por Luiz Carlos Azedo Correio Braziliense
A Operação Dublê, realizada ontem pela Polícia Federal na Paraíba, comprovou, mais uma vez, que um dos ralos da administração pública está na distribuição de verbas para fins sociais. Além disso, mostrou que os rombos dos cofres públicos ocorrem com mais intensidade nas pequenas prefeituras, embora em valores menores. Duas pequenas prefeituras do estado — Catingueira e Cacimba de Areia — desviaram quase R$ 5 milhões destinados justamente às áreas que o povo mais precisa: educação e saúde.
Cacimba de Areia, por exemplo, é uma cidade de apenas 3,5 mil habitantes. Dos R$ 145 mil que recebe do governo federal, R$ 143,2 mil vão para pagamento do Bolsa Família. Portanto, uma cidade pobre, que depende muito de verbas da União. Catingueira não é muito diferente. O município, que está na região do semiárido nordestino, tem 4,8 mil habitantes e também vive às custas de recursos públicos. Mas isso não sensibilizou o prefeito local, que foi preso. Em sua casa, a Polícia Federal apreendeu nada menos do que sete carros de luxo.
E como em tantas outras fraudes ocorridas no Nordeste, o esquema envolvia notas fiscais falsas e licitações fantasmas para justificar os pagamentos, que iam direto para os bolsos daqueles que tinham o dever de preservar os cofres públicos. Segundo fontes da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), hoje há uma certa facilidade para investigar os desvios de recursos nas pequenas prefeituras, já que os métodos usados são, geralmente, os mesmos.
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