Blogueiro preso no Senado: 'polícia agiu criminosamente'

Supõe-se que esta seja a vontade do senador

O blogueiro Rodrigo Grassi, que se envolveu em um bate-boca com o senador Aloysio Nunes (PSDB), disse em entrevista ao Terra que a Polícia do Senado agiu criminosamente ao detê-lo e, segundo ele, tentar violar os dados de seu celular e coagi-lo a apagar a gravação feita. Ele contou ainda que publicou o vídeo no Facebook “de dentro da delegacia mesmo”.

O blogueiro, que diz sobreviver “com o último salário que recebi e da ajuda de amigos e familiares”, negou versão do senador, que disse: “quando eu estava saindo do Senado, ele voltou a me abordar e foi preso”. Ele diz ter sidor retirado "de dentro de um ônibus de linha, passando pelos empurrões e gritos do agente de camisa azul que de lá me retirou”.
Grassi elencou o que considera violações dos seus direitos: “tentativa de coação por parte do diretor Pedro para que eu apagasse o vídeo, da apreensão autoritária do meu celular sem lacrá-lo para a perícia, em ficar até 0h sem saber qual era a acusação contra minha pessoa e, por fim, na constatação de que já tentaram violar meus dados particulares contidos no Iphone”.
O vídeo publicado não sofreu edições e foi postado de dentro da delegacia do Senado, afirmou o blogueiro, “blefei que já havia mandado (a gravação para o Facebook) e que já estava na web. Caíram no blefe do jogador de pôquer. Daí falei que tinha direito a uma ligação, fiquei com o celular mais uns três minutos e publiquei de lá de dentro da delegacia mesmo”.
Sobre a nota publicado por Aloysio em seu twitter, segundo a qual Grassi é um "ex-assessor do PT com histórico de hostilizar quem faz oposição" - referência ao seu antigo cargo de assessor da deputada Érika Kokay (PT-DF), do qual foi exonerado depois de publicar um vídeo em que aparece ofendendo verbalmente o ministro do STF Joaquim Barbosa - Grassi diz que o senador “adotou a velha tática ad hominem de quem está acostumado a se achar inquestionável, intocável e acima do bem e do mal”.