A presidente Dilma Rousseff se
reunirá nesta segunda-feira com os governadores e prefeitos de todo o país para
discutir o Pacto Nacional pela melhoria dos serviços públicos. A proposta do
encontro foi apresentada em pronunciamento feito em rede nacional nesta
sexta-feira, em resposta às manifestações que sacodem o Brasil há duas semanas.
Dilma convidou para o encontro,
previsto para acontecer às 16h (horário de Brasília), os governadores dos 27
Estados e os prefeitos das capitais, afirmaram porta-vozes da Presidência. No
encontro, no qual estará presente grande parte do gabinete da presidente, será
o primeiro em que a governante abordará o Pacto Nacional pela melhoria dos
serviços públicos proposto na sexta-feira.
Dilma disse que discutiria as
medidas com os governadores regionais e municipais, assim como com os líderes
das organizações que vêm convocado os protestos. "Vou receber os líderes
das manifestações pacíficas, de sindicatos e associações populares", pois
"precisamos de todas suas contribuições, reflexões e experiências",
afirmou.
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Dilma apoia manifestações, mas
condena atos de vandalismo
Segundo a governante, o
principal objetivo do pacto será a elaboração de um Plano Nacional de
Mobilidade Urbana que privilegie o transporte coletivo. A reivindicação inicial
das manifestações era a redução das tarifas de transporte público e melhorias
nesses sistemas. No mesmo pronunciamento, Dilma citou algumas medidas que deve
adotar para atendar as reivindicações pontuais dos manifestantes.
Sobre a saúde, a presidente
disse que seu governo "trará imediatamente os milhares de médicos do
exterior para ampliar o atendimento", e quanto à educação disse que
insistirá perante o Congresso na aprovação de um projeto que destine 100% dos
royalties do petróleo exclusivamente para este setor.
Dilma também pretende discutir
a possibilidade de abrir novas faculdades de medicina para atender o déficit de
profissionais e a oferta de bolsas de estudos melhor remuneradas para médicos
que aceitem fazer residência em povoações rurais.
Segundo a Frente Nacional de
Prefeitos, um fórum que reúne os líderes municipais, alguns dos burgomestres
que participarão da reunião com a presidente terão um encontro prévio para
discutir as propostas conjuntas que poderão ser apresentadas.
Entre as propostas figura a
concessão de isenções fiscais às empresas de transporte público para permitir
uma maior redução das passagens de ônibus, metrô e trem.
A reunião acontece no momento
em que as manifestações começam a perder intensidade e participação. A maior
manifestação entre as realizadas neste domingo em pelo menos 17 cidades foi a
do Rio de Janeiro, que reuniu cerca de 4 mil pessoas, que marcharam sem incidentes
pela orla das praias de Copacabana, Ipanema e Leblon.
Apesar dos brasileiros
continuarem saindo às ruas para protestar e as manifestações serem apoiadas por
75 % da população, as mobilizações vêm perdendo intensidade e participação
desde quinta-feira, quando cerca de 1,2 milhão de pessoas saíram às ruas.
Os protestos no Brasil
começaram na semana passada em São Paulo, exclusivamente contra o aumento das
passagens, mas ganharam outras reivindicações, como maiores investimentos em
saúde e em educação, e críticas contra a corrupção e as elevadas despesas do Governo
para organizar eventos como o Mundial de 2014.
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