A presidente Dilma confirmou ontem, numa conversa com repórteres, que é durona com seus ministros. Quando lhe foi perguntado se era lenda ou se, de fato, ela dava broncas nos seus colaboradores, disse: “Bronca demais”. Em seguida sorriu e acrescentou: “Meu querido, você acha possível fazer alguma coisa se não discutir a coisa? Um projeto só fica de pé se for criticado de todas as maneiras. Não existe um bom projeto se ele não é capaz de aguentar a crítica, qualquer crítica”.
As relações da presidente com a base
Ao contrário do que dizem líderes gover- nistas no Congresso, a presidente Dilma consi- dera que “nossa relação com a base aliada está muito boa”. A propósito da crise no Ministério dos Transportes, cuja cúpula está sendo toda substituída, afirmou: “Estão tentando criar uma crise onde não tem. Não vejo como a adoção de medidas necessárias à administração podem criar dificulda-des”. E alertou: “Os ministérios tem que funcionar. Devemos isso à população. Me botaram aqui (na Presidência) para isso. Onde não estiver funcionando eu vou to-mar providências. A base perde se você não garantir que o governo funcione”.
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| Guido Mantega |
BOM HUMOR.
A presidente Dilma ironizou o desabafo feito, estes dias, pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), que declarou que às vezes não conseguia dormir à noite por causa da questão cambial. Com um sorriso no rosto, a presidente comentou: “É bom a gente não dormir, porque a gente fica alerta.” A presidente, então, encenou arregalar os olhos e completou: “O Guidinho de olhos abertos.” Os presentes riram.
Marcação cerrada
No meio da conversa, a presidente Dilma fala do contrato da Delta para fazer obras emergenciais no aeroporto de Guarulhos (SP). Ela avisa: “A Delta ganhou, mas caso ela não entregue a obra até dezembro, ela será declarada inidônea”.
Socorro
O Brasil faz gestões junto ao Banco Mundial, contou a presidente Dilma, para que a instituição passe a financiar os estados brasileiros.
O dinheiro seria usado para mudar o perfil da dívida e para investimentos sociais e em infraestrutura.
Dilma cria o índice ‘Argentina’
Falando com entusiasmo sobre o fato de o governo Lula, segundo a Fundação Getulio Vargas, ter elevado 39,5 milhões de brasileiros à classe média, a presidente Dilma foi enfática: “Vocês têm ideia do que isso significa? São 39,5 milhões. A Argentina tem uma população de 41 milhões. Nós tiramos uma Argentina da pobreza. Nós botamos no mercado consumidor brasileiro uma Argentina”. Tudo para destacar o programa Brasil Sem Miséria, que pretende atingir 16 milhões de pessoas.
Prazo
O governo Dilma selecionou 50 obras nas cidades sede da Copa do Mundo de 2014. Para garantir o financiamento federal, a presidente
Dilma informou aos governadores que essas obras terão que estar iniciadas até dezembro.
Fonte: Coluna Panorama Político do Jornal O Globo
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