Assim que a revolução triunfou, chegou à pacata cidade de Solânea, na Paraíba, um telegrama enviado pelo general vitorioso ao Cabo Muriçoca, delegado do lugar:
"Prenda todos os comunistas em nome do Exército Nacional".
Orgulhoso por tamanha distinção,o cabo reuniu a tropa, exibiu o telegrama como um troféu, leu os seus dizeres e passou a indagar:
- Alguém aí sabe o que é "comunista". Silêncio na platéia. Até que apareceu um soldado sarará, do beiço rachado, um olho aberto e o outro fechado, que foi logo opinando:
- Seu cabo, na minha opinião, "cumunista" é o cabra que come cú.
Aí o delegado, com jeito de quem descobriu o Brasil, ordenou:
- Se é assim, vamos invadir o cabaré de Maria Priquitim e prender todo cabra safado que estiver comendo cu.
Dito e feito. Chegaram logo metendo as botas nas portas, invadindo os quartos, flagrando os casais no bem bom. Já tinham invadido cinco quartos, quando no sexto encontraram um sujeito enrabando a quenga Joinha. O delegado não pestanejou:
- Teje preso seu "cumunista" safado, em nome do Exército Nacional!
- Teje preso seu "cumunista" safado, em nome do Exército Nacional!
O pobre homem ficou logo com a rola mole, suando por todos os buracos, enquanto balbuciava:
- Mas seu delegado, eu não fiz nada...
- Fez, seu subversivo. Você tava cumendo um cú e quem come cu é "cumunista", esbravejou Muriçoca.
Ao pobre "cumunista" só restou uma derradeira explicação:
Ao pobre "cumunista" só restou uma derradeira explicação:
- Seu delegado, juro pela minha falecida mãe, que está no céu: é a primeira vez que eu como um cuzinho. O que eu sou mesmo é bucetista.
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