O economista registrou em cartório pedido de perdão por declaração feita em 4 de abril quando usou o termo 'animal' para se referir à categoria
Delfim diz que, em nenhum momento, desejou se referir às empregadas de forma pejorativa (Germano Luders/EXAME)
O Instituto Doméstica Legal, que representa 7,2 milhões de trabalhadores da categoria, obteve um pedido público de desculpas do ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto, registrado em cartório, por uma declaração feita pelo economista na TV. No dia 4 do mês passado, Delfim disse no programa "Canal Livre", da Rede Bandeirantes, que "quem teve este animal, teve; quem não teve, nunca mais vai ter", em referência à empregada doméstica.
Delfim afirmou que "em momento algum desejou referir-se à classe das empregadas domésticas de maneira pejorativa". O economista argumentou, em seu pedido público de desculpas, registrado no 8º Cartório Tabelião de Notas da capital paulista no início deste mês, que a frase pinçada do contexto distorce a ideia elaborada.
Segundo ele, a intenção foi mostrar que, no processo de ascensão social em curso na sociedade brasileira, a figura deste profissional tende a desaparecer. "É preciso entender em que sentido foi feito o comentário", disse o ex-ministro.
Em seu pedido de desculpas, Delfim justifica o emprego do termo "animal", usado pelo economista britânico John Maynard Keynes durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, para descrever as motivações psicológicas de empresários, consumidores e investidores. "Os economistas (eu, inclusive) usam corriqueiramente a expressão 'fazer nascer o espírito animal dos empresários' como forma de despertá-los para oportunidades de investimento e não me lembro de nenhum empresário que tenha se declarado ofendido ou humilhado."
No fim do pedido oficial de desculpas à categoria, Delfim Netto considera o episódio uma "tempestade num copo d'água", que ocorreu em razão do uso de uma expressão infeliz, pelo qual ele se penitencia.
(G-1 com Agência Estado)
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