segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Senado dos EUA denuncia que Pinochet tinha 125 contas bancárias no país

Além de inúmeras violações dos direitos hu-manos, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet também fez fortuna à custa do seu povo, contrariando a imagem de "incorruptível" que adquiriu. Investigação foi conduzida pelos senadores Carl Levin (democrata) e Norm Coleman (republicano). 


Uma subcomissão de inquérito do Senado norte-americano confirmou que o antigo ditador chileno Augusto Pinochet tinha 125 contas em bancos nos Estados Unidos, incluindo numa subsidiária do Banco Espírito Santo (BES), na Flórida. Na sequência deste relatório, o Conselho de Defesa do Chile processou as instituições financeiras Banco Chile, Santander, Banco Espírito Santo e PNC (antigo Riggs), nos Estados Unidos, precisamente por ocultarem informações de contas secretas que o ex-ditador mantinha no exterior.

O relatório da comissão de investigação indica que o ex-ditador chileno recebeu transferências no montante de 3,91 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) entre 1991 e 2000 nas contas abertas no banco português.

A investigação foi liderada pelos senadores Carl Levin (democrata) e Norm Coleman (republicano). No relatório afirma-se que esta é "uma história sórdida de lavagem de dinheiro" e as instituições não escapam a duras críticas: "a informação mostra que a rede de contas de Pinochet nos Estados Unidos era mais extensa, durou mais tempo e envolveu maior número de bancos do que se pensava. Alguns bancos ajudaram-no ativamente a esconder o seu dinheiro".

E, mais à frente, no documento, pode se ler outra grave acusação. "Como antigo general e presidente do Chile, Pinochet era bem conhecido como violador dos direitos humanos e ditador violento. Mesmo a mais rudimentar obediência às regras federais de 'conheça o seu cliente' teria sugerido que estas contas deviam ser investigadas e fechadas há muito tempo".

Os bancos "ajudaram um ditador estrangeiro a esconder os recursos do seu próprio povo", acusou o senador Carl Levin em conferência de imprensa.
O esquema utilizado por Pinochet já é sobejamente conhecido. Para evitar que os bancos contatassem as autoridades chilenas sobre a origem das contas, Pinochet distribuía os montantes amealhados por dezenas de contas, todas elas abaixo do limite legal de 13 milhões de euros, para evitar que fossem denunciadas.

A ditadura de Pinochet provocou a morte a mais de 3200 chilenos, e inclui crimes cometidos em solo estrangeiro. O número de pessoas torturadas pode ultrapassar 27 mil. Pinochet morreu em dezembro de 2007.

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