quinta-feira, 19 de maio de 2011

Delfim protocola pedido público de desculpas a empregados domésticos



O economista registrou em cartório pedido de perdão por declaração feita em 4 de abril quando usou o termo 'animal' para se referir à categoria

Delfim diz que, em nenhum momento, desejou se referir às empregadas de forma pejorativa
Delfim diz que, em nenhum momento, desejou se referir às empregadas de forma pejorativa (Germano Luders/EXAME)
O Instituto Doméstica Legal, que representa 7,2 milhões de trabalhadores da categoria, obteve um pedido público de desculpas do ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto, registrado em cartório, por uma declaração feita pelo economista na TV. No dia 4 do mês passado, Delfim disse no programa "Canal Livre", da Rede Bandeirantes, que "quem teve este animal, teve; quem não teve, nunca mais vai ter", em referência à empregada doméstica.
Delfim afirmou que "em momento algum desejou referir-se à classe das empregadas domésticas de maneira pejorativa". O economista argumentou, em seu pedido público de desculpas, registrado no 8º Cartório Tabelião de Notas da capital paulista no início deste mês, que a frase pinçada do contexto distorce a ideia elaborada.
Segundo ele, a intenção foi mostrar que, no processo de ascensão social em curso na sociedade brasileira, a figura deste profissional tende a desaparecer. "É preciso entender em que sentido foi feito o comentário", disse o ex-ministro.
Em seu pedido de desculpas, Delfim justifica o emprego do termo "animal", usado pelo economista britânico John Maynard Keynes durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, para descrever as motivações psicológicas de empresários, consumidores e investidores. "Os economistas (eu, inclusive) usam corriqueiramente a expressão 'fazer nascer o espírito animal dos empresários' como forma de despertá-los para oportunidades de investimento e não me lembro de nenhum empresário que tenha se declarado ofendido ou humilhado."
No fim do pedido oficial de desculpas à categoria, Delfim Netto considera o episódio uma "tempestade num copo d'água", que ocorreu em razão do uso de uma expressão infeliz, pelo qual ele se penitencia.
(G-1 com Agência Estado)


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