FOLHA DE S.PAULO - O futuro do senador Demóstenes Torres (GO) no DEM depende
da abertura de ação da Procuradoria-Geral da República em relação ao
envolvimento dele com o empresário de jogos Carlos Cachoeira, preso na
Operação Monte Carlo, no mês passado.
Se o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedir abertura de
inquérito para investigar o senador, a cúpula do DEM analisará o que fazer
--entre as hipóteses está até a saída dele da sigla.
Reservadamente, outros integrantes do partido já cogitam expulsar Demóstenes
caso Gurgel decida pedir abertura de inquérito, o que também pode acelerar
um eventual processo contra o senador no Conselho de Ética do Senado por
quebra de decoro parlamentar.
Agripino admitiu que a abertura de inquérito complica a situação de
Demóstenes, mas acha cedo falar em expulsão. "Se o procurador pedir a
abertura de inquérito é ruim, porque é aberto por conta de elementos que
estão lá, mas é preciso dar direito de defesa ao Demóstenes."
Ontem, os senadores Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Jorge
Viana (PT-AC), que antes defendiam Demóstenes, pediram que ele faça um novo
pronunciamento sobre sua versão dos fatos. Os três mudaram o tom após o
surgimento de novas suspeitas contra o senador --incluindo a de que ele
teria pedido dinheiro a Cachoeira.
"O caso é grave. Esta Casa não terá moral para convidar, intimar qualquer
cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do
senador Demóstenes", afirmou Taques.
Outro senador, Álvaro Dias (PSDB-PR), disse que a citação sobre Demóstenes
"cria um grande constrangimento" e "cala um pouco uma das vozes mais fortes
e autorizadas da oposição".
Demóstenes nega irregularidades nas relações com Cachoeira --que, por sua
vez, se diz inocente.
LEANDRO COLON, GABRIELA GUERREIRO E SIMONE IGLESIAS)
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