Recebo via e-mail do pesquisador científico Jardes Caiçara (foto)
de Campina Grande, um texto instigante a cerca do estado de Minas Gerais no
debate da nova divisão dos royalties do petróleo.
O texto é de um anônimo que se autointitula como o professor
JOCA da cidade mineira de Januária. Na verdade é um rosário de lamúrias contra os
políticos fluminenses (chega a mandar o governador, Sérgio Cabral, vá te catar!),
mas perde na consistência.
Aécio curtindo o Rio |
Em primeiro lugar, será o professor quer os políticos
cariocas defendam o estado de Minas? Cadê os políticos mineiros que a tudo
assiste impassível! E vejam que o estado é praticamente monolítico sob a liderança
do senador Aécio Neves. Um bon vivant
famoso, que vive mais na boêmia do Rio do que no senado federal ou no seu estado!
Nenhuma vírgula sobre o bon vivant! Este
que jamais levantou a voz para protestar pelo fato das sedes e as da VALE,
usina de FURNAS e da CSN ficarem no Rio de Janeiro!
Outro lapso crasso do texto. Passa ao largo à decisão do
ex-presidente Lula que decidiu que a nova divisão recursos do pré-sal se
destine, em sua grande maioria, para a educação. Os políticos vivaldinos aliados
à elite brasileira destoam o verdadeiro debate, levando-o para disputas
regionais! Povo analfabeto é mais fácil fica no seu lugar de bucha de canhão. Se
os recursos dos royalties de novas áreas de petróleo no país forem para a
educação não veremos problemas que o professor levanta: “Acho um absurdo ver crianças de outras regiões mais pobres do Brasil
estudando em salas de aula sem luz, sentadas duas ou três numa mesma cadeira,
quando há cadeira, enquanto que a prefeitura de Macaé/RJ gasta, torra, esbanja,
joga fora dinheiro pintando de cores berrantes passeios públicos!”. O professor
berra muito, mas não sabe atirar!
E o professor Joca cai como um patinho! Desfila dados como “Depois veio o ciclo do minério de ferro, até
hoje principal item da pauta de exportações brasileiras” o que não é mais uma
realidade. Mais “quem estudou geografia
sabe que Minas Gerais é a "caixa d'água do Brasil”, e a Amazônia que
detém quase 30% da água doce do mundo?
E pelos ufanismos ele erra por falta de inteligência: “Minas Gerais carregando o
Brasil nas costas e, de vinte anos para cá, ajudada pelo Pará em razão das
reservas de minério de ferro descobertas nesse Estado”. O mal do Brasil passa exatamente aí: exportação de produtos in natura! E além do mais não são os
minérios em estado bruto que detém a maior receita de exportação.
E o professor na sua verborragia olvida cabal- mente a nossa
injusta tribu- tação. O impos- to de renda que cobra alíquotas dos mais pobres praticamente
i- guais aos dos mais abastados.
Ou ainda o ICMS que obriga os estados consumidores a
pagarem 7% deste imposto aos estados produtores. Este sistema cruel só existe
no Brasil. Pelo que eu conheço os impostos de circulação de mercadoria é
totalmente do estado consumidor. Calculem o quanto é canalizado de recursos, principalmente
por São Paulo, para os estados produtores com esta taxação de 7%. Dinheiro que
saem dos estados pobres para os mais ricos.
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