quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Adhemar de Barros, o homem do slogan: "Rouba, mas faz""

   Adhemar Pereira de Barros (Piracicaba, 22 de abril de 1901 — Paris, 12 de março de 1969) foi um aviador, médico, empresário e influente político brasileiro entre as décadas de 1930 e 1960.
Pertencente a uma família de tradicionais cafeicultores de São Manuel, no interior do estado de São Paulo, foi prefeito da cidade de São Paulo (1957 — 1961), interventor federal (1938 — 1941) e duas vezes governador de São Paulo (1947 — 1951 e 1963 — 1966). Seus seguidores, até hoje existentes, são chamados de ademaristas.
Concorreu à presidência da república do Brasil em 1955 e em 1960, conquistando, nestas duas eleições, o terceiro lugar. Os bairros paulistanos Cidade Ademar e Jardim Ademar de Barros e a rodovia paulista Rodovia Adhemar de Barros são nomeados em sua homenagem.
AAdhemar de Barros  com a esposa, Leonor Mendes
 de Barros, na varanda do Palácio dos
Campos Elíseos, então residência oficial
do governador, em 1947. Ao fundo,
a torre da Estação Júlio Prestes.
Formação acadêmica e a Revolução de 1932
Formou-se em medicina em 1923 pela Escola Nacional de Medicina, (atualmente pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro). Fez especialização no Instituto Oswaldo Cruz. Estudou nos Estados Unidos e fez residência médica em várias cidades europeias, onde se tornou aviador, retornando ao Brasil em 1926. Poliglota, Ademar era fluente em alemão, francês, inglês e espanhol.
Em 6 de abril de 1927 casou com Leonor Mendes de Barros, com quem teve quatro filhos: Maria Helena Saad, Ademar Filho, Maria (a Mariazinha) e Antônio (já falecido).
Clinicou até 1932 quando se engajou nas fileiras da Revolução Constitucionalista de 1932, como grande parte dos jovens paulistas de sua época. Com a derrota do movimento constitucionalista de 1932 exilou-se no Paraguai, onde se alistou como médico na Guerra do Chaco, e na Argentina. Nos seus governos sempre procurou beneficiar os ex-combatentes de 1932 com pensões e homenagens, tendo, em 1947, iniciado a construção do Monumento do Soldado Constitucionalista, em São Paulo.
O deputado Adhemar de Barros posa ao lado do
carro oficial da Assembléia.
  Sobre o movi- mento de 1932, Ademar discursou, em Santos, em 1934:
São Paulo le- vantou-se em armas em 9 de julho de 1932 pa- ra livrar o Brasil de um governo que se apos- saria de sua direção por efeito de uma revo- lução… e se perpetua- va indefinidamente no poder, esmagando os direitos de um povo livre.. e que trazia o sempre glorioso São Paulo debaixo de das botas e o chicote do senhor!
Vida pública
Primeiros passos
      Foi lançado na política parti- dária por um tio, que fora se- nador estadual na República Ve- lha, José Au- gusto Pereira de Resende, chefe político do Parti- do Republicano Paulista (PRP) da região de Botucatu.
Em 1934 elegeu-se deputado estadual constituinte pelo PRP, fazendo forte oposição ao governador Armando de Sales Oliveira, denunciando principalmente desmandos na administração do Instituto Butantã na gestão daquele governador. A nova constituição de São Paulo foi promulgada em 9 de julho de 1935.
Quando deputado estadual defendeu a cultura do café, apoiou o candidato José Américo de Almeida, que disputava contra Armando de Sales Oliveira, a presidência da república, nas eleições que deveriam ocorrer em janeiro de 1938. Defendeu presos políticos, entre eles Caio Prado Júnior, e fez oposição ao governo federal de Getúlio Vargas.
Foi deputado estadual até 10 de novembro de 1937, quando Getúlio deu o golpe do Estado Novo e fechou todas as casas legislativas do Brasil.
Interventor federal (1938 – 1941)
Durante o Estado Novo foi nomeado interventor federal no estado de São Paulo pelo então presidente Getúlio Vargas, recomendado por Benedito Valadares e Filinto Müller. Governou São Paulo, como interventor, de 27 de abril de 1938 a 4 de junho de 1941.
Inaugurou, neste seu primeiro governo, as visitas frequentes às pequenas cidades do interior do estado, antes ignoradas pelos governadores. Foram 58 cidades do interior visitadas por Ademar somente nos dois primeiros anos da interventoria, inclusive visitando, em 1939, no extremo oeste do estado, em Andradina, o Rei do Gado, Antônio Joaquim de Moura Andrade.
Cabia a Adhemar, como interventor, nomear todos os prefeitos do estado, através do “Departamento das Municipalidades” que prestava assessoria às prefeituras. Ademar preferiu nomear jovens técnicos para as prefeituras, renovando o quadro político de São Paulo e preterindo os políticos do antigo PRP.
Iniciou, em 1939, a construção do Edifício Altino Arantes, sede do Banco do Estado de São Paulo, que foi inaugurado por Adhemar em 1949, no seu segundo governo. Iniciou a construção do atual edifício-sede da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
Cria e organiza em 5 de dezembro de 1938, pelo Decreto estadual 9.789, a Casa de Detenção de São Paulo, extinguindo a Cadeia Pública e o Presídio Político da Capital. Este decreto previa a separação de réus primários dos presos reincidentes e a separação dos presos pela natureza do delito. Iniciou em 1940 a construção das atuais dependências da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
  Iniciou, em 1939, as obras da Rodovia Anchieta, a primeira rodo- via brasileira com túneis. Iniciou as obras da Rodovia Anhanguera em 1940. Ambas as ro- dovias seriam du- plicadas no seu primeiro manda- to como gover- nador (1947-1951). Ampliou o Aeroporto de Congonhas. Iniciou a retificação do Rio Tietê. Iniciou a construção do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros. Construiu no complexo do Hospital do Mandaqui, um hospital para portadores do pênfigo foliáceo, (fogo selvagem), doença que não recebia, na época, nenhuma assistência.
Para dar impulso às grandes rodovias, reformou o DER, Departamento de Estradas de Rodagem, e criou, nele, um setor especializado nos grandes empreendimentos rodoviários, pelo Decreto estadual n° 10.235, de 30 de maio de 1939, a “Comissão Especial para Construção de Estradas de Rodagem de Alta Classe”.
As escolas estaduais, mesmo as rurais, recebiam, no tempo da interventoria, material escolar para as crianças.
Iniciou a eletrificação da Estrada de Ferro Sorocabana e terminou a Estação Júlio Prestes daquela ferrovia. Iniciou o prolongamento da Estrada de Ferro Araraquara de Mirassol a Santa Fé do Sul, que foi decisivo para o povoamento daquela região, a Alta Araraquarense, na década de 1940. O plano de Ademar era estender a Araraquarense até Cuiabá.
Construiu o Estádio do Pacaembu, em parceria com o então prefeito de São Paulo Prestes Maia, para ser utilizado na Copa do Mundo de 1942, a qual acabou não acontecendo devido à Segunda Guerra Mundial. Também, em parceria com Prestes Maia, realizou o Plano de Avenidas de São Paulo, inaugurando, em 1938, com a presença de Getúlio Vargas, o túnel da Avenida 9 de Julho.
Em 1940, confiscou o jornal O Estado de S. Paulo, pertencente à família Mesquita e ao seu desafeto político Armando de Salles Oliveira. O jornal só foi devolvido aos seus proprietários em 1945.
Foi acusado de corrupção, e exonerado do cargo de interventor federal pelo presidente Getúlio Vargas, em 1941, mas conseguiu provar sua inocência no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em 1946, no processo 001/1946.
1945 – 1951: o PSP e o primeiro mandato como governador
Em 1945, foi permitida novamente a existência de partidos políticos, os quais haviam sido extintos em 1937. Ademar se filiou à UDN e apoiou o brigadeiro Eduardo Gomes para presidente da república nas eleições de 2 de dezembro de 1945.
Ademar, porém, logo se afastou da UDN e, em 1946, fundou o Partido Republicano Progressista (PRP) que pouco depois se fundiu com o Partido Popular Sindicalista e com o Partido Agrário Nacional, formando o Partido Social Progressista (PSP).
O PSP se tornou o maior partido político de São Paulo do período de 1946 a 1965, e o único partido político com diretórios em todos os municípios do estado de São Paulo.
Com o retorno de Armando Sales de Oliveira, do exílio, em 1945, Ademar tentou se reconciliar com ele, porém não conseguiu por recusa da família de Armando Sales.
Foi eleito governador, em 19 de janeiro de 1947, derrotando Mário Tavares e Hugo Borghi. Governou São Paulo de 14 de março de 1947 até 31 de janeiro de 1951. A Coligação PSP – PCB de Ademar obteve 393 mil votos. Hugo Borghi teve 340 mil votos e Mário Tavares, da coligação PSD – PR, obteve 289 mil votos. A coligação do PSP com o PCB causou protestos entre os membros da Igreja Católica paulista.
Neste período tiveram continuidade importantes obras iniciadas em sua época de interventor, como a construção da segunda pista da Rodovia Anhanguera e a segunda pista da Rodovia Anchieta, ambas pavimentadas e que se tornaram as duas primeiras rodovias brasileiras de pista dupla. As rodovias Anhanguera e Anchieta foram as primeiras rodovias brasileiras com duas faixas de rolamento de cada lado. Adhemar seguiu uma tradição de antigos governantes paulistas, como Washington Luís, que dizia que: “Governar é abrir estradas”.
A pavimentação de estradas, com asfalto e concreto, uma inovação na época, feita por Ademar, era malvista e criticada por muitos políticos, que a consideravam um processo muito caro. Muitos políticos da época entendiam que os recursos públicos estariam mais  empregados se fossem usados na construção de novas estradas de terra e na manutenção e conservação das estradas de terra já existentes.
Seu lema era “São Paulo não pode parar”, que tempos depois seria reiterado por Paulo Maluf. Este lema tornou-se ideal da maioria dos políticos de São Paulo, a tal ponto que, em 1973, o então prefeito de São Paulo, e ex-secretário de obras de Ademar, José Carlos de Figueiredo Ferraz, foi exonerado pelo governador Laudo Natel por ter dito que São Paulo tinha que parar de crescer.
Neste seu segundo governo estadual, o prefeito da capital paulista era de livre nomeação do governador do estado, o que fez com que Ademar controlasse também a prefeitura de São Paulo. Em 1947, Ademar nomeou para a prefeitura de São Paulo, Paulo Lauro que foi o primeiro negro a ocupar o cargo de prefeito da capital paulista.
Cria o Plano Hidrelétrico de São Paulo, base da atual infra-estrutura energética de São Paulo. Este plano foi convertido em lei, em 1955. Cria o Ceasa, Centrais de Abastecimento de São Paulo, para distribuição de alimentos no atacado, administrado atualmente pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).
É criada, depois de uma violenta greve nos transportes na capital, a Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), empresa estatal de linhas de ônibus urbanos, em 1947.
É inaugurado o Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1948. É instalada em 1949, na capital paulista, a primeira linha de trólebus do Brasil. É inaugurada a TV Tupi em 1950. Inaugurado, em 1951, a rodovia Presidente Dutra, na época chamada de BR-2, rodovia duplicada apenas em um pequeno trecho de São Paulo até Guarulhos, obra iniciada por Ademar em 1947.
Investindo muito em sanatórios, Ademar torna Campos do Jordão um centro nacional de tratamento da tuberculose. Os sanatórios eram importantes naquela época porque não havia ainda a vacina BCG contra a tuberculose. Ao assumir o governo, Ademar encontrou deficientes mentais misturados aos presos nas cadeias de São Paulo, e os transferiu para hospitais psiquiátricos. Somente no início de 1947, foram transferidos 947 doentes. Criou a FEBEM, Fundação para o Bem-Estar do Menor, e a Campanha do Agasalho.
Foram desapropriados imóveis e executados projetos para a construção da cidade universitária da USP. Criada a FAU da USP. Através da Lei Estadual nº 161, de 24 de setembro de 1948, leva a USP para o interior de São Paulo, criando, entre outras, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, e a Escola de Engenharia de São Carlos, (por intermédio do deputado federal Miguel Petrilli, cuja base eleitoral era São Carlos), que deu origem do Pólo Tecnológico de São Carlos.
Oficializou o Palácio do Horto Florestal de São Paulo como residência de verão do governador do estado. Criou, em 1948, o salário-família para o funcionalismo público estadual. Iniciou a construção do Aeroporto de Viracopos que foi terminado no seu segundo mandato como governador.
Criou, em 10 de janeiro de 1948, a Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, pelo decreto estadual nº 17.868, composta inicialmente por 60 ex-pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB). A Polícia Rodoviária de São Paulo foi popularizada, na década de 1960, através do programa Vigilante Rodoviário da TV Tupi.
Criou, em 14 de dezembro de 1949, pelo decreto estadual n° 19.008-A, a primeira Polícia Ambiental da América do Sul. Criou, em 16 de agosto de 1950, pelo Boletim Geral nº 182, a Delegacia da Polícia Militar, atual Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Acusado de corrupção na Estrada de Ferro Sorocabana e em obras viárias, por deputados estaduais, entre eles Caio Prado Júnior do PCB, fez sua defesa, na Assembléia Legislativa de São Paulo, o seu secretário de viação e obras públicas, Caio Dias Baptista, em 19 de janeiro de 1948, o qual qualificou de caluniosas as acusações.
Às vezes agia diretamente no plano social, como quando recebeu, no Palácio do Governo, segundo depoimento da senhora Irene Silveira, de Penápolis, ela e seu marido, que eram pais de uma menina que sofria de hidrocefalia e ordenou pessoalmente exames e tratamentos nos hospitais públicos. Também enviava, junto com a primeira-dama paulista Dona Leonor Mendes de Barros, cartas, agasalhos e presentes para os pacientes dos sanatórios que construiu. Em 1947, Ademar terminou o balneário de águas terapêuticas de Ibirá, cujas obras, iniciadas por particulares, estavam paralisadas.
Em 1950, Ademar não se candidatou à presidência. E deu seu apoio, como governador, ao candidato Getúlio Vargas, o que foi decisivo para a eleição direta de Getúlio à Presidência da República em 3 de outubro daquele ano. Getúlio teve, em São Paulo, 25% do total de seus votos. Ademar esperava que, em contrapartida, Getúlio o apoiasse nas eleições presidenciais de 1955.
Outro motivo de Ademar não se candidatar à presidência, em 1950, era que teria que deixar o governo de São Paulo com seu vice-governador e adversário político Luís Gonzaga Novelli Júnior, genro do presidente Eurico Dutra.
Ademar conseguiu eleger como seu sucessor, em 1950, o engenheiro Lucas Nogueira Garcez, que governou São Paulo de 1951 a 1955. Durante seu governo, Lucas Garcez rompeu politicamente com Ademar, não o apoiando na sua tentativa de voltar ao governo de São Paulo, nas eleições de 1954, as quais foram vencidas por Jânio Quadros.
Derrotas sucessivas, prefeito da cidade de São Paulo
   Em 1954, Ademar foi candidato der- rotado ao governo do estado de São Paulo. Jânio Qua- dros foi o eleito, com 18 mil votos a mais que Adhemar. Em 1955, candi- datou-se à pre- sidência da re- pública pelo PSP, sendo novamente derrotado. O presidente da república Café Filho, que também era do PSP, não apoiou Ademar. Juscelino Kubitschek foi eleito presidente.
Acusado de corrupção pelo “Caso dos Chevrolet”, exilou-se, pela segunda vez, no Paraguai e na Bolívia. Inocentado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, voltou ao Brasil. O promotor público deste caso foi o jurista Hélio Bicudo.
Em 24 de março de 1957, Ademar foi eleito prefeito da cidade de São Paulo, derrotando Francisco Prestes Maia. Foi eleito para o mandato de 1957 a 1961, sucedendo o prefeito Vladimir de Toledo Piza.
Governou a cidade de São Paulo de 8 de abril de 1957 até 7 de abril de 1961, em uma época que a cidade de São Paulo era chamada de “a cidade que mais cresce no mundo”.
Encontrou a prefeitura de São Paulo com grande déficit orçamentário e excesso de funcionários. Ademar demitiu funcionários públicos e recuperou as finanças da prefeitura de São Paulo. Também foram destaques nesta gestão de Ademar na prefeitura de São Paulo:
-A construção de um pequeno túnel no Vale do Anhangabaú, no cruzamento com a Avenida São João – o Buraco do Ademar.
-A visita de Fidel Castro, em 1958, pedindo apoio à Revolução Cubana.
-A inauguração da Ponte aérea Rio-São Paulo em 6 de julho de 1959.
-A Construção da Estação Rodoviária de São Paulo pelos empresários Carlos Caldeira Filho e Octávio Frias de Oliveira, inaugurada em 1961 e desativada em 1981.
-Em 1958, afastou-se do cargo de prefeito, e candidatou-se novamente ao governo do estado de São Paulo, sendo derrotado por Carvalho Pinto, que tinha o apoio de Jânio Quadros.
Em 1960, licenciou-se, novamente da prefeitura de São Paulo para concorrer novamente à presidência da república, quando foi novamente derrotado. Jânio Quadros foi o eleito. Intitulando sua postulação como “candidatura de protesto”, obteve o terceiro lugar, com 20% dos votos válidos. E assim, definiu sua campanha à presidência da república, que disputou contra Jânio Quadros e o Marechal Henrique Teixeira Lott:
“Eu protesto contra a deturpação do regime. Se não vamos entrar numa guerra, para que espada? Se não vamos fazer ditadura, mas democracia, para que precisamos do ódio, da vingança, das perseguições e do juízo final, a que se propõe o homem da vassoura? “Entre a Força do Mal e o Mal da Força”, simbolizados na vassoura e na espada, eu sou o caminho. O caminho da Democracia, da Verdade e do Entendimento, simbolizado num “salva-vidas” que é o de que a Nação anda precisando neste caos em que se debate!
Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros à presidência da república, foi um dos poucos políticos a apoiar o movimento a favor da posse de João Goulart na presidência. Em 1962, concorre ao governo do estado novamente e é eleito.
1963 – 1966: o segundo mandato como governador
Foi eleito, em 1962, pela se- gunda vez, go- vernador de São Paulo, derrotando Jânio Quadros, com 20 mil votos de diferença, os quais foram ob- tidos nas pe- quenas cidades do interior de São Paulo, que Jânio se recusou a visitar, alegando que não precisava de seus votos.
Sucedeu, em 31 de janeiro de 1963, o governador Carvalho Pinto, para governar até 31 de janeiro de 1967, porém governou somente até 6 de junho de 1966.
Ademar voltou a governar em parceria com Prestes Maia que novamente era prefeito de São Paulo (1961-1965). Prestes Maia fora prefeito de São Paulo quando Ademar era interventor no estado de São Paulo (1938-1941).
No início do governo, em 2 de abril de 1964, lançou a Aliança Brasileira para o Progresso, visando incentivar o desenvolvimento econômico através de planejamento e financiamento à ciência e à tecnologia.
Ademar recebeu o presidente Charles de Gaulle, em 1964, em sua visita ao Brasil, visita esta sugerida por Ademar quando este visitou De Gaulle em 1961 em Paris.
No segundo mandato focou a construção de usinas hidrelétricas, sanatórios e hospitais, iniciando as seguintes obras e medidas administrativas:
-Projeto básico do Metrô de São Paulo, criação da comissão encarregada do projeto do Metrô e a liberação de recursos, em 12 de fevereiro de 1963, para o início das obras do Metrô. Ademar disse, no discurso de lançamento do Metrô paulistano, que desconsiderou os conselhos de seus assessores técnicos que não queriam que, em São Paulo, se construísse um Metrô por considerarem muito cara a sua construção.
A Rodovia Castelo Branco foi, na sua época, a maior obra viária da América Latina, a primeira rodovia brasileira com 3 faixas de rolamento de cada lado e a primeira rodovia brasileira a usar faixas pintadas refletivas.
-Construção da residência oficial de inverno do governador, o Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão. Esta obra fora iniciada na interventoria de Ademar em São Paulo (1938-1941).
-Cria, em 1963, a Secretaria de Transportes, e a organiza em 1966.
  -Embora tendo apoiado a posse, em 1961, de João Goulart na presi- dência para que seu rival Jânio Quadros não vol- tasse ao poder, Ademar participou ativamente da conspiração que resultou na Revolução de 1964, liderando a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, em 19 de março de 1964.
Entretanto, isto que não impediu que, em 6 de junho de 1966, fosse afastado do cargo de governador, pelo presidente da república Castelo Branco, e tivesse seus direitos políticos cassados por dez anos, sob a acusação de corrupção, e tivesse confiscadas todas as suas condecorações.
O pretexto para a cassação de Ademar, que vinha fazendo oposição ao regime militar, foi a acusação que Ademar tinha feito nomeações de funcionários públicos em número excessivo. No dia 4 de junho, dois dias antes de ser cassado, Adhemar publicou no Diário Oficial do Estado de São Paulo, uma nota, garantido que as nomeações eram legais e uma necessidade administrativa. Foi substituído pelo vice-governador Laudo Natel que conclui seu mandato e governa até 15 de março de 1967.
Exílio, morte e homenagens
Exilou-se, pela terceira vez em sua carreira política, em Paris, logo depois de ter sido cassado seu mandato de governador, o qual foi seu terceiro mandato político a ser cassado.
Ademar foi operado em janeiro de 1969, de hérnia e litíase. Em 7 de março, Ademar tentou se curar no santuário e gruta de Lourdes na França, onde se acredita haver águas milagrosas. Em Lourdes teve uma síncope. Faleceu, em Paris, em 12 de março de 1969, aos 68 anos, metade dos quais dedicados à vida pública.
  Seu corpo foi transladado para o Brasil. Do Ae- roporto de Vi- racopos que ele construíra, até São Paulo, pela Via Anhanguera que ele cons- truíra, houve um grande cortejo fú- nebre que chegou a 10 quilômetros de extensão. Foi enterrado no Cemitério da Consolação, na região central da capital paulista, em 16 de março, com grande presença de público. Foi executado o toque de silêncio para o veterano da Revolução de 1932.
Recebeu uma condecoração póstuma, em 1982, pelo governo de São Paulo, através do decreto nº 18.732, de 23 de abril de 1982, pelo então governador Paulo Maluf, um ademarista, quando foi admitido no grau de Grã-Cruz, no Quadro Regular da Ordem do Ipiranga. A Lei estadual nº 2.457, de 1980, também da época de Paulo Maluf, dá o nome de Dr. Adhemar Pereira de Barros, ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Foi homenageado, também, dando-se o seu nome à rodovia SP-340 – Rodovia Governador Doutor Adhemar de Barros, que liga Campinas a Águas da Prata, pela lei nº 1382, de 6 de setembro de 1977. Em 1978, na capital paulista, a Escola Municipal de 1º Grau do Jardim Ipê, tornou-se a “EMPG Prefeito Adhemar de Barros”. A Lei estadual nº 4.369, de 9 de novembro de 1984, institui, no estado de São Paulo, a Semana Doutor Adhemar de Barros, a ser comemorada, anualmente, de 22 a 28 de abril.
Em 2001, foi comemorado o centenário de nascimento de Ademar, tendo, sua família, doado seu arquivo particular ao Arquivo do Estado de São Paulo e lançado um site e um livro sobre sua vida e obra.
Um projeto de lei, do senador Henrique de La Rocque Almeida, de 1980, visando a anistia a Ademar, devolvendo-lhe suas condecorações, não prosperou, sendo arquivado em 1984.
O estilo Adhemar de governar
Construiu usinas hidrelétricas e muitas rodovias de grande porte, continuando a tradição de Washington Luís, do qual Ademar era admirador confesso. Por outro lado realizou também muitas obras e ações de caráter social, construindo escolas, bibliotecas no interior do estado, hospitais e sanatórios, afirmando, no seu manifesto de candidato à presidência em 1960, que:
 ”Por onde passar a energia elétrica, passarão o transporte, o médico e o livro”
O estilo político “tocador de obra” e seu visual característico: mangas de camisa arregaçadas e suspensórios, se opunha ao populismo conservador e moralizante de Jânio Quadros. Esse estilo “tocador de obra” retornaria posteriormente, nas gestões de outros governadores, como Paulo Maluf e Orestes Quércia que, em alguns casos, incorporaram partes desse figurino ademarista de tocar obras, arregaçar a camisa e amassar barro.
Ademar era capaz de grandes frases de efeito, e uma das suas frases mais conhecidas foi chamar, por ter grande concentração de comunistas, a atual Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo de “O abacaxi deixado pelo doutor Armando de Sales Oliveira”.
Um dos slogans de campanha eleitoral de Ademar de Barros, não assumido abertamente, era: “Ademar rouba, mas faz”, que apesar de ser uma frase cunhada por seu adversário Paulo Duarte, acabou por ser o lema de sua campanha eleitoral para prefeito de São Paulo, em 1957, se promovendo em cima das inúmeras acusações de corrupção, na época, chamadas de negociatas.
Era acusado também de desvio de verbas públicas nos períodos em que era chefe do executivo paulista. E quanto a desvio de verbas, seus adversários diziam que existia a “Caixinha do Ademar” para financiar as campanhas eleitorais de Ademar.
O mais comentado processo contra Ademar foi, em 1956, o “Caso dos Chevrolets”, que o levou a exilar-se no Paraguai e na Bolívia. Ademar logo voltou do exílio, dizendo que queria ser absolvido pelo povo nas urnas. Foi eleito prefeito de São Paulo em 1957. O promotor do caso foi o jurista Hélio Bicudo. Adhemar foi defendido pelos advogados Ataliba Nogueira e Esther de Figueiredo Ferraz, que se tornaria a primeira mulher a ocupar o cargo de ministro de estado no Brasil. Foi absolvido das acusações pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por 16 votos contra 12. Ademar publicou na revista “O Mundo Ilustrado”, em 1956, um relato das dificuldades que enfrentou neste seu segundo exílio. Entre outras dificuldades, Ademar, piloto, conta que voou sem auxílio de instrumentos, guiado só por mapas e que quando chegou ao Paraguai lhe informaram de um plano para assassiná-lo.
Ademar gostava muito de eleição e disputava todas que podia, mesmo quando tinha poucas chances de ganhar. Foi alvo constante de caricaturistas e humoristas e do bom humor do povo, que chamava um pequeno túnel por ele construído no centro da cidade de São Paulo de o buraco do Ademar. A dupla caipira “Alvarenga e Ranchinho”, parodiando um anúncio radiofônico do remédio Melhoral, cantava:
 ”Ademá, Ademá, é mió e num faz má”.
Também provocava risos quando, já nos tempos do Palácio dos Bandeirantes, uma amante telefonava para ele e Ademar atendia: – Como vai, Doutor Rui!… Um beijo Dr. Rui!
Estava sempre se revezando na prefeitura de São Paulo e no governo do estado de São Paulo com Jânio Quadros, seu eterno rival, e cuja política era sempre suspender suas obras. Curiosamente, ambos, Ademar e Jânio, eram adeptos da maçonaria, como se vê na lista de maçons famosos nos sítios da maçonaria brasileira. Ademar de Barros foi iniciado maçom, no dia 12 de dezembro de 1949 pela “Loja Guatimozin 66″, conforme consta nas atas daquela loja. Na sua campanha presidencial de 1960, o Arcebispo de Porto Alegre D. Alfredo Vicente Scherer fez campanha contra Ademar, pedindo aos católicos que não votassem em Ademar por este ser maçom.
A visão dos ademaristas sobre a ascensão do janismo na política paulista é explicada assim por um líder ademarista da região de Bauru:
 O Brasil parou de se desenvolver quando deixaram de votar neste homem (Ademar) para votarem em Jânio Quadros! — José Manuel Álvares
A rivalidade entre o ademarismo e o janismo marcou época em São Paulo nas décadas de 1950 e 1960. Essa rivalidade e os comícios (meetings) pelo interior de São Paulo entraram para o folclore político do estado de São Paulo e do Brasil, e se tornaram acontecimentos inesquecíveis para os paulistas daquela época.
Três exemplos deste folclore político:
-Em um comício em Bauru, Ademar, batendo a mão no bolso, exclamou: – Neste bolso nunca entrou dinheiro do povo! -Está de calça nova, Doutor! Gritou alguém na multidão, segundo depoimento de Paulo Silveira.
-Em São José dos Campos, segundo depoimento do Sr. Mário Carvalho de Araújo, Ademar não hesitou em descer do palanque, interrompendo seu comício, e se dirigir a um homem que estava encostado em uma árvore com um charuto e fumá-lo com o homem, deixando todos surpresos e rindo.
-Em Penápolis, houve um acontecimento inusitado: Sempre ligado ao social, Adhemar escutou prostitutas, no palanque, em um comício, onde elas reclamaram de suas más condições de vida, segundo depoimento da moradora Luciana de Castro.
O caso do cofre do Ademar
Mesmo depois de falecido, Ademar foi alvo de escândalo: em 18 de junho de 1969, membros do movimento guerrilheiro VAR-Palmares assaltaram, no Rio de Janeiro, um suposto cofre de Ademar, localizado na casa de sua ex-secretária Anna Gimel Benchimol Capriglione, que teria sido, segundo algumas versões, sua amante. O episódio ficou conhecido como o “Caso do Cofre do Ademar”, e entre os participantes da ação, denominada PAC (Plano de Ação do Cofre), estaria, segundo algumas versões, a ministra Dilma Roussef e o ministro Carlos Minc, membros do VAR-Palmares[6]. O valor subtraído, que, segundo a VAR-Palmares, foi de US$ 2,600,000.00, equivale hoje, corrigido pela inflação do dólar de 1969 a 2009, a 16,5 milhões de dólares. Anna Gimel, porém, declarou à polícia carioca que, no cofre, achavam-se apenas documentos.
Empresário
Foi proprietário da fábrica de chocolates Lacta, além de possuir interesses na área imobiliária, especialmente a Imobiliária Aricanduva. Foi responsável pelo loteamento, na capital paulista, que se tornou o Jardim Leonor, nome de sua esposa.
Ajudou a desenvolver parte do bairro do Morumbi em São Paulo, na década de 1960, quando o governo do estado comprou o Palácio dos Bandeirantes e seu vice-governador Laudo Natel, então presidente do São Paulo Futebol Clube, construiu o Estádio do Morumbi. Na década de 1940, a construção do Estádio do Pacaembu por Ademar, tinha dado também origem ao bairro homônimo.
Foi sócio da empresa cinematográfica “Divulgação Cinematográfica Bandeirantes” e da Rádio Bandeirantes, que mais tarde dariam origem à Rede Bandeirantes de rádio e televisão, hoje presidida por seu neto Johnny Saad, e que se localiza no bairro do Morumbi na capital paulista.
Foi presidente das Fábricas Redenção e Nossa Senhora Mãe dos Homens, proprietário de fazendas no interior do estado de São Paulo, da Fábrica de Produtos Quíjicos Vale do Paraíba, da Sociedade Extrativa de Taubaté, com plantação de cacau para a Lacta, e da Sociedade Extrativa Limitada de Itapeva.
Lacta
A empresa Lacta, fabricante brasileira de chocolates, conhecida por marcas e produtos de sucesso, foi de propriedade de Ademar de Barros.
Após sua morte, a gestão da empresa passou a seu filho, o também político Ademar de Barros Filho. Em 1996, após brigas entre a família, a empresa foi vendida à Kraft Foods.
Herdeiros políticos
Cientistas políticos não conseguem estabelecer claramente uma espécie de herdeiro político do ademarismo. O estilo de governo Paulo Maluf pode ter sido influenciado em alguns aspectos pelo estilo de Ademar, porém eles não foram aliados políticos. A carreira política do governador Paulo Maluf começou com sua nomeação para prefeito de São Paulo, justamente no dia do falecimento de Ademar: 12 de março de 1969.
A influência do ademarismo na política paulista continuou mesmo depois de extinto o PSP, sendo que em 1972, 60% dos prefeitos eleitos naquele ano no estado de São Paulo eram oriundos do PSP.
Ademar de Barros Filho seguiu carreira política e chegou a se eleger deputado federal, várias vezes, entre 1966 e 1994, e foi também secretário de estado em São Paulo na década de 1970. Seus filhos o impediram de fazer empréstimos em dinheiro para as campanhas políticas. Tanto Ademar Filho, como os ademaristas, em geral, quando se lembram de Ademar, o chamam de “O velho Ademar”.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Padre é flagrado fazendo sexo na casa paroquial e será indiciado por estupro de menina de sete anos

Padre também era padrinho da vítima

       Não é só no Vaticano que a Igreja Católica vive às voltas com denúncias de escândalos sexuais. Em Niterói, a Polícia Civil vai indiciar um padre por estupro de vulnerável. Ele teria abusado de uma menina, hoje com 10 anos, quando ela ainda tinha 7 anos. Mas não foi só: de acordo com depoimentos prestados na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói, Emilson Soares Corrêa também manteve relações sexuais com outra menor, sua afilhada e irmã da outra vítima, desde quando ela tinha 13 anos.
Emilson, de 56 anos, era o responsável pela paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro do Cubango. Uma das vítimas era coroinha da igreja e foi batizada, aos 13 anos, pelo padre, que também foi o padrinho de batismo. A partir do batizado, "O padre passou a aliciá-la e tocá-la em suas partes íntimas em troca de presentes como sorvetes, chocolates e passeios", conforme relatou a vítima, hoje com 19 anos, à polícia.
O EXTRA teve acesso a um vídeo, feito pela vítima, que mostra Emilson fazendo sexo com uma adolescente em plena casa paroquial. Segundo a vítima, que armou a situação para denunciar o padre, a garota teria 15 anos.
A denúncia foi levada à delegacia pelo pai das meninas. Segundo ele, foi sua ex-mulher que flagrou a filha mais velha discutindo com o padre. Na ocasião, ela revelou à mãe que se relacionava sexualmente com o padrinho.
- Quando soube que minha filha mais velha estava sendo abusada, perguntei à mais nova se havia ocorrido algo com ela. Ela disse que durante um passeio a um sítio, quando tinha sete anos, o padre tocou em sua partes íntimas - contou ele.
Envolvimento emocional
Em petição enviada à delegacia, Emilson confessa ter mantido relações sexuais com a mais velha das duas irmãs, mas só a partir de quando ela completou 18 anos. Segundo o texto, ele "se sentiu envolvido emocionalmente" com a menina.
A delegada Marta Dominguez, que abriu o inquérito, explica que a denúncia só leva em consideração o estupro da irmã mais nova. Segundo ela, o caso da outra menina não se enquadra no crime: a vítima já tem mais de 14 anos, e não ficou provado que houve ameaça.
Sacerdote é suspenso pela Arquidiocese
Diante da denúncia, a Arquidiocese de Niterói informa que decidiu pela "suspensão temporária do sacerdote". Atualmente, o padre não é responsável por nenhuma paróquia. O órgão também alegou, em nota, que a acusação está sendo investigada e que "o próprio sacerdote levou a denúncia ao conhecimento do Ministério Público, para que apure a veracidade ou não da mesma".
A delegada Marta Dominguez disse que só aguarda um depoimento do pai das vítimas para encerrar o inquérito. O padre foi procurado em quatro números de telefone - inclusive aqueles citados em seu depoimento - mas não foi encontrado.
‘Pode haver estupro, mesmo sem sexo’, diz delegada Marta Dominguez
Qual denúncia será oferecida ao Ministério Público?
Ainda falta fechar o inquérito. Quero ouvir o pai das vítimas mais uma vez. Mas, em relação à irmã mais nova, houve estupro de vulnerável. No caso da mais velha, não é possível enquadrá-lo no crime.
Por quê?
Não há nenhuma prova que o padre tenha ameaçado ou violentado ela. Sem contar que ela afirma, em depoimento, ter filmado o padre fazendo sexo com ela quando já tinha mais de 18 anos.
O padre compareceu à delegacia para depôr?
Ele não depôs, mas no dia 12 de dezembro enviou uma petição confessando que havia feito sexo com a irmã mais velha, mas só quando ela já era maior, depois de 2012.
Ele pode ter feito sexo com a irmã mais nova?
Ela fez exame de corpo de delito e, no resultado, comprovou-se que ela ainda é virgem. Mas o relato da menina, em que ela afirma que o padre tocou em suas partes íntimas, já basta para a concretização do crime.
O flagrante
O pai das vítimas, em depoimento, diz que armou com a filha o flagrante do padre: ele afirma que "determinou que sua filha mantivesse relação sexual com o acusado e filmasse com o telefone celular".
A filmagem
No vídeo, filmado pela vítima, já com 19 anos, uma menina faz sexo com o padre na casa paroquial, nos fundos da igreja. Ao fundo, é possível ver uma reprodução da Santa Ceia. Segundo o denunciante, a menina que aparece no vídeo teria 15 anos.
A confissão
O pai das duas vítimas afirmou, em depoimento, que, no dia 22 de novembro do ano passado, chamou o padre em sua casa e, exigindo explicações, mostrou o vídeo. Ele relata que, na ocasião, o padre pediu perdão.
Na Arquidiocese
Em seu depoimento à polícia, o pai das vítimas também conta que levou o vídeo ao arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias para que fossem tomadas providências em relação ao caso. Segundo o relato, o arcebispo estava acompanhado de dois advogados na ocasião. No final do diálogo, na saída da Arquidiocese, o pai afirma que "percebeu que estava sendo seguido por dois homens que se encontravam no local".
No Vaticano
Segundo o jornal italiano "La Repubblica", o Papa Bento XVI, que já anunciou sua renúncia para o mês de março, teria decido deixar a Igreja depois de receber um dossiê de mais de 300 páginas com detalhes de práticas de corrupção, promiscuidade e o mapeamento de uma rede de prostituição homossexual dentro do Vaticano.
VatiLeaks
Em janeiro de 2012, partes do documento já haviam sido roubados no episódio conhecido como VatiLeaks. A expressão é uma comparação com o fenômeno Wikileaks.