segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Os benefícios fantásticos do pimentão


pimentaoEmbora pertençam à família da pimenta, os pimentões são leves e podem acrescentar um sabor delicioso ao seu molho, fazer uma parceria perfeita com uma salada, e dar um colorido a mais em seu sanduíche.
Mas o apelo dos pimentões vai muito além da aparência e sabor. Aqui está uma lista dos benefícios do pimentão para sua saúde:
- O pimentão possui poucas calorias! Uma xícara tem apenas 45 calorias. Bônus: uma xícara de pimentão vai lhe dar mais do que a sua cota diária de vitamina A e C!
- Pimentões vermelhos contêm vários fitoquímicos e carotenoides, especialmente betacaroteno, que possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
- A capsaicina, presente em pimentões, tem múltiplos benefícios para a saúde. Estudos mostram que esta substância diminui o colesterol “ruim”, controla o diabetes, traz alívio da dor e reduz a inflamação.
- Se cozidos por um curto período em fogo baixo, o pimentão retém a maior parte do seu doce sabor frutado, e mantém seus flavonoides, que é um poderoso composto que colabora para absorção de vitamina C.
- O teor de enxofre no pimentão desempenha um papel protetor contra certos tipos de cânceres.
- O pimentão é uma boa fonte de vitamina E, que é conhecida por desempenhar um papel fundamental na manutenção da pele e do cabelo.
- Pimentões também contêm vitamina B6, que é essencial para a saúde do sistema nervoso e ajuda na renovação celular.
- Certas enzimas no pimentão, como a luteína, protegem os olhos da catarata e da perda de visão em adultos mais velhos.
- Por fim, só que não menos importante, o pimentão contém muita vitamina C, que potencializa o sistema imunológico e mantém a pele jovem. A quantidade mais elevada de vitamina C é concentrada no pimentão vermelho.
Então, o que você está esperando para acrescentar o pimentão em sua cesta de compras e começar a colher os seus benefícios para a saúde?




terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Lula e Mujica se encontram para discutir rumos da esquerda no continente

Desestabilização política na Venezuela, crise econômica na Argentina e coquetel de protestos, Copa do Mundo e ano eleitoral no Brasil. Lula e Mujica têm muito a esquadrinhar

lula mujica esquerda uruguai
Lula e Mujica se encontram para reler mapa da esquerda na América do Sul (Foto: Instituto Lula)
Os dois principais líderes da esquerda da América do Sul se encontram esta noite em Montevideo, no Uruguai. No Palácio Presidencial, José Pepe Mujica recebe o ex-presidente Lula para uma conversa que promete ser longa. Eles têm de trocar impressões em profundidade para traçar um mapa atualizado dos chamados governos e forças populares no subcontinente. Em relação a um ano, a reviravolta no poderio da esquerda na região é completa, de resto, como os adversários torciam.
O centro dos problemas está na Venezuela. Desastradamente, o governo de Nicolás Maduro reagiu com violência desleal a protestos universitários surgidos três semanas atrás, com espancamentos, humilhações e dezenas de prisões sobre manifestantes. Conseguiu, assim, criar uma uma onda nacional diária de solidariedade e descontentamentos. Somados à crise econômica no país, os atos que se sucedem contra o governo contribuem para a deterioração do cenário, que se ressente, pela ótica bolivariana, da falta de liderança de Hugo Chávez e da inabilidade administrativa do atual presidente.
Ali, três diplomatas americanos foram expulsos do país, acusados de conspiração, e têm até esta terça-feira 18 para deixar Caracas.
Raúl Castro, em Cuba, tem o destino econômico de sua revolução bastante dependente da Venezuela.
No extremo, do outro lado do rio da Prata, Lula e seu anfitrião Mujica têm para analisar o recrudescimento da crise econômica e cambial da Argentina, com reflexos diretos para o comércio dentro do Mercosul. Se, politicamente, o quadro não tem parelalo com o da Venezuela, a perda de importância econômica do país governado por Cristina Kirchner é dada como irreversível.
Após o sucesso do golpe congressual no Paraguai e a volta da influência dos EUA nesse país geograficamente central do Cone Sul, os dois líderes esquerdistas Lula e Mujica podem avaliar de que contam apenas com suas próprias forças para sustentar a bandeira das causas sociais.
No Chile, a nova presidente Michele Bachelet, do Partido Socialista, tem tantos problemas econômicos a administrar, e também muitos compromissos com as classes estudantil e trabalhadora, que dificilmente terá tempo para liderar a esquerda latino-americana. Evo Morales, da Bolívia, mais divide do que une, e Rafel Corrêa, no Equador, provou-se um bravateiro de baixa repercussão.
Na agenda pública, a liderança da Unasul figura como um dos pratos fortes do jantar desta noite. O presidente uruguaio gostaria de ver seu colega brasileiro dar alguma organicidade à reunião de países da região não alinhados aos Estados Unidos. Mas, envolvido na eleição presidencial brasileira, Lula deverá preferir continuar com seu papel de referência à distância do que assumir tarefas de dia a dia diplomático, é claro.
Valerá o encontro para uma releitura do quadro da esquerda na América do Sul. Fazendo-se a projeção não irreal de permanente instabilidade ou final antecipado do governo chavista da Venezuela, quer por golpe militar, chicana constitucional ou pressão social, o bloco esquerdista sul-americano perderá sua segunda maior potência econômica.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:
Presidente do Uruguai recebe Lula para analisar situação da América do Sul
Da Agência Brasil* Edição: Davi Oliveira
O presidente do Uruguai, José Mujica, vai receber hoje (17) o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, com quem irá analisar a situação atual da América do Sul e o papel da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Em nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente será recebido em jantar no palácio presidencial do Uruguai.
Nesta segunda-feira, a imprensa uruguaia publicou uma entrevista na qual Mujica diz que Lula tem todas as condições para assumir a liderança da região.
Sempre pensei que Lula deveria ter muito que ver com o processo de integração da Unasul, porque era a figura mais indicada. Contudo, ele sempre pensou que, por ser brasileiro, se atribuiria ao Brasil uma visão dominadora”, explicou o presidente uruguaio.
Além do tema da Unasul, a pauta do encontro inclui a negociação em curso entre Mercosul e União Europeia e também a necessidade de se ajustar uma séria de políticas complementares que estão em marcha.
A visita de Lula também servirá para que Mujica apele aos bons ofícios do ex-presidente em questões bilaterais, especialmente às vinculadas à possível instalação de empresas brasileiras no Uruguai e ao término da integração elétrica entre os dois países.






Ccolégio Médici vira colégio Marighella


blog - colegio marighella do
“Diário Oficial'' do Estado da Bahia, 14.fev.2014

O governo da Bahia encerrou as especulações sobre uma possível recusa da mudança de nome e publicou no “Diário Oficial'' do Estado a nova denominação do antigo Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici. A instituição de ensino fundamental, médio e profissional passa a se chamar Colégio Estadual do Stiep Carlos Marighella (Stiep é o bairro soteropolitano onde o estabelecimento se localiza).
A troca foi sacramentada em portaria do secretário da Educação, Osvaldo Barreto Filho, veiculada na sexta-feira.
O general gaúcho Médici (1905-85) governou o Brasil de 1969 a 74, período mas repressivo da ditadura instaurada em 64. Em seu governo, ao menos 29 agentes de segurança mataram o guerrilheiro baiano Marighella (1911-69), que estava desarmado ao ser surpreendido e fuzilado numa rua paulistana.
O pedido para a substituição do nome ocorreu em dezembro, quando houve uma eleição da qual participaram professores, funcionários, estudantes e pais de alunos. O nome de Marighella recebeu 406 votos, o equivalente a 69% dos sufrágios. O do geógrafo baiano Milton Santos (1926-2001), 128. Perseguido pela ditadura, o célebre cientista teve de passar cerca de uma década no exílio, inclusive durante a administração Médici. Não houve sugestão na escola para que o nome do antigo ditador fosse incluído na cédula. Os votos nulos somaram 25, e os brancos, 27.
A proposta de mudança, ideia antiga de segmentos da comunidade escolar, prosperou depois que alunos da professora de sociologia Maria Carmen organizaram a exposição batizada “A vida em preto e branco: Carlos Marighella e a ditadura militar”. Um vídeo sobre a exposição pode ser visto clicando aqui.
O colégio foi inaugurado e batizado em 1972, quando Médici era o ditador. O general não recebera um só voto popular para assumir a presidência da República, a ditadura tinha acabado com as diretas para o Planalto.
Filho de um operário italiano e de uma negra filha de escravos, o mulato Carlos Marighella tornou-se famoso na Bahia aos 17 anos, ao responder em versos rimados a uma prova de física. Militou por 33 anos (1934-67) no Partido Comunista. Integrou a Assembleia Constituinte de 1946, na qual defendeu, sem sucesso, propostas como o direito ao divórcio e a adoção do 13º salário. Deputado federal, teve o mandato cassado em 1948, por perseguição política. Comandou uma das greves mais rumorosas do século XX no país, a Greve dos 300 Mil, março-abril de 1953, em São Paulo. Desarmado, foi baleado e preso num cinema carioca em maio de 1964, semanas depois do golpe de Estado que depôs o presidente constitucional João Goulart.  Após romper com o PCB, Marighella foi um dos fundadores e dirigentes da maior organização armada de combate à ditadura, a ALN, Ação Libertadora Nacional. Em novembro de 1968, o governo declarou-o formalmente inimigo público número 1. Com o fim da ditadura, a União viria a reconhecer que Marighella poderia ter sido preso com vida em 1969 e apresentaria à sua família um “pedido oficial de desculpas''.






domingo, 16 de fevereiro de 2014

As bobagens da Veja: Sininho e as caças as bruxas

Sininho e as caças as bruxas

A Veja sempre choca pelas suas matérias de capa e com o conteúdo dentro dela com suas matérias bizarras.Desde matéria que não tem nada a ver sobre emagrecimento até falar ad eternum do PT,partido dos traidores(se também pudesse falar do PSDB,partido que ela tanto ama e idolatra seria maravilhoso)
A revista é bem clara ao dizer em suas matérias a quem serve:a direita conservadora e os capitalistas neo liberais.Seus colunistas como Reinaldo Azevedo,Maílson da Nobrega ,Claúdio Moraes Castro e Rodrigo Constantino deveriam ser presos pelo seus fascismos.
Porém a capa dessa semana é curiosa:a foto da ativista gaúcha porra louca imbecil  Sininho.Uma mulher que faz intermédio entre os políticos da dita esquerda(PSOL ).Quase uma Maria Gabinete.Porque a capa com essa "ativista"
Colocar foto de uma pretensa cineasta,que não trabalha e nem estuda é mostrar o que para sociedade?
Colocar essa mulher como uma  ameaça social é de uma hilariedade incrível.Pelo contrário,é para fazer a direita rir e botar seu time em campo com muito cacetete,tiros e mortes para calar a população.
Colocar também o manifestante desastrado que soltou um rojão sem direção  como terrorista é simplesmente uma canalhice tamanha.Será que se fosse um filho de um juíz ou a té policia teria o mesmo tratamento ou seria acusado de erro de operação?
Bom,mas para imprensa como a Editora Abril que se foda os exageros,mas que estas sejam colocadas de imediato.
E assim com essas figuras como Sininho, manifestante-rojão e black docs(quem souber quem são essas figuras que me responda depois) errado o estado burguês opressor tem justificativas de sobra para reprimir o povo pacífico que vai as ruas.
A revolução popular rumo a igualdade pode acabar sendo acuada pela direita.
Quem dera se houvesse grupos como ETA e IRA aqui no Brasil ou a volta de grupos guerrilheiros MR-8 e VAL-Palmares para afrontar as forças policiais.Quem dera se voltasse esses grupo ou tivesse eles...
Porém vemos a Veja paranoiza dizendo que estamos chegando ao terrorismo.Terrorismo já existe com traficantes e milicianos e seus grupos colocando terror em favor de seus bolsos.Será que essa revista não pode fazer essa denúncia  contra esses grupos citados?
A revolução popular está sendo prejudicado por esses grupos individuais que não tem minima estratégia.E nós brasileiros que nos  fudemos.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A carta aberta de João Paulo a Joaquim Barbosa



Por João Paulo Cunha

Caro ministro Joaquim Barbosa, há poucos dias, em entrevista, o senhor ficou irritado porque a imprensa publicou a minha opinião sobre o julgamento da ação penal 470 e afirmou que não conversa com réu, porque a este só caberia o ostracismo.

Gostaria de iniciar este diálogo lembrando-lhe da recente afirmação do ex-ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal: "O Judiciário tende a converter-se em um produtor de insegurança" e que "o que hoje se passa nos tribunais superiores é de arrepiar". Ele tem razão. E o julgamento da ação penal 470, da qual V.Exa. é relator, evidencia as limitações da Justiça brasileira.

Nos minutos finais do expediente do último dia 6 de janeiro, o senhor decretou a minha prisão e o cumprimento parcial da sentença, fatiando o transitado e julgado do meu caso. Imediatamente convocou a imprensa e anunciou o feito. Desconsiderando normas processuais, não oficializou a Câmara dos Deputados, não providenciou a carta de sentença para a Vara de Execuções Penais, não assinou o mandato de prisão e saiu de férias. Naquele dia e nos subsequentes, a imprensa repercutiu o caso, expondo-me à execração.

Como formalmente vivemos em um estado democrático de direito, que garante o diálogo entre o juiz e o réu, posso questionar-lhe. O caso era urgente? Por que então não providenciou os trâmites jurídicos exigidos e não assinou o mandato de prisão? Não era urgente? Por que então decretou a prisão de afogadilho e anunciou para a imprensa?

Caro ministro, o senhor pode muito, mas não pode tudo. Pode cometer a injustiça de me condenar, mas não pode me amordaçar, pois nem a ditadura militar me calou. O senhor me condenou sem me dirigir uma pergunta. Desconsiderou meu passado honrado, sem nenhum processo em mais de 30 anos como parlamentar.

Moro na periferia de Osasco há 50 anos. Trabalho desde a infância e tenho minhas mãos limpas. Assumi meu compromisso com os pobres a partir da dura realidade da vida. Não fiz da fortuna minha razão de existir, e as humilhações não me abatem, pois tatuei na alma o lema de dom Pedro Casaldáliga: "Minhas causas valem mais do que minha vida".

O senhor me condenou por peculato e não definiu onde, como e quanto desviei. Anexei ao processo a execução total do contrato de publicidade da Câmara, provando a lisura dos gastos. O senhor deve essa explicação e não conseguirá provar nada, porque jamais pratiquei desvio de recursos públicos. Condenou-me por lavagem de dinheiro sem fundamentação fática e jurídica. Condenou-me por corrupção passiva com base em ato administrativo que assinei (como meu antecessor) por dever de ofício.

Por que me condenou contra as provas documentais e testemunhais que atestam minha inocência? Esclareça por que não aceitou os relatórios oficiais do Tribunal de Contas da União, da auditoria interna da Câmara dos Deputados e da perícia da Polícia Federal. Todos confirmaram que a licitação e a execução do contrato ocorreram em consonância com a legislação.

Desafio-lhe a provar que alguma votação tenha ocorrido na base da compra de votos. As reformas tributária e previdenciária foram aprovadas após amplo debate e acordo, envolvendo a oposição, que por isso em boa parte votou a favor.

Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático. Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e fazer política. Deve ter postura isenta.

Despeço-me, senhor ministro, deixando um abraço de paz, pois não nutro rancor, apesar de estar convicto – e a história haverá de provar – que o julgamento da ação penal 470 desprezou leis, fatos e provas. Como sou inocente, dormirei em paz, nem que seja injustamente preso.




sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Reservatório da Cantareira atinge menor nível em 39 anos

FELIPE SOUZA
MOACYR LOPES JUNIOR
DE SÃO PAULO

Em 39 anos de operação do reservatório da Cantareira, o principal fornecedor de água para a Grande São Paulo atinge o seu nível mais crítico: 22,4% da capacidade total.
A afirmação é do diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato Yoshimoto.
Há um ano, 52% dos reservatórios estavam completos.
Segundo Yoshimoto, a quantidade de chuva no reservatório nos últimos dois meses é a menor desde 1930, quando começou a medição. Em dezembro de 2013 choveu 60 mm -o menor número havia sido de 104 mm.
Houve 87,7 mm de chuvas na região desde o início do ano. A média para o mês é de até 300 mm. "A capacidade de armazenamento das nossas represas é de 1 bilhão de m³ de água, mas neste ano só temos 222 milhões", diz.
Segundo ele, a previsão estendida do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) é que as chuvas voltem a atingir a região da Cantareira a partir da segunda semana de fevereiro. "Este é um verão totalmente anormal", diz o diretor.

Para evitar mais problemas, cerca de 1,6 milhão de habitantes da zona leste de São Paulo, em bairros como São Miguel Paulista, Vila Carrão e Itaim Paulista, estão sendo abastecidos pela bacia do Alto do Tietê.
A empresa tem investido em anúncios em TVs e jornais para incentivar o consumo moderado de água.
O diretor afirmou que a Grande São Paulo também tem o abastecimento prejudicado devido à sua localização. "Nós estamos na nascente do Tietê, mas temos população e produção muito grandes, o que prejudica."
A Sabesp abriu uma licitação, por meio de uma parceria público-privada, para construir uma adutora para buscar água na represa do rio São Lourenço, na bacia do Ribeira do Iguape, para abastecer mais 1,5 milhão de pessoas. Já há um consórcio vencedor. A construção custará R$ 2,2 bilhões e deve ser concluída em 2018. 


Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Técnico monitora nível baixo de represa do sistema Cantareira na Grande São Paulo

Técnico monitora nível baixo de represa do sistema Cantareira na Grande São Paulo


Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Gerente de recursos hídricos da Sabesp caminha próximo a comporta de represa do sistema Cantareira

Gerente de recursos hídricos da Sabesp caminha próximo a comporta de represa do sistema Cantareira






quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Há 45 anos, Dilma se tornava clandestina; locais por onde ela passou vão virar roteiro em BH

Casa na rua Itacarambi, bairro São Geraldo,
em Belo Horizonte, onde funcionava
o Colina (Comando de Libertação Nacional),
rupo guerrilheiro que combatia a ditadura militar
Carlos Eduardo Cherem 
Do UOL, em Belo Horizon
  • No início da manhã de 29 de janeiro de 1969, há 45 anos, policiais civis de Minas Gerais estouram o "aparelho" (esconderijo) do Colina (Comando de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro que combatia a ditadura militar, na casa de número 120, na rua Itacarambi, bairro São Geraldo, em Belo Horizonte. Na véspera, os militantes do Colina assaltaram uma agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais, em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte.
Houve intenso tiroteio entre os sete integrantes do grupo que estavam na casa –-Jorge Nahas, Maria José Nahas (sua esposa à época), Afonso Celso Lana Leite, Murilo Pinto Pezzuti, Júlio Bitencourt, Nilo Sérgio Macedo e Maurício Paiva-– e os policiais civis.
O subinspetor Cecildes Moreira Faria e o guarda-civil José Antunes Ferreira foram mortos. O investigador José Reis de Oliveira foi ferido. Os guerrilheiros foram presos. Alguns foram cobaias em aulas de tortura da ditadura militar.
Poucas horas após a queda do aparelho, a presidente Dilma Rousseff, 66, e o marido Cláudio Galeno, militantes do Colina, fogem do apartamento 1.001 do edifício Condomínio Solar, na avenida João Pinheiro, 85, zona central da capital mineira. Dilma entra na clandestinidade e passa a dormir cada noite em local diferente.
A residência do professor de origem búlgara Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva, que não conheciam o grau de envolvimento de Dilma com as atividades do grupo, é vigiada pela polícia. Perseguido na cidade, o casal muda-se para o Rio de Janeiro. Dilma tinha 21 anos e havia concluído o segundo ano de economia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
  • Carlos Eduardo Cherem/UOL
    Colégio Estadual Central, atual Escola Estadual Milton Campos, em Belo Horizonte, onde a presidente Dilma Rousseff estudou
"Tínhamos de tirar ela [Dilma] e o Galeno rapidamente dali. Eles não podiam mais ficar porque iam ser presos. (...) Nós não participávamos das ações de 'expropriações' [assaltos a bancos], ficávamos na retaguarda", diz o ex-militante do Colina Jurandir Persichini Cunha, 68. O ativista tinha 23 anos à época e cursava comunicação social na  UFMG.
O ex-guerrilheiro Jorge Nahas, 68, que participou do tiroteio da rua Itacarambi, diz que a Polícia Civil, quando empreendeu a operação, já havia avançado na condução das investigações sobre o Colina, e não restava outra alternativa aos militantes que estavam em liberdade a não ser entrar na clandestinidade.
"Eu fazia parte do grupo que executava as ações de guerrilha, sobretudo as 'expropriações' [assaltos]. A Dilma era do grupo responsável pelas ações políticas junto a estudante e trabalhadores. Mas a polícia havia estabelecido a relação dos dois grupos. Na ocasião, ela [Dilma] teve de entrar na clandestinidade senão seria presa", afirmou Nahas. Em 1969, ele tinha 23 anos e estudava medicina na UFMG.

Locais de resistência

A Belotur, empresa de turismo do município, está finalizando a elaboração de um roteiro de resistência ao regime militar em Belo Horizonte. Os locais que marcaram a militância de Dilma Rousseff na cidade foram identificados e mapeados para constarem do catálogo. A publicação será lançada em 31 de março, quando o golpe militar de 1964 completa 50 anos.
"É uma data emblemática para o lançamento da publicação que é um guia, com 16 roteiros de 'lugares de memória', que incluem 'locais de resistência', que têm relação com a história da presidente", afirma o presidente da Belotur, Mauro Werkema.
Além da casa da rua Itacarambi onde funcionou o aparelho frequentado pela presidente e o edifício Condomínio Solar, onde Dilma morou, o roteiro inclui ainda "locais de resistência", como o antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), na avenida Afonso Pena, 2.351, bairro Funcionários, e o antigo Colégio Estadual Central, na rua Fernandes Tourinho, 1.020, bairro de Lourdes, onde Dilma estudou e iniciou sua militância política.

Troca de prisioneiros

A presidente Dilma Rousseff viveu na clandestinidade por 12 meses. Em 16 de janeiro de 1970, ela foi presa em São Paulo. Depois de ter sido torturada na prisão, foi libertada em 1973 e mudou-se para Porto Alegre.
No Rio Grande do Sul, terminou o curso de economia que havia interrompido, e construiu sua carreira política que levou-a a presidência, como a primeira mulher a governar o país.
Jorge Nahas foi libertado em junho de 1970, na troca de 40 prisioneiros pelo  embaixador alemão Ehrenfrid von Holleren, seqüestrado por guerrilheiros no Rio de Janeiro. Nahas viveu em Cuba até 1979, onde terminou o curso de medicina, e voltou ao país com a anistia.
Ele especializou-se em administração hospitalar e filiou-se ao PT. Foi coordenador de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, superintendente da Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais) e secretário municipal de Políticas Sociais de Belo Horizonte. Prestes a se aposentar, Nahas mora no Sítio Coxo D´Água, em Rio Acima, região metropolitana de Belo Horizonte.
Jurandir Persichini Cunha viveu poucos meses na clandestinidade e, novamente, foi preso e torturado. Mas conseguiu terminar o curso de comunicação na UFMG. Em 1970, tornou-se jornalista.
Cunha passou pelos principais órgãos de comunicação do país e, taxado de "comunista", enfrentou muitas dificuldades para manter-se no mercado de trabalho, até a redemocratização do país, na década de 1980. Na "Rede Globo", foi o responsável pela criação da extinta Olimpíadas do Operário, que dirigiu durante muitos anos.
Atualmente, trabalha na Controladoria Estadual de Minas Gerais e vai se aposentar brevemente.