quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Alckmin culpa "chuva excepcional" e anuncia obras futuras contra enchentes

Jaqueline Falcão

Com o PSDB no comando do estado de São Paulo há 16 anos, o governador tucano Geraldo Alckmin disse que não se faz obras em 24 horas para resolver o problema das enchentes e atribuiu à chuva "realmente excepcional" os estragos provocados na capital e região metropolitana. O prefeito Gilberto Kassab(DEM) também responsabilizou o volume de água das chuvas e disse ainda que "qualquer obra tem sua capacidade".
Entre segunda e terça-feira, 13 pessoas morreram no estado de SP devido às chuvas. Desde dezembro, já são 23 mortos.
Pelo menos 13 pessoas morreram em decorrência das chuvas no estado de São Paulo entre a noite de segunda-feira e a manhã de terça. Somente na capital, choveu 93% da média de todo o mês de janeiro desde o dia 1º.
- A Defesa Civil está trabalhando e o sistema de radar funcionando. Desassoreamento é eterno. Se passar um verão sem desassorear, terão 500 mil metros cúbicos de areia, papel, sofá, geladeira dentro do rio - disse Alckmin.
Kassab afirmou que "é impossível prometer que qualquer intervenção vai liberar uma região de um alagamento".
- Porém, as obras têm correspondido. E em alguns lugares os alagamentos diminuíram ou nem têm acontecido.
Alckmin anunciou R$ 800 milhões em ações de combate às enchentes até o fim do seu mandato. As principais serão o desassoreamento dos rios Tietê e Pinheiros, que estão orçadas em R$ 170 milhões. O restante inclui R$ 190 milhões em um sistema de bombas de dragagem, R$ 105 milhões em piscinões e R$ 330 milhões no parque de várzeas do Rio Tietê.
Até o fim do ano, o governo pretende retirar da calha do Tietê 2,1 milhões de metros cúbicos de materiais e 1,5 milhão de metros cúbicos do Pinheiros. No ano passado, segundo Alckmin, foram retirados 1 milhão de metro cúbicos.
- Os problemas serão minimizados, não quer dizer que nunca vai ter - afirmou Alckmin.
O governo do estado cedeu à Prefeitura paulista, por meio da Sabesp, 50 caminhões para limpeza de boca de lobo (a cidade tem 32) e mais dez caminhões pipa.
- Cada 1 milhão de metros cúbicos custa ao Estado R$ 64 milhões, mas vamos tentar reduzir esse valor à metade com o reaproveitamento da areia em obras de construção civil - declarou o governador.
Para daqui dois anos, o governo promete instalar três novas bombas para auxiliar na reversão do Rio Pinheiros, para tentar evitar a cheia do Rio Tietê. As bombas, que foram encomendadas, segundo Alckmin, transferem as águas para a represa Billings.
As famílias que perderam bens materiais poderão receber um auxílio de R$ 1 mil. O governador assinou o decreto renovando o programa, que já havia sido usado para atender vítimas de 2010, como em São Luiz do Paraitinga.
Alckmin e Kassab anunciaram ainda que vão retirar cinco mil famílias de áreas de risco e instaladas em moradias dos programas habitacionais. Destas 2,5 mil serão atendidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do estado, e 2,5 mil pela Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab), do município.



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