segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vale até uisque de graça na Óticas Diniz

Arione Diniz, dono as Óticas Diniz: lojas em todos os estados e no Distrito Federal

O curioso jeito de fazer negócios e de atrair clientes do paraibano Arione Diniz, que transformou uma loja no Maranhão na maior rede de óticas do país 



Por volta das 20 horas, Diniz desembarcou no pequeno município de Catolé do Rocha, a 400 quilômetros de João Pessoa, para um evento solene: a inauguração da 500a loja da rede (outras dez foram abertas desde então). No palco decorado com balões, vereadores e o prefeito de Catolé dividiam o tapete vermelho com a ex-Big Brother Jaque Khury e outras 12 modelos.
A celebração, embalada por um trio elétrico, parou a cidade de 28 000 habitantes. Cerca de 1000 pessoas fizeram fila para receber armações gratuitas de óculos — algo que já se tornou tradicional a cada inauguração da rede. Na festa, assim como acontece no dia a dia das lojas, cada potencial consumidor foi recebido com refrigerante, cerveja e uísque nacional.
Tudo de graça. “O importante é fazer o cliente se sentir bem cuidado”, diz Arione Diniz. “Fazer o cliente se sentir bem cuidado” permitiu a Diniz quadruplicar de tamanho nos últimos cinco anos, num ritmo de expansão de cinco novas lojas por mês.
Depois de conquistar a liderança de mercado em 24 dos 26 estados brasileiros, ele agora se prepara para abrir 100 pontos de venda em São Paulo — estado hoje dominado pela Óticas Carol, sua maior concorrente, com receitas de 260 milhões de reais em 2010.
Aos 51 anos de idade, Diniz é o empreendedor típico de um Brasil impulsionado pela mobilidade social e pela expansão do crescimento fora dos grandes centros. Sexto de 12 filhos de um casal de lavradores, cursou apenas o ensino fundamental. Deixou Catolé do Rocha aos 16 anos para viver com uma de suas irmãs, que arranjara um emprego em João Pessoa.
Mesmo sendo gago, dois anos depois conseguiu emprego de balconista em uma pequena rede local de óticas. Rapidamente, se tornou um dos melhores vendedores da loja, chegando a gerente em quatro anos. O negócio ia mal em 1992. Demitido num corte de custos, Diniz migrou para São Luís, no Maranhão, onde passou a morar na casa dos sogros.
Com a indenização que recebeu do antigo empregador, equivalente hoje a 3500 reais, comprou uma minúscula loja de óculos, que vivia no vermelho.F
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