Dr. Marcio Ramisio atende a menina Francisca Maria de Sousa Silva, de 11 anos, enquanto a irmã dela, Zélia Raiane, de 2, aguarda para ser atendida em uma sala de escola de Santa Cruz dos Milagres (PI)
Formada em Enfermagem, ela assumiu o cargo em janeiro e a médica que atendia no posto saiu em março. Somente há um mês, outro profissional foi contratado, também de Teresina, para dois dias de dedicação aos cerca de 50 casos que vão ao posto atrás de ajuda.
José Antônio Cantuária, de 54 anos, clínico geral, atende em Juazeiro do Piauí duas vezes por semana. “O problema é estrutural. Tem de investir em saúde e nos médicos brasileiros”, disse. “Agora está aí essa discussão sobre os estrangeiros, cubanos.”
Cantuária diz que no Piauí há a agravante da demanda oriunda do Maranhão - o Estado tem a menor taxa de médicos para cada mil habitantes (veja mais no infográfico). Com 4,7 mil habitantes, Juazeiro tem outro plantonista, Martinho Delmiro, de Campo Maior, a 80 km.
A falta de estrutura é uma das principais reclamações da categoria. Um jovem médico, que pediu para não ser identificado, disse que, quando há qualquer problema de procedimento por causa da precariedade dos postos, um processo pode recair sobre o médico. “Quando um paciente morre, ninguém quer saber se não tinha equipamento.”
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