O ex-presidente Lula discursou
na tarde deste domingo na cerimônia de abertura do Congresso Nacional do
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automobilística e Aeroespacial dos
EUA, a UAW. Lula falou de improviso diante de uma plateia de cerca de 1200 pessoas
e foi aplaudido diversas vezes durante as quase duas horas de seu discurso na
cidade de Washington, nos EUA.
Ninguém mais vai defender os
trabalhadores, e vocês sabem disso”. E comentou sobre a tentativa de uma
fábrica da Nissan, em Mississipi, de bloquear a atividade do sindicato: “Não
podemos deixar isso acontecer”.
Lula recordou que a UAW o
apoiou quando ele foi preso pelo regime militar. O ex-presidente lembrou
momentos de sua carreira como político e como trabalhador. Contou, por exemplo,
da conversa que teve com Bush, quando o então presidente americano buscava
apoio para a guerra contra o Iraque. “Presidente, meu inimigo não é o Iraque,
mas a fome do povo brasileiro.
Lula estimulou os trabalhadores
norte-americanos a buscarem uma maior participação política em seu país. “Em 30
anos, construímos o maior partido de esquerda da América Latina”, disse. E foi
apoiado por Bob King, presidente da UAW. “Se o Lula virou presidente, por que
não podemos concorrer a mais cargos eletivos?”. Bob King apresentou Lula usando
uma camisa do Corinthians, que recebeu de presente do ex-presidente pouco antes
da Conferência e se disse orgulhoso por receber o brasileiro. “Esta noite para
mim é uma honra parecida com receber Nelson Mandela na UAW”, completou.
Durante seu discurso, Lula
lembrou da importância da organização dos trabalhadores em todo o mundo. “Na
era da globalização, precisamos globalizar os direitos dos trabalhadores” e
reforçou que a união de trabalhadores não deve ser só por salário, mas também
por direitos. “Os trabalhadores precisam defender a si mesmo, não [delegar a]
políticos que nunca estiveram num chão de fábrica”.
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