Falta de revisões periódicas acarreta acúmulo de bactérias e fungos; para limpar tudo, o prejuízo pode passar de R$ 1 mil.
Priscila Dal Poggetto
Do site G1
Dias
quentes e chuvas torrenciais "pedem" o uso do ar-condicionado do
carro. Apesar de parecer simples resolver os inconvenientes do calor com um
botão, se o sistema não for cuidado da maneira correta, o arzinho refrescante
pode virar um "veneno" para a saúde. Isso porque a falta de revisões
periódicas acarreta acúmulo de bactérias e fungos e, para limpar tudo, o
prejuízo pode passar de R$ 1 mil.
O primeiro
componente e o mais fácil de ser trocado é o filtro de ar ou filtro de pólen.
Ele é o responsável por “segurar” a sujeira e proteger o sistema, no entanto,
para isso, deve ser trocado, de preferência, a cada revisão. Não existe uma
quilometragem exata para a substituição. Vai depender do estado do filtro, ou
seja, do quanto ele foi exposto, de acordo com especialistas consultados.
Segundo
o engenheiro e conselheiro da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE
Brasil), Francisco Satkunas, os primeiros sinais de que o filtro está muito
sujo são o cheiro de mofo e a dificuldade de ventilação, quando é necessário
colocar o ar em velocidades maiores.
Há
dois tipos de filtros que podem ser utilizados no carro, mas isto vai de acordo
com a opção da montadora. Um é branco, chamado filtro de partícula. O outro é
de carvão ativado, o mesmo usado nas velas de filtro de água. A função é igual
para ambos: limpar o ar que vai entrar no habitáculo, mas o de carvão tem maior
capacidade de filtrar gases e odores.
Nem
todos os carros têm filtro - No entanto, nem todos os carros têm filtro de ar -
embora eles existam desde 1987, desenvolvidos na Europa para proteger os
ocupantes alérgicos a pólen. De acordo com o responsável pelo aftermarket da
Freudenberg Não-Tecidos no Brasil (fabricante de filtros), Luciano Ponzio da
Silva, é preciso checar no manual do carro ou mesmo na central de atendimento
ao cliente da montadora sobre a existência da peça. Até mesmo para se proteger
de cobranças de serviços de algo que nem existe no veículo.
Segundo
ele, como a caixa do sistema de ar-condicionado é lacrada, apenas uma loja
especializada conseguiria fazer uma adaptação para a colocação do filtro. No
entanto, o procedimento é caro e pode comprometer partes do veículo por se
tratar de uma “gambiarra”.
Limpeza
dos tubos - Nos carros com filtro, na troca periódica, os especialistas
recomendam também que se faça a higienização do sistema. Ela é feita por um
produto em spray que mata fungos e bactérias acumulados na tubulação, já que o
filtro não barra 100% da sujeira.
A
troca do filtro mais a higienização custa entre R$ 30,00 e R$ 60,00 na maioria
dos casos. Porém, alguns carros têm sistema mais complexo e exigem mais tempo
de mão de obra, assim, os preços podem chegar a R$ 100,00.
“Alguns
carros dão um trabalhão para trocar, por causa da localização do filtro. Na
Chevrolet Meriva, por exemplo, é preciso desmontar a grade do limpador de
para-brisa, a chamada churrasqueira”, exemplifica Satkunas.
Quando
a higienização não é suficiente - No caso de carros sem filtro ou com o sistema
de ar-condicionado muito sujo, a higienização comum não será suficiente para
manter a qualidade do ar. “Nesses casos, é preciso desmontar o painel do carro
inteirinho para chegar ao evaporador, que parece um radiador de carro e é o
responsável por deixar o ar gelado. Todas as peças têm de ser retiradas e
limpas”, explica Silva, da fábrica de filtros. “Depois, tem que montar tudo de
novo e conseguir ligar todos os componentes eletrônicos que ficam no painel. Por
isso, a mão de obra é tão cara”, explica.
O
procedimento demora três dias para ser feito. De acordo com o especialista da
Freudenberg, esse tipo de serviço custa de R$ 500,00 a R$ 600,00. Nos carros
com airbag, o valor pode passar de R$ 1 mil.
Filtro
portátil
No
Brasil, o primeiro purificador de ar portátil exclusivo para carros foi lançado
em novembro pela Philips. O objetivo desse tipo de produto é ajudar pessoas que
já têm problemas respiratórios, como asma, e até mesmo prevenir doenças.
Chamado de GoPure, ele tem o tamanho de um aparelho de DVD.
“Ele
é equipado com três filtros e pode ser ligado no acendedor de cigarros ou
direto na fiação”, diz a gerente de Marketing da Philips do Brasil, Juliana
Gubel. O aparelho vem com sensor que avisa quando é preciso trocar o filtro.
Mas a tecnologia ainda é cara no país. Fabricado em Hong Kong, o aparelho é
comercializado aqui por cerca de R$ 600,00.
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