terça-feira, 29 de março de 2011

Alencar partiu de um vilarejo para construir empresa que fatura US$ 2,4 bi por ano

Do UOL Notícias*
Em São Paulo


  Como empresário, José Alencar cumpriu, como poucos, a trajetória de um vencedor. Filho de um pequeno comerciante de um vilarejo mineiro, começou a trabalhar cedo e deixou a família quando tinha 14 anos para se empregar numa loja em Muriaé. Nessa época, passava as noites no corredor do Hotel da Estação --o salário não era o bastante para pagar por um quarto. "Era uma pensão de categoria --vamos dizer-- uma estrela", costumava repetir o ex-vice-presidente.
Em 1947, atrás de um emprego melhor, mudou-se para Caratinga, cidade em que conheceu Mariza, com quem se casou. Pouco antes de conhecer a mulher, teve alguns relacionamentos fortuitos. De um deles nasceu Rosemary, reconhecida por ele somente em 2010. Aos 18 anos, Alencar foi emancipado pelo pai (na época, a maioridade civil ocorria aos 21 anos) e, com apoio financeiro de um irmão, abriu uma loja.
O ex-vice-presidente gostava de contar que morar na loja e comer na marmita faziam parte do esforço para baixar os custos. E que seu combate contra os juros começou ali. Assim, a loja "A Queimadeira" podia vender tecidos, calçados, chapéus, guarda-chuvas, sombrinhas e armarinho a preços mais competitivos que os da concorrência.

Linha do tempo

Hoje, a Coteminas S.A., controlada pela família de Alencar, é a maior empresa do setor têxtil do Brasil e um dos mais importantes grupos econômicos do país. Na verdade, é uma multinacional: em 2005, investiu US$ 1,6 bilhão na fusão com a gigante norteamericana Springs e formou a Springs Global, comandada pela filial brasileira, que detém 50% das ações do grupo. Desde 1992 é uma empresa de capital aberto.
A Springs Global fatura US$ 2,4 bilhões por ano e possui 25 fábricas. Na lógica da empresa, os Estados Unidos representam um centro de distribuição e de design, além de acesso a um mercado consumidor gigantesco (nos EUA, a garota-propaganda da Springs Global era a top model Cindy Crawford).
O Brasil, para onde algumas fábricas dos EUA foram trazidas após a fusão, entra com um grande volume de produção de tecidos a baixo custo e também de compra de algodão e outros fios artificiais e sintéticos. O México é também um centro de produção de baixo custo e de complemento de atividades industrias. A empresa busca investir na Europa e na Ásia, para diversificar o mercado.

            

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