A derrocada do candidato José Serra nas pesquisas eleitorais na cidade de São Paulo |
Serra perdeu cinco pontos percentuais na última pesquisa Datafolha/TV Globo, divulgada na noite de ontem (29), e passou a ter 22% das intenções de voto (antes tinha 27%). A rejeição ao tucano subiu de 38% para 43%.
Para Carlos Melo, cientista político do Insper, a queda de Serra pode ser explicada por seu programa no horário eleitoral, “muito parecido com o que ele sempre fez”, e por sua “relação com Kassab, um prefeito mal avaliado”, que apoia sua candidatura em São Paulo. Em pesquisa Datafolha divulgada no dia 21 de julho, Kassab recebeu nota 4,4 dos paulistanos entrevistados --em uma escala de 0 a 10.
“O Serra não mudou a fórmula do seu programa na TV, uma fórmula que não deu certo em 2010 [quando perdeu a Presidência para Dilma Rousseff]. Além disso, essa associação com o Kassab é prejudicial para ele. O Kassab ganhou a eleição em 2008 porque seu governo era bem avaliado. Hoje, não é mais”, afirma Melo.
O professor de ciência política da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Francisco Fonseca também diz acreditar que a proximidade de Serra com Kassab prejudica a campanha do tucano.
“A gestão Kassab é muito problemática em todos os segmentos. Defendendo abertamente o prefeito, Serra torna sua candidatura difícil. Além disso, a rejeição ao Serra é muito grande e cresceu muito, o que significa que sua candidatura não está próxima sequer de chegar ao segundo turno”, diz Fonseca.
Fonseca também destaca um possível desgaste da polarização entre PT e PSDB.
“Há um cansaço, e essa é a eleição do novo. Celso Russomanno, Gabriel Chalita e o próprio Haddad, que era desconhecido da grande maioria da população, representam o novo. Serra é a consolidação do velho, como político, e o PSDB está no poder há muito tempo. As renúncias da prefeitura e do governo deixaram Serra muito desgastado”, afirma o cientista.
A assessoria de José Serra informou que o candidato não comenta pesquisas eleitorais.
Russomanno estável
Para o cientista político Carlos Melo, o líder Celso Russomanno --que manteve o mesmo percentual de intenções de voto da última pesquisa (31%)-- também não está usando o horário eleitoral a seu favor. “O programa do Russomanno é quase amador, é muito básico. Ele tem pouco tempo de TV e utiliza poucos recursos. Por enquanto ele está sobrevivendo da imagem que já tinha, de apresentador de TV”, diz Melo.
Em entrevista ao UOL, Russomanno disse que não mudará sua estratégia. “Vou continuar andando nas ruas. Estão falando isso [que o horário político é determinante] desde o começo, mas a campanha começou já há duas semanas e nada mudou", disse o candidato.
Para Fonseca, o índice de Russomanno não irá subir muito mais. "A candidatura dele, aparentemente, chegou a seu limite e deve se estabilizar por ser de um partido frágil, ter pouco tempo de TV e não ter base social. É um candidato midiático, de candidatura restrita. A militância e o apoio institucional, como o PT e o PSDB têm, vão fazer a diferença conforme vai se aproximando a eleição."
Haddad cresce
São esses mesmos fatores que, no sentido oposto, podem explicar a subida de Fernando Haddad (PT) nas pesquisas (de 8% para 14%), na opinião do analista Carlos Melo. “O programa do Haddad na TV é muito bom, tanto do ponto de vista plástico quanto político. E tem o Lula. É um conjunto, um mix de fatores que se mostra muito positivo para Haddad”, diz.
Para Melo, os votos conquistados por Haddad vêm do próprio eleitorado do PT. “O Haddad, que não era conhecido, passou a ser conhecido. Agora o eleitor do PT, do Lula, sabe quem é o candidato do PT.”
Já Fonseca afirma que a subida de Haddad era esperada e deve crescer ainda mais.
"O PT nunca teve menos de 30% de intenção de votos em São Paulo. A crescente dele em uma semana é considerável e deve aumentar porque agora os eleitores sabem quem é o candidato de Lula e Dilma."
Haddad afirmou que o crescimento na pesquisa está de acordo com a estratégia do PT. "Temos convicção de que nosso programa de governo é o melhor para a cidade de São Paulo. O crescimento nas intenções de voto divulgado hoje está de acordo com nosso planejamento estratégico de campanha”, afirmou o petista por meio de sua assessoria de imprensa.
“A gestão Kassab é muito problemática em todos os segmentos. Defendendo abertamente o prefeito, Serra torna sua candidatura difícil. Além disso, a rejeição ao Serra é muito grande e cresceu muito, o que significa que sua candidatura não está próxima sequer de chegar ao segundo turno”, diz Fonseca.
Fonseca também destaca um possível desgaste da polarização entre PT e PSDB.
“Há um cansaço, e essa é a eleição do novo. Celso Russomanno, Gabriel Chalita e o próprio Haddad, que era desconhecido da grande maioria da população, representam o novo. Serra é a consolidação do velho, como político, e o PSDB está no poder há muito tempo. As renúncias da prefeitura e do governo deixaram Serra muito desgastado”, afirma o cientista.
A assessoria de José Serra informou que o candidato não comenta pesquisas eleitorais.
Russomanno estável
Para o cientista político Carlos Melo, o líder Celso Russomanno --que manteve o mesmo percentual de intenções de voto da última pesquisa (31%)-- também não está usando o horário eleitoral a seu favor. “O programa do Russomanno é quase amador, é muito básico. Ele tem pouco tempo de TV e utiliza poucos recursos. Por enquanto ele está sobrevivendo da imagem que já tinha, de apresentador de TV”, diz Melo.
Em entrevista ao UOL, Russomanno disse que não mudará sua estratégia. “Vou continuar andando nas ruas. Estão falando isso [que o horário político é determinante] desde o começo, mas a campanha começou já há duas semanas e nada mudou", disse o candidato.
Para Fonseca, o índice de Russomanno não irá subir muito mais. "A candidatura dele, aparentemente, chegou a seu limite e deve se estabilizar por ser de um partido frágil, ter pouco tempo de TV e não ter base social. É um candidato midiático, de candidatura restrita. A militância e o apoio institucional, como o PT e o PSDB têm, vão fazer a diferença conforme vai se aproximando a eleição."
Haddad cresce
São esses mesmos fatores que, no sentido oposto, podem explicar a subida de Fernando Haddad (PT) nas pesquisas (de 8% para 14%), na opinião do analista Carlos Melo. “O programa do Haddad na TV é muito bom, tanto do ponto de vista plástico quanto político. E tem o Lula. É um conjunto, um mix de fatores que se mostra muito positivo para Haddad”, diz.
Para Melo, os votos conquistados por Haddad vêm do próprio eleitorado do PT. “O Haddad, que não era conhecido, passou a ser conhecido. Agora o eleitor do PT, do Lula, sabe quem é o candidato do PT.”
Já Fonseca afirma que a subida de Haddad era esperada e deve crescer ainda mais.
"O PT nunca teve menos de 30% de intenção de votos em São Paulo. A crescente dele em uma semana é considerável e deve aumentar porque agora os eleitores sabem quem é o candidato de Lula e Dilma."
Haddad afirmou que o crescimento na pesquisa está de acordo com a estratégia do PT. "Temos convicção de que nosso programa de governo é o melhor para a cidade de São Paulo. O crescimento nas intenções de voto divulgado hoje está de acordo com nosso planejamento estratégico de campanha”, afirmou o petista por meio de sua assessoria de imprensa.