Aumento de empregos e circulação de dinheiro amplia o comércio, valoriza terrenos e muda a vocação de cidades inteiras em Pernambuco, como Umãs.
Uma localidade sem desemprego, com circulação de dinheiro e um povo sempre feliz parece impossível, mas a Vila Umãs é assim. Localizada em uma área que no século passado foi quilombo, o distrito de Salgueiro é hoje uma região que vive um de seus melhores momentos, desde sua instalação, em dezembro de 1948.
Muitos moradores do local, que antes viviam procurando trabalho, tornaram-se funcionários das empresas que atuam nas obras do Projeto São Francisco, e os pequenos armazéns se tornaram mercados agitados. Isso mudou o comportamento dos habitantes, agora sempre sorridentes. Mas para que tudo seja perfeito, só falta chover. Só assim os poucos agricultores locais possam plantar cebola, a cultura regional.
Logo nas primeiras horas das manhãs, Antônio Augusto Ribeiro, de 66 anos, deixa seu sítio em direção a Umãs, em cima de uma bicicleta com um cesto na garupa cheio de verduras para vender. Mas, nem sempre, o produto chega a Salgueiro. “Vendo tudo pelo caminho. O povo está comprando muito”, conta Antônio.
“Se tivesse mais, com certeza tinha vendido”, acrescenta o aposentado, que lamenta não poder trabalhar nas obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, onde tem amigos, sobrinhos, primos, e outros parentes empregados.
Durante o dia, a vila fica parcialmente vazia, apenas algumas pessoas andam pelas ruas de paralelepípedos, principalmente as mulheres. A maior parte delas saem de comércios espalhados pela praça onde fica a pequena capela de Bom Jesus, onde começou o distrito.
“Se tivesse mais, com certeza tinha vendido”, acrescenta o aposentado, que lamenta não poder trabalhar nas obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, onde tem amigos, sobrinhos, primos, e outros parentes empregados.
Durante o dia, a vila fica parcialmente vazia, apenas algumas pessoas andam pelas ruas de paralelepípedos, principalmente as mulheres. A maior parte delas saem de comércios espalhados pela praça onde fica a pequena capela de Bom Jesus, onde começou o distrito.
E lá que centenas de pessoas se reúnem em mesas para ver a atração do Umãs Clube, o local da diversão dos moradores aos sábados. A sorridente Marta Margarete Ferreira, de 28 anos, parece ser o retrato da vida nova na vila. Caixa de um supermercado, ele conta que tudo mudou a partir das obras.
A morena conta que seu namorado, vizinhos e vários parentes foram contratados pelas empreiteiras e as vendas de seu patrão vão muito bem. “Ele ampliou o mercado em dezembro passado”, conta Marta.
Ela explica que, até então, só negociavam com funcionários públicos que trabalhavam em Umãs. O resto da clientela era formada por moradores das áreas rurais. Com o aumento do fluxo de dinheiro na região, o comércio adotou mais uma novidade: aceita cartões de crédito, débito e vale-alimentação, a mais nova moeda circulante nos armazéns da vila.
O supermercado fica lotado pela manhã e no final do dia, quando o movimento aumenta com a chegada dos trabalhadores. Uma das clientes é Helenilde Gonçalves Pereira Angelim, cujo marido trabalha na transposição.
“Ave, Maria, foi bom demais”, comemora a mulher, se referindo à contratação do esposo.
Com o dinheiro dos salários, o casal já começou a construir uma casa. O material é adquirido na loja onde trabalha Rafaela Souza Lima Torres, que quase não tem tempo de atender o telefone de pedidos, já que o balcão está sempre cheio de clientes a espera de atendimento.
Ela conta que os materiais mais vendidos são o cimento, cerâmica e tinta. “Há muitas construções, mas o pessoal está reformando também”, diz Rafaela, enquanto atende Valdenir Pereira Vasconcelos, um dos pedreiros disputados em Umãs.
“O dinheiro está circulando bastante e tem melhorado muito a vida”, afirma o pedreiro, apressado em direção ao trabalho.
Cruzando a mesma rua passa em uma moto Antônio Soares Ferreira, carregando uma grande caixa de isopor com tilápias e tambaqui, trazidos da Paraíba. Sem abaixar o preço, ele conseguiu aumentar as vendas e conquistar novos fregueses por causa da circulação de mais renda na vila.
“Antes, vendia 50 quilos por semana. Agora, vendo 100”, conta orgulhoso.
“A obra do Projeto São Francisco tinha que ser feita antes, demoraram muito para isso acontecer”, lamenta o vendedor, exibindo o mesmo sorriso no rosto que seus conterrâneos.
“Ave, Maria, foi bom demais”, comemora a mulher, se referindo à contratação do esposo.
Com o dinheiro dos salários, o casal já começou a construir uma casa. O material é adquirido na loja onde trabalha Rafaela Souza Lima Torres, que quase não tem tempo de atender o telefone de pedidos, já que o balcão está sempre cheio de clientes a espera de atendimento.
Ela conta que os materiais mais vendidos são o cimento, cerâmica e tinta. “Há muitas construções, mas o pessoal está reformando também”, diz Rafaela, enquanto atende Valdenir Pereira Vasconcelos, um dos pedreiros disputados em Umãs.
“O dinheiro está circulando bastante e tem melhorado muito a vida”, afirma o pedreiro, apressado em direção ao trabalho.
Cruzando a mesma rua passa em uma moto Antônio Soares Ferreira, carregando uma grande caixa de isopor com tilápias e tambaqui, trazidos da Paraíba. Sem abaixar o preço, ele conseguiu aumentar as vendas e conquistar novos fregueses por causa da circulação de mais renda na vila.
“Antes, vendia 50 quilos por semana. Agora, vendo 100”, conta orgulhoso.
“A obra do Projeto São Francisco tinha que ser feita antes, demoraram muito para isso acontecer”, lamenta o vendedor, exibindo o mesmo sorriso no rosto que seus conterrâneos.
Com 2,1 mil habitantes e a pouco mais de 27 quilômetros de Salgueiro, o Distrito de Umãs, assim como a região, virou um canteiro de obras. São loteamentos que no futuro serão condomínios. Com isso, o preço da terra se valorizou.
Edvaldo José dos Reis, que nasceu em Umãs, há 60 anos, que o diga. Ele tinha uma área que valia R$ 4 mil. Um ano e meio depois, vendeu por R$ 20 mil. “Tudo graças ao Projeto São Francisco”, comemora.
Moradores que não foram para o canteiro de obras continuam tentando a vida na roça, como Antônio Ribeiro. O aposentado gosta mesmo é da lavoura, de plantar cebola, tomate e verdura, mas está impedido enquanto a chuva não chega.
“As águas foram poucas nos últimos anos, mas deve melhorar”, conclui o aposentado que espera por dias melhores, como os que vivem os moradores de Umãs.
Edvaldo José dos Reis, que nasceu em Umãs, há 60 anos, que o diga. Ele tinha uma área que valia R$ 4 mil. Um ano e meio depois, vendeu por R$ 20 mil. “Tudo graças ao Projeto São Francisco”, comemora.
Moradores que não foram para o canteiro de obras continuam tentando a vida na roça, como Antônio Ribeiro. O aposentado gosta mesmo é da lavoura, de plantar cebola, tomate e verdura, mas está impedido enquanto a chuva não chega.
“As águas foram poucas nos últimos anos, mas deve melhorar”, conclui o aposentado que espera por dias melhores, como os que vivem os moradores de Umãs.