sábado, 7 de dezembro de 2013

Tuma: o novo herói de Veja na caçada a Lula e ao PT

Revista da Abril divulga com estardalhaço o "livro bomba" de Romeu Tuma Júnior, defenestrado da Secretaria Nacional de Justiça quando seu nome foi ligado à máfia chinesa em São Paulo; entre outras acusações, ele afirma que Lula teria sido "informante da ditadura", que Celso Daniel foi vítima de um "assassinato político", que José Dirceu operava a "conta do mensalão" nas Ilhas Cayman e que o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, hoje governador do Rio Grande do Sul, comandava a produção de dossiês contra adversários do PT, como o governador Marconi Perillo, de Goiás, e o ex-senador Tasso Jereissati, do Ceará
Personagem polêmico, de uma família também bastante polêmica, o delegado Romeu Tuma Júnior, defenestrado da Secretaria Nacional de Justiça em 2010, quando seu nome foi vinculado à máfia de contrabandistas chineses (leia aqui reportagem da época publicada pelo Estado de S. Paulo), é o novo herói da revista Veja, em sua caçada permanente ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente Lula.
Nesta semana, a revista da Abril anuncia a chegada do "livro bomba", assinado por Romeu Tuma Júnior, mas escrito pelo jornalista Claudio Julio Tognolli, que também atuou em "50 anos a mil", do cantor e compositor Lobão. Trata-se de "Assassinato de reputações - um crime de Estado".
Em seu livro, Tuma Júnior denuncia que, sob o comando de Tarso Genro, hoje governador do Rio Grande do Sul, o governo patrocinava a produção de dossiês contra adversários políticos. Um dos alvos foi Marconi Perillo, governador de Goiás. "Só porque ele avisou o Lula da existência do mensalão", diz Tuma. Outro alvo, segundo o delegado, teria sido o ex-senador cearense Tasso Jereissati, também adversário do ex-presidente. Tuma Júnior afirma que o pedido partiu do hoje ministro Aloizio Mercadante.
Em relação a Lula, Tuma Júnior faz uma acusação mais grave. Afirma que ele foi "informante da ditadura". "Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir na sala do meu pai. Presenciei tudo", diz o delegado.
José Dirceu também é alvo de chumbo grosso. Tuma afirma que caiu do governo não em razão dos supostos vínculos com a máfia chinesa, mas por ter descoberto a "conta do mensalão" no exterior. Ela teria sido criada nas Ilhas Cayman e seria operada pelo ex-ministro da Casa Civil, hoje preso na Papuda. "Mandei cópia para o ministro Tarso Genro apurar isso, e espero resposta até hoje... Será que fui defenestrado por ter chegado à conta caribenha do mensalão?"
Tuma Júnior afirma ainda que Celso Daniel foi alvo de um assassinato político e que recursos desviados na prefeitura de Santo André alimentavam campanhas do PT. Diz que isso foi dito a ele pelo ministro Gilberto Carvalho. "Quando saiu aquela história de que havia desvios na prefeitura, eu, na maior boa fé, procurei a família dele para levar um conforto. Fui dizer a eles que o Celso nunca desviou um centavo para o bolso dele, e que todo recurso que arrecadávamos eu levava para o Zé Dirceu, pois era para ajudar o partido nas eleições", teria dito Gilberto Carvalho numa conversa com o delegado.
O livro relata ainda que todos os ministros do Supremo Tribunal foram grampeados, na época da Operação Satiagraha, contra o banqueiro Daniel Dantas. "Segue a verdade do caso: não só Gilmar Mendes foi grampeado como também todos os ministros do STF. O grampo foi feito com uma maleta francesa".
Tuma Júnior disse que não está publicando seu livro em razão de mágoas ou ressentimentos, mas apenas porque, segundo ele, teria se tornado vítima da mesma máquina de "assassinato de reputação". "Meu bem mais valioso é a minha honra", afirma.







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