O site de CartaCapital ficou
quase 12 horas fora do ar na quarta-feira 13 provavel- mente devido a ataque de
hackers ligados à Te- lexFree, nome fantasia da empresa Ympactus Comer- cial Ltda.
Um dia antes, a página eletrônica da revista havia publicado um texto do
jornalista Luis Nassif sobre supostos golpes aplicados pela empresa no Brasil.
O site de Nassif e outros veículos que republicaram o artigo também ficaram
fora do ar.
A suspeita é que os servidores
desses sites tenham sido alvo de um ataque de “DOS” (Denial of Service), que consiste
em forjar o envio de milhares de solicitações de nova conexão a um destino,
fazendo com que o serviço fique lento e consumindo recursos computacionais até
extrapolar a capacidade máxima do sistema.
No mesmo dia, o artigo de
Nassif recebeu mais de 60 mil acessos, embora o site estivesse fora do ar. O
texto mostrava em detalhes como a TelexFree conseguiu angariar mais de 300
milhões de reais em um esquema online do golpe da pirâmide. O gole, segundo o
jornalista, foi montado em 2009 pelo capixaba Carlos Wenzeler por meio de um
site denominado Disk à Vontade. Para entrar no jogo, o usuário pagava até mil
dólares e colocava publicidade em sites dos serviços de VoIP (telefonia pela
Internet) da TelexFree. Por cada publicidade colocada, receberia 20 dólares.
“Acontece que toda a remuneração dos primeiros da fila era bancada pelos
últimos que entravam – como em toda pirâmide, levando ao estouro da boiada
depois de algum tempo”, escreveu Nassif. O esquema chegou aos Estados Unidos,
onde Wenzeler se tornou sócio de uma pequena empresa de VoIP. A partir de 2002,
quadrilhas atuaram para vender o negócio em sites como o Youtube. A estratégia
consistia em exibir vídeos com participantes que enriqueceram rapidamente. A
Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda informou que a
“oferta de ganhos altos e rápidos proporcionados principalmente pelo
recrutamento de novos entrantes para a rede, o pagamento de comissões
excessivas, acima das receitas advindas de vendas de bens reais, e a não
sustentabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela organização sugerem um
esquema de pirâmide financeira”.
O caso foi encaminhado para a
Polícia Federal e ao Ministério Público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário