8 bilhões
TATIANA FREITAS - ENVIADA ESPECIAL A
IMPERATRIZ (MA)
Aos 160 anos, a cidade de Imperatriz - a segunda
maior do Maranhão- receberá sua primeira grande indústria.
No quarto trimestre deste ano, a Suzano Papel e
Celulose inaugura no município uma fábrica que vai praticamente dobrar o seu
tamanho.
Hoje, a Suzano tem capacidade para produzir 1,9
milhão de toneladas de celulose por ano. A nova unidade, sozinha, fabricará 1,5
milhão.
"É o
maior projeto do setor em construção no mundo", diz Ernesto Pousada,
diretor de operações da Suzano. A unidade Eldorado, que é erguida pela J&F
em Goiás, tem a mesma capacidade.
Para um projeto gi- gantesco, cifras e- levadas. A
Suzano investe R$ 5,8 bi- lhões em Imperatriz - quase três vezes o PIB do
município, de R$ 2 bilhões em 2009, segundo os da- dos mais recentes do IBGE.
Com a Suzano, a cidade atrai outros investimentos.
Pelo menos três multinacionais fornecedoras da companhia se instalarão na
cidade.
No ano que vem, a finlandesa Metso, responsável pelo
projeto de engenharia, abrirá uma unidade para manutenção e assistência técnica
da fábrica de celulose.
175 mil hectares estão sendo plantados |
Também do setor químico, a francesa Air Liquide
monta uma unidade de produção de gases em Imperatriz, com aporte de R$ 128
milhões. Metade da produção vai para a Suzano. Os outros 50% serão vendidos a
indústrias de outros setores e à área médica.
"Teremos
excedente para atender a demanda do Norte e Nordeste, que estão crescendo muito
e são carentes de produtores locais", diz Marcelo Fioranelli,
diretor-geral da Air Liquide.
O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB),
diz que o empreendimento também movimenta a construção civil e serviços.
"Vinte e seis prédios estão em construção na cidade."
Neste mês, um shopping com 180 lojas será
inaugu- rado. Em 2013, sete cursos de ensino superior serão abertos.
CAPACITAÇÃO
Cerca de 600 quilômetros distante da capital São
Luís, Imperatriz cresceu lentamente após a construção da rodovia
Belém-Brasília, em 1958.
Entre Belém, Brasília, Pal- mas e São Luís, Imperatriz
se desenvolveu como entronca- mento comercial. O resultado é uma economia
concentrada em serviços, responsável por 75% do PIB.
Sem histórico de atividade industrial, faltou mão de
obra especializada para a Suzano.
Para formar profissionais, a empresa patrocina
cursos no Senai nas áreas de construção civil, montagem industrial e serviços.
Mais de 4.500 pessoas já foram treinadas e, dessas, 3.000 foram contratadas
para trabalhar na obra ou por outras empresas da região.
Para a operação, a companhia montou um curso técnico
em celulose em parceria com o Instituto Federal do Maranhão. De 226 formandos,
116 estão sendo treinados em outras unidades da Suzano. No final de 2013,
estarão aptos a operar sozinhos as máquinas de Imperatriz.
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