segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quem saiu derrotado da última eleição paulistana?

Não foi apenas José Serra (PSDB) o derrotado na última eleição em São Paulo.

A revista CartaCapital desta semana elenca, em texto sarcástico, outros personagens que teriam sofrido revés com a vitória de Fernando Haddad (PT) na capital paulista.
Ei-los:

* FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Ídolo no Alto Higienópolis, anônimo, para dizer o mínimo, no resto da cidade, FHC esforçou-se para vitaminar a campanha de José Serra. Apareceu no programa de tevê, quando sua agenda permitiu, e atacou em seus artigos dominicais a miséria moral do Brasil representada pelo julgamento do “mensalão”. Seu maior feito foi reunir, em apoio a Serra, intelectuais do porte de Agnaldo Timóteo e Bruna Lombardi. Não bastou.
* A MÍDIA – Errou antes, durante e depois das eleições. Continua a brigar com os fatos e ver a derrota do PT e da base aliada onde se vê, à luz de qualquer confronto de dados, vitória. Produz explicações equivocadas dos resultados eleitorais. Torce em vez de só analisar. Só produz um resultado: a alienação crescente de seus leitores e telespectadores. Ver item “O  P.I.P.”.

* O P.I.P. – O Perfeito Idiota Paulistano considera-se um ilustrado nova-iorquino, mas não passa de um texano decadente. Lê certos jornais e revistas como se fossem a atualização diária ou semanal dos Dez Mandamentos. Com as urnas abertas, nunca entende os resultados e fia-se nas explicações mais estapafúrdias. Culpa novamente os nordestinos, os migrantes, os “de fora” pela derrota de seu candidato. Estranhamente existem vários PIPs que moram no Rio de Janeiro. A respeito, ler o item “A mídia”.

* AS TREVAS – Em 2010 foi o aborto. Em 2012, o “kit gay”. Antes, Aparecida e o beijo em Nossa Senhora. Agora, Silas Malafaia e a cruzada contra o demônio. É uma tentativa de repetir no Brasil a estratégia que encorpou o Tea Party nos Estados Unidos, a vertente de extrema-direita do Partido Repúblicano apegada ao moralismo cristão e ao obscurantismo social. Por ora, o eleitorado brasileiro (e paulista, desta feita) rejeita a estratégia.

* ROBERTO GURGEL - O procurador-geral da República declarou esperar efeitos nas eleições do julgamento do “mensalão”. Se ele se referia à desilusão do eleitorado (30% de votos brancos, nulos e abstenção), conseguiu. Se implicava a derrota do partido sob julgamento, bem…
* ANDREA MATARAZZO – Se Serra vencesse, era cotado para assumir a presidência da Câmara de Vereadores ou voltar a ocupar o posto de síndico de São Paulo, “serife” das subprefeituras. Com a derrota do tucano, e apesar de seus mais de 100 mil votos, terá de se contentar com o epíteto de “o mais conhecido vereador de oposição”.
Confesso: li às gargalhadas.


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