O Brasil já tem mais de 1 000 gestores públicos, carreira que melhorou o governo de países como França e Estados Unidos. Para ganhar aumento, eles têm de estudar
Patrick Cruz
Tiago Falcão |
Tiago
Falcão é secretário nacional de renda e cidadania. na secretaria, uma divisão do Ministério do
Desenvol- vimento Social e Combate à Fome, ele coordena o programa Brasil sem
Misé- ria, que pretende acabar com a pobreza extrema no país e foi um estandarte
da campanha que levou Dilma Rousseff à Presidência da República.
Falcão é economista e
especialista em políticas públicas e gestão gover- namental. Vinicius Carvalho é
presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Assumiu a função em junho,
no turbilhão de mudanças da legislação que transformou o órgão antitruste
brasileiro no Supercade.
Carvalho, com formação em
direito, é, assim como Tiago Falcão, especialista em políticas públicas e
gestão governamental. Francisco Franco, também especialista em políticas
públicas e gestão gover- namental, é presidente da Casa da Moeda desde fevereiro.
Chegou ao posto tendo como uma de suas missões imprimir perfil técnico a um cargo pilhado pela sanha política — o atual presidente substituiu Luiz Felipe Denucci, que havia sido indicado pelo PTB e foi demitido por suposto recebimento de propina.
Os três, Falcão, Carvalho e Franco, têm em comum o fato de haver cursado a Escola Nacional de Ad- ministração Pública. Na Enap, como é chamada, foram habilitados a e- xercer a função de ges- tores públicos — ou “EPPGG”, como os a- pelidou a burocracia de Brasília, entusiasta das si- glas. Eles ajudam a i- lustrar a diferença que faz quando tarefas-chave do serviço público são entregues a quem não está lá apenas por ter bons padrinhos políticos.
Chegou ao posto tendo como uma de suas missões imprimir perfil técnico a um cargo pilhado pela sanha política — o atual presidente substituiu Luiz Felipe Denucci, que havia sido indicado pelo PTB e foi demitido por suposto recebimento de propina.
Os três, Falcão, Carvalho e Franco, têm em comum o fato de haver cursado a Escola Nacional de Ad- ministração Pública. Na Enap, como é chamada, foram habilitados a e- xercer a função de ges- tores públicos — ou “EPPGG”, como os a- pelidou a burocracia de Brasília, entusiasta das si- glas. Eles ajudam a i- lustrar a diferença que faz quando tarefas-chave do serviço público são entregues a quem não está lá apenas por ter bons padrinhos políticos.
No governo Dilma, pela primeira
vez o Brasil passou a ter mais de 1 000
gestores públicos
na ativa. É um marco positivo para o país. Ainda que os gestores representem
apenas 0,2% do total do funcionalismo público federal, esse milhar de
servidores de elite — são, mais precisamente, 1 045 pessoas — é um sinal de que, ainda que
com atraso, o
Brasil segue a trilha já percorrida por países como França e Estados Unidos.
Nesses países, os gestores
formulam políticas governamentais indepen- dentemente de quem está no governo. É
o que sacramenta a ideia de que os governos passam — e o Estado fica.
“O Brasil fez enormes progressos ao colocar
mais gente qua- lificada nos chamados car- gos comissionados”, diz Elsa Pilichowski,
espe- cialista em governança pública da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico. “Colocar as pessoas certas no lugar certo tem de ser
a prioridade de qualquer governante.”
Foram gestores públicos que
ajustaram o Bolsa Família — que teve um comeco titubeante. mas depois se
transformou em um programa do governo Lula reconhecido internacionalmente. No
Cade. Viniciuz Carvalho e Carlos Kagazzo. superintendente-geral do órgão e
também gestor, comandaram a até aqui elogiada repaginação do Cade, que tomou
mais ágil a análise de fusões e aquisições de empresas. Trajano Quinhões.
gestor público e presidente da associação nacional da categoria, coordena, pelo
Ministério do Meio Ambiente. o Áreas Protegidas da Amazônia. Em junho, o
programa, que dá apoio a 95 unidades de conservação, foi premiado pelo governo
americano como um dos mais abrangentes na área ambiental no mundo. "O que
eu faço é parte da defesa de metade do bioma amazônico", afirma Quinhões.
“Isso orgulharia qualquer um."
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