domingo, 28 de agosto de 2011

Repórter da revista Veja é flagrado em atividade criminosa contra mim


Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.


O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.


O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.

A revista não parou por aí.



O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto "documentos relevantes". Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome.  O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.


Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the World tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.


No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.

Invasão de privacidade



O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide. Pereira fez três perguntas:


1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?


2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?


3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?


Preparação de uma farsa


Soube, por diversas fontes, que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.


Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.


Confira abaixo as imagens do B.O. em detalhes; para ler os documentos em pdf clique nas imagens:



sábado, 27 de agosto de 2011

O recurso de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)


Joaquim Barbosa perde relatoria de processos no STF


Por Rodrigo Haidar

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, tirou da relatoria do ministro Joaquim Barbosa os recursos de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e de Jader Barbalho (PMDB-PA) contra a Lei da Ficha Limpa. A decisão foi tomada na última segunda-feira (22/8). Os processos foram redistribuídos para o ministro Ricardo Lewandowski, revisor de Joaquim Barbosa.

O motivo para a redistribuição dos recursos foi o longo período de licença médica do ministro Joaquim Barbosa. Com a decisão do Supremo de que a aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10) só vale a partir das eleições de 2012, os dois políticos aguardam o desfecho de seus recursos no Supremo para tomar posse nos cargos de senador.
Cássio Cunha Lima somou mais de um milhão de votos na Paraíba nas eleições de 2010, mas estava com o registro indeferido por conta da Lei da Ficha Limpa. Por isso, tomaram posse como senadores pelo estado Vitalzinho, com 869 mil votos, e Wilson Santiago, escolhido por 820 mil eleitores. Os dois senadores são do PMDB.
No Pará, Jader Barbalho foi o segundo candidato mais votado, com 1,79 milhão de votos. O primeiro foi Flexa Ribeiro (PSDB), com 1,81 milhão. Atrás de Jader ficaram Paulo Rocha (PT), com 1,73 milhão de votos, e Marinor Brito (PSOL), que teve 727 mil. É Marinor quem hoje exerce a segunda vaga do Senado destinada ao estado do Pará, porque Jader e Rocha tiveram os registros indeferidos antes das eleições.
O ministro Peluso baseou sua decisão para redistribuir os recursos no Regimento Interno do Supremo. A substituição nos casos de ausência foi criada pela Emenda Regimental 42/2010, aprovada no ano passado. De acordo com a norma, o relator é substituído pelo revisor ou pelo ministro imediato em antiguidade "na vacância, nas licenças ou ausências em razão de missão oficial, de até trinta dias, quando se tratar de deliberação sobre medida urgente".
No caso de Cássio Cunha Lima, o ministro Joaquim Barbosa acolheu recurso do candidato em maio e reformou a decisão que havia rejeitado sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. Mas seus adversários recorreram da decisão com Agravos de Instrumento. Até o julgamento dos agravos, que só podem ser julgados pelo Plenário do STF e têm de ser levados pelo relator, Cunha Lima não pode tomar posse.
No despacho em que determina a redistribuição do recurso do político paraibano, atendendo ao pedido do advogado José Eduardo Alckmin, que representa Cássio Cunha Lima e Jader Barbalho, Peluso registra que os agravos foram apresentados em mesa para julgamento no dia 3 de junho.
Como o ministro Joaquim Barbosa saiu de licença médica em 15 de junho e ainda não voltou ao tribunal, o presidente do Supremo entendeu que existe "risco de grave dano ao direito do ora recorrente (Cássio Cunha Lima), no exercício da função parlamentar, da qual ainda se encontra afastado, sem perspectiva de posse próxima, desde o provimento de seu recurso extraordinário, em 2 de maio".
Na decisão que determinou a redistribuição do recurso de Jader Barbalho para o ministro Ricardo Lewandowski, os fundamentos foram os mesmos. O risco de dano irreparável pelo fato de o candidato ter obtido votos suficientes para se eleger, mas ainda estar afastado do Congresso Nacional sem previsão do julgamento de seu recurso por conta da licença médica do ministro Joaquim Barbosa.
O ministro Joaquim Barbosa saiu de licença médica em 15 de junho para se submeter a uma cirurgia no quadril. A licença terminou em 4 de julho e não foi renovada por conta do recesso do Supremo e dos tribunais superiores. Em julho, os tribunais não fazem sessões e o presidente fica de plantão para decidir apenas os casos urgentes.
Em 1º de agosto, o ministro renovou a licença por 30 dias. Sua volta é prevista para 1º de setembro. No ano passado, Barbosa ficou afastado do tribunal por quase três meses para tratar as dores crônicas que sente na coluna.

Redistribuição contestada
A coligação Paraíba Unida, que fez oposição a Cunha Lima nas eleições, entrou com recurso contra a substituição de Barbosa por Lewandowski nesta quarta-feira (24/8). No Agravo oposto contra o despacho do presidente Peluso, o advogado da coligação, Michel Saliba, argumenta que não há qualquer alteração substancial no andamento do processo que "enseje medida açodada" já que Joaquim Barbosa "retornará às atividades em 1º de setembro próximo".

"Não há no curso destes autos principais qualquer anormalidade ou quebra de fluxo processual que autorize a retirada do processo da presidência do eminente ministro Joaquim Barbosa", afirma Saliba. De acordo com o advogado, a redistribuição não poderia ter sido feita porque não há qualquer medida de caráter urgente a ser decidida nos agravos. "Não havendo pedido de liminar, não há se falar em redistribuição do processo principal", sustenta.
No Agravo contra a decisão de Peluso, Michel Saliba registra que desde 28 de janeiro, o tribunal já analisou cinco pedidos de liminar que requeriam a posse imediata de Cássio Cunha Lima. E negou os cinco. Dois pedidos foram rejeitados pelo próprio Joaquim Barbosa porque os agravos já estavam prontos para julgamento em Plenário. Um dos pedidos, em Ação Cautelar, foi rejeitado pelo ministro Ricardo Lewandowski. Outros dois pedidos de liminar foram rejeitados pelo próprio presidente do Supremo, argumenta o advogado da coligação.
A coligação ainda sugere que há outros processos mais importantes que mereceriam redistribuição, antes de se tirar da relatoria do ministro Joaquim Barbosa o caso de Cássio Cunha Lima: "Com todo o respeito, o que seria efetivamente mais urgente o julgamento de um ex-governador já condenado por captação ilícita de sufrágios e abuso do poder econômico, ou de um réu preso cautelarmente, que aguarda há mais de ano para ver seu Habeas Corpus julgado? Indagação que se faz, com todo o respeito, calcado em dados disponíveis no sistema de acompanhamento processual desse Pretório Excelso."
Por se tratar de um Agravo, o recurso contra a redistribuição dos processos também deve ser julgado pelo Plenário do Supremo. As próximas sessões do plenário estão marcadas para quarta e quinta-feira da próxima semana, dias 31 de agosto e 1º de setembro. De acordo com a assessoria do Supremo, troca de relatoria é definitiva. Ou seja, não os processos não voltam para o ministro Joaquim Barbosa ainda que ele retorne ao tribunal na data prevista, em 1º de setembro. Os processos só voltam para o ministro caso o plenário julgue procedente o recurso apresentado pela coligação Paraíba Unida.
A advogada Luciana Lóssio, que representa o vereador Bivar de Souza Duda (PT), da Câmara Municipal de Santa Luzia, adversário político de Cássio Cunha Lima, já havia contestado o pedido de redistribuição com o argumento de que o recurso tramita com celeridade, em perfeita atenção ao princípio constitucional da razoável duração do processo. A advogada espera ser intimada para contestar a troca de relator do caso.
Fonte: Consultor Jurídico

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Igreja Universal colocará fieis devedores no SPC e SERASA


Medida foi tomada pelos Bispos para reduzir a inadimplência no pagamento do dízimo
A Igreja Universal vai enviar para o SPC/SERASA os fieis que estão com o pagamento do dízimo em atraso. A medida tomada pelos bispos com o objetivo de reduzir a inadimplência por parte dos fiéis. O departamento de finanças e arrecadação da Igreja, não informou a quantidade de inadimplentes, mas estimasse que os maus pagadores estão causando um prejuízo mensal de quase 1 bilhão de reais.

Quem estiver devendo o dízimo e não quiser ter o nome incluso no SPC ou SERASA, deve entrar em contato com a Universal para renegociar a dívida, podendo parcelar no cartão de crédito o débito, com uma baixa taxa de juros de 72% ao mês.

Além da inclusão dos devedores no SPC e SERASA, a diretoria financeira pretende também cobrar multa, de rescisão de contrato, caso um fiel troque a Universal por outra igreja.

José da Silva Rodrigues Pimenta Pereira, disse que acha justa a medida da Universal, pois vai fazer com que os fieis sejam pontuais com o dinheiro de Deus. “Eu ganho 500 reais, e pago 200 reais pra Universal, nunca atrasei um pagamento, e tem gente que ganha muito mais que eu e atrasa, não acho justo, a Universal tem que tomar uma medida mesmo”, disse José ao repórter de G17.


 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sarney sobre o helicóptero: 'Não prejudicou ninguém'



Alguma coisa subiu à cabeça do tetrapresidente do Senado. José Sarney parece convencido de que Lula falava sério quando disse que ele “não é uma pessoa comum.”
Pilhado utilizando helecóptero da PM do Maranhão para viagens de passeio à ilha de Curupu, de sua propriedade, Sarney reagiu como autêntico incomum.
Absteve-se de dizer se sabia que, numa de suas viagens, o desembarque da bagagem retardou o socorro de um pedreiro com traumatismo craniano e fratura na clavícula.
“Não prejudicou ninguém”, limitou-se a dizer. Em seguida, acrescentou: "Eu estou como chefe do Poder Legislativo…”
Sim, e daí? “Eu tenho direito a transporte e segurança em todo o país; de representação, não somente a serviço."
Heimm!?!?! "O presidente [da República] não é chefe de um poder? Aonde ele vai, ele não tem direito a transporte, segurança pública? Eu também sou chefe."
Político há cinco décadas, Sarney amealhou fortuna. Dinheiro para o aluguel de helicópteros não lhe falta. Sobrevoa o bolso do contribuinte por convicção.
Acha que os brasileiros comuns têm a obrigação de proporcionar-lhe todos os prazeres que o dinheiro público puder proporcionar.
Sarney, por incomum, é 100% bancado pelo deficit público.
- Foto de Fábio Pozzebom, da Agência Brasil e Coluna do Josias.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

As próprias pedras gritarão


Este é o depoimento de um preso político, frei Tito de Alencar Lima, 24 anos. Dominicano. (redigido por ele mesmo na prisão). Este depoimento escrito em fevereiro de 1970 saiu clandestinamente da prisão e foi publicado, entre outros, pelas revistas Look e Europeo.
Fui levado do presídio Tiradentes para a "Operação Bandeirantes", OB (Polícia do Exército), no dia 17 de fevereiro de 1970, 3ª feira, às 14 horas. O capitão Maurício veio buscar-me em companhia de dois policiais e disse: "Você agora vai conhecer a sucursal do inferno". Algemaram minhas mãos, jogaram me no porta-malas da perua. No caminho as torturas tiveram início: cutiladas na cabeça e no pescoço, apontavam-me seus revólveres.
Preso desde novembro de 1969, eu já havia sido torturado no DOPS. Em dezembro, tive minha prisão preventiva decretada pela 2ª auditoria de guerra da 2ª região militar. Fiquei sob responsabilidade do juiz auditor dr Nelson Guimarães. Soube posteriormente que este juiz autorizara minha ida para a OB sob “garantias de integridade física”.
Ao chegar à OB fui conduzido à sala de interrogatórios. A equipe do capitão Maurício passou a acarear-me com duas pessoas. O assunto era o Congresso da UNE em Ibiúna, em outubro de 1968. Queriam que eu esclarecesse fatos ocorridos naquela época. Apesar de declarar nada saber, insistiam para que eu “confessasse”. Pouco depois levaram me para o “pau-de-arara”. Dependurado nu, com mãos e pés amarrados, recebi choques elétricos, de pilha seca, nos tendões dos pés e na cabeça. Eram seis os torturadores, comandados pelo capitão Maurício. Davam-me "telefones" (tapas nos ouvidos) e berravam impropérios. Isto durou cerca de uma hora. Descansei quinze minutos ao ser retirado do "pau-de-arara". O interrogatório reiniciou. As mesmas perguntas, sob cutiladas e ameaças. Quanto mais eu negava mais fortes as pancadas. A tortura, alternada de perguntas, prosseguiu até às 20 horas. Ao sair da sala, tinha o corpo marcado de hematomas, o rosto inchado, a cabeça pe sada e dolorida. Um soldado, carregou-me até a cela 3, onde fiquei sozinho. Era uma cela de 3 x 2,5 m, cheia de pulgas e baratas. Terrível mau cheiro, sem colchão e cobertor. Dormi de barriga vazia sobre o cimento frio e sujo.
Na quarta-feira fui acordado às 8 h. Subi para a sala de interrogatórios onde a equipe do capitão Homero esperava-me. Repetiram as mesmas perguntas do dia anterior. A cada resposta negativa, eu recebia cutiladas na cabeça, nos braços e no peito. Nesse ritmo prosseguiram até o início da noite, quando serviram a primeira refeição naquelas 48 horas: arroz, feijão e um pedaço de carne. Um preso, na cela ao lado da minha, ofereceu-me copo, água e cobertor. Fui dormir com a advertência do capitão Homero de que no dia seguinte enfrentaria a “equipe da pesada”.
Na quinta-feira três policiais acordaram-me à mesma hora do dia anterior. De estômago vazio, fui para a sala de interrogatórios. Um capitão cercado por sua equipe, voltou às mesmas perguntas. "Vai ter que falar senão só sai morto daqui", gritou. Logo depois vi que isto não era apenas uma ameaça, era quase uma certeza. Sentaram-me na "cadeira do dragão" (com chapas metálicas e fios), descarregaram choques nas mãos, nos pés, nos ouvidos e na cabeça. Dois fios foram amarrados em minhas mãos e um na orelha esquerda. A cada descarga, eu estremecia todo, como se o organismo fosse se decompor. Da sessão de choques passaram-me ao "pau-de-arara". Mais choques, pauladas no peito e nas pernas a cada vez que elas se curvavam para aliviar a dor. Uma hora depois, com o corpo todo ferido e sangrando, desmaiei. Fui desamarrado e reanimado. Conduziram-me a outra sala dizendo que passariam a carga elétrica para 230 volts a fim de que eu falasse "antes de morrer". Não cheg aram a fazê-lo. Voltaram às perguntas, batiam em minhas mãos com palmatória. As mãos ficaram roxas e inchadas, a ponto de não ser possível fechá-las. Novas pauladas. Era impossível saber qual parte do corpo doía mais; tudo parecia massacrado. Mesmo que quisesse, não poderia responder às perguntas: o raciocínio não se ordenava mais, restava apenas o desejo de perder novamente os sentidos. Isto durou até às 10 h quando chegou o capitão Albernaz.
"Nosso assunto agora é especial", disse o capitão Albernaz, ligou os fios em meus membros. "Quando venho para a OB - disse - deixo o coração em casa. Tenho verdadeiro pavor a padre e para matar terrorista nada me impede... Guerra é guerra, ou se mata ou se morre. Você deve conhecer fulano e sicrano (citou os nomes de dois presos políticos que foram barbaramente torturados por ele), darei a você o mesmo tratamento que dei a eles: choques o dia todo. Todo "não" que você disser, maior a descarga elétrica que vai receber". Eram três militares na sala. Um deles gritou: "Quero nomes e aparelhos (endereços de pessoas)". Quando respondi: "não sei" recebi uma descarga elétrica tão forte, diretamente ligada à tomada, que houve um descontrole em minhas funções fisiológicas. O capitão Albernaz queria que eu dissesse onde estava o Frei Ratton. Como não soubesse, levei choques durante quarenta minutos.
Queria os nomes de outros padres de São Paulo, Rio e Belo Horizonte "metidos na subversão". Partiu para a ofensa moral: "Quais os padres que têm amantes? Por que a Igreja não expulsou vocês? Quem são os outros padres terroristas?". Declarou que o interrogatório dos dominicanos feito pele DEOPS tinha sido "a toque de caixa" e que todos os religiosos presos iriam à OB prestar novos depoimentos. Receberiam também o mesmo "tratamento". Disse que a "Igreja é corrupta, pratica agiotagem, o Vaticano é dono das maiores empresas do mundo". Diante de minhas negativas, aplicavam-me choques, davam-me socos, pontapés e pauladas nas costas. À certa altura, o capitão Albernaz mandou que eu abrisse a boca "para receber a hóstia sagrada". Introduziu um fio elétrico. Fiquei com a boca toda inchada, sem poder falar direito. Gritaram difamações contra a Igreja, berraram que os padres são homossexuais porque não se casam. Às 14 horas encerraram a sessão. Carregado, voltei à cela onde fiquei estirado no chão.
Às 18 horas serviram jantar, mas não consegui comer. Minha boca era uma ferida só. Pouco depois levaram-me para uma "explicação". Encontrei a mesma equipe do capitão Albernaz. Voltaram às mesmas perguntas. Repetiram as difamações. Disse que, em vista de minha resistência à tortura, concluíram que eu era um guerrilheiro e devia estar escondendo minha participação em assaltos a bancos. O "interrogatório" reiniciou para que eu confessasse os assaltos: choques, pontapés nos órgãos genitais e no estomago palmatórias, pontas de cigarro no meu corpo. Durante cinco horas apanhei como um cachorro. No fim, fizeram-me passar pelo "corredor polonês". Avisaram que aquilo era a estréia do que iria ocorrer com os outros dominicanos. Quiseram me deixar dependurado toda a noite no "pau-de-arara". Mas o capitão Albernaz objetou: "não é preciso, vamos ficar com ele aqui mais dias. Se não falar, será quebrado por dentro, pois sabemos fazer as coisas sem deixar marcas visíveis". "Se sobreviver, jamais esquecerá o preço de sua valentia".
Na cela eu não conseguia dormir. A dor crescia a cada momento. Sentia a cabeça dez vezes maior do que o corpo. Angustiava-me a possibilidade de os outros padres sofrerem o mesmo. Era preciso pôr um fim àquilo. Sentia que não iria aguentar mais o sofrimento prolongado. Só havia uma solução: matar-me.
Na cela cheia de lixo, encontrei uma lata vazia. Comecei a amolar sua ponta no cimento. O preso ao lado pressentiu minha decisão e pediu que eu me acalmasse. Havia sofrido mais do que eu (teve os testículos esmagados) e não chegara ao desespero. Mas no meu caso, tratava-se de impedir que outros viessem a ser torturados e de denunciar à opinião pública e à Igreja o que se passa nos cárceres brasileiros. Só com o sacrifício de minha vida isto seria possível, pensei. Como havia um Novo Testamento na cela, li a Paixão segundo São Mateus. O Pai havia exigido o sacrifício do Filho como prova de amor aos homens. Desmaiei envolto em dor e febre.
Na sexta-feira fui acordado por um policial. Havia ao meu lado um novo preso: um rapaz português que chorava pelas torturas sofridas durante a madrugada. O policial advertiu-me: "o senhor tem hoje e amanhã para decidir falar. Senão a turma da pesada repete o mesmo pau. Já perderam a paciência e estão dispostos a matá-lo aos pouquinhos". Voltei aos meus pensamentos da noite anterior. Nos pulsos, eu havia marcado o lugar dos cortes. Continuei amolando a lata. Ao meio-dia tiraram-me para fazer a barba. Disseram que eu iria para a penitenciária. Raspei mal a barba, voltei à cela. Passou um soldado. Pedi que me emprestasse a "gillete" para terminar a barba. O português dormia. Tomei a gillete. Enfiei-a com força na dobra interna do cotovelo, no braço esquerdo. O corte fundo atingiu a artéria. O jato de sangue manchou o chão da cela. Aproximei-me da privada, apertei o braço para que o sangue jorrasse mais depressa. Mais tarde recobrei os sentidos num leito do pron to-socorro do Hospital das Clínicas. No mesmo dia transferiram-me para um leito do Hospital Militar. O Exército temia a repercussão, não avisaram a ninguém do que ocorrera comigo. No corredor do Hospital Militar, o capitão Maurício dizia desesperado aos médicos: "Doutor, ele não pode morrer de jeito nenhum. Temos que fazer tudo, senão estamos perdidos". No meu quarto a OB deixou seis soldados de guarda.
No sábado teve início a tortura psicológica. Diziam: "A situação agora vai piorar para você, que é um padre suicida e terrorista. A Igreja vai expulsá-lo". Não deixavam que eu repousasse. Falavam o tempo todo, jogavam, contavam-me estranhas histórias. Percebi logo que, a fim de fugirem à responsabilidade de meu ato e o justificarem, queriam que eu enlouquecesse.
Na segunda noite recebi a visita do juiz auditor acompanhado de um padre do Convento e um bispo auxiliar de São Paulo. Haviam sido avisados pelos presos políticos do presídio Tiradentes. Um médico do hospital examinou-me à frente deles mostrando os hematomas e cicatrizes, os pontos recebidos no hospital das Clínicas e as marcas de tortura. O juiz declarou que aquilo era "uma estupidez" e que iria apurar responsabilidades. Pedi a ele garantias de vida e que eu não voltaria à OB, o que prometeu.
De fato fui bem tratado pelos militares do Hospital Militar, exceto os da OB que montavam guarda em meu quarto. As irmãs vicentinas deram-me toda a assistência necessária Mas não se cumpriu a promessa do juiz. Na sexta-feira, dia 27, fui levado de manhã para a OB. Fiquei numa cela até o fim da tarde sem comer. Sentia-me tonto e fraco, pois havia perdido muito sangue e os ferimentos começavam a cicatrizar-se. À noite entregaram-me de volta ao Presídio Tiradentes.
É preciso dizer que o que ocorreu comigo não é exceção, é regra. Raros os presos políticos brasileiros que não sofreram torturas. Muitos, como Schael Schneiber e Virgílio Gomes da Silva, morreram na sala de torturas. Outros ficaram surdos, estéreis ou com outros defeitos físicos. A esperança desses presos coloca-se na Igreja, única instituição brasileira fora do controle estatal-militar. Sua missão é: defender e promover a dignidade humana. Onde houver um homem sofrendo, é o Mestre que sofre. É hora de nossos bispos dizerem um BASTA às torturas e injustiças promovidas pelo regime, antes que seja tarde.
A Igreja não pode omitir-se. As provas das torturas trazemos no corpo. Se a Igreja não se manifestar contra essa situação, quem o fará? Ou seria necessário que eu morresse para que alguma atitude fosse tomada? Num momento como este o silêncio é omissão. Se falar é um risco, é muito mais um testemunho. A Igreja existe como sinal e sacramento da justiça de Deus no mundo
"Não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio. Fomos maltratados desmedidamente, além das nossas forças, a ponto de termos perdido a esperança de sairmos com vida. Sentíamos dentro de nós mesmos a sentença de morte: deu-se isso para que saibamos pôr a nossa confiança, não em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos" (2Cor, 8-9).
Faço esta denúncia e este apelo a fim de que se evite amanhã a triste notícia de mais um morto pelas torturas.
Frei Tito de Alencar Lima, OPFevereiro de 1970


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O VAREIRO


O TRANSPORTE de cargas, no Parnaíba, é feito em barcas de grande largura e pequena profundidade. Embarcações para os rios de pouca água, chamam estas a atenção do viajante para a solução que os armadores fluviais encontram, com elas, para o seu problema comercial. De ferro ou de madeira, fabricadas nos estaleiros ingleses ou saídas das oficinas caboclas, nas cidades ribeirinhas, dão elas a ideia de icebergs escu­ros, descendo, ou subindo, a correnteza morena. Para compensar a falta de espaço no bojo raso, exageram os proprietários o seu carregamento no sentido da altura. As bordas da barca não saem d’água senão uns quatro dedos, no centro, e apenas uns trinta centímetros, na popa e na proa. Mas a montanha de couros, de sacas de algodão, de cera de carnaúba e de outros produtos da região eleva-se quatro, cinco, às vezes seis metros, acima do nível do rio. A embarcação desaparece quase, dando a impressão de que a sua carga viaja sozinha, rumo ao litoral. E o mesmo acontece quando sobe, levando os produtos da indústria civilizada para o conforto precário dos homens do alto sertão.
O que caracteriza esse gênero de transporte primitivo é, todavia, a força que o aciona. Força humana. Braço de caboclo. Músculo de negro. Energia de homem branco embrutecido pela pobreza. Mas é preciso con­templar estes heróis obscuros e anônimos na sua faina, para admirá-los. De um lado e de outro da barca, orlando a montanha de carga, estende-se um pequeno caminho de dois palmos de largura, e que vai do convés da proa ao da popa. É o caminho do vareiro. É a passagem dos tripulantes de bronze ou de ônix, que, com a robustez hercúlea do seu peito, levam aquelas toneladas de carga, no valor de centenas de contos, de Floriano a Parnaíba, rio abaixo, ou de Parnaíba a Floriano, rio acima, através centenas de léguas, vencidas penosamente.
Seminus, tendo apenas, entre a cintura e a coxa, um calção de zuarte ou de estopa, molambo que os mendigos recusariam, resto de uma calça ou de um saco, a musculatura à mostra, o vareiro é o pária soturno e heroi­co daquelas paragens. Dante não imaginou, jamais, para os seus réprobos, um círculo do Inferno em que se registasse a pena daquele suplício calado. Três, quatro, de cada lado da barca, munido cada um de uma vara que mede seis ou sete metros, e tão sólida que o seu peso é, já, suficiente carga para um homem, os vareiros vão, lentamente, passo a passo, um distante do outro, até à tolda da proa, e firmam a vara no fundo do rio. Fixam, em seguida, a parte superior, no músculo do peito, acolchoado de carne calejada pela constância do exercício. E, firmando-se aí, vergados para a frente, apoiados na vara, cuja maior parte mergulha na água, começam a caminhar vagarosamente, o passo medido, pela borda da barca, no rumo da popa. Eles caminham para trás, como quem volta para o lugar de onde veio. A embarcação caminha para a frente, avançando sempre. Cada passo que eles dão, regressando, a barca, na ascensão pesada, rio acima, conquista outro, para diante. Chegados à popa, retiram da profundidade a vara em que se apoiavam. Dirigem-se, de novo, para a proa. E, de novo, repetem a caminhada vagarosa e monótona, fazendo sempre o mesmo passo, na­queles quinze ou vinte metros do convés estreito. Ea embarcação sobe o Parnaíba, de modo quase imperceptível. A água, na sua viagem para o oceano, chia docemente na proa de madeira ou de ferro, que a corta com preguiça. Cada palmo de caminho fluvial vencido custa o esforço de seis ou oito peitos musculosos e nus, em que se fixam as varas, entrando pela carne. 
O trabalho do vareiro não pode ser mais triste, mais monótono. As tábuas, ou o ferro, em que pisa, são sempre os mesmos. E sempre o mesmo caminho que faz, movendo os seus passos vagarosos e medidos. A margem do rio modifica-se, é verdade. Mas, além de ser o rio sempre o mesmo, para vencer um estirão são necessárias duas horas. Ele sobe, assim, o Parnaíba, caminhando para trás. O rio todo, de Amarração ao último ponto navegável, quatrocentos quilômetros acima, é medido, desse modo, dezenas de vezes, pelo seu passo. É esse, no mundo, o seu castigo. Foi essa, no berço, por ter nascido nas proximidades do rio, a sua conde¬nação.
E essa faina não é apenas diurna. Sendo longa a viagem, que demora às vezes um mês, é preciso empurrar a embarcação dia e noite. E, assim, o vareiro lá está no seu posto, fazendo o seu pequeno caminho sobre o estreito passadiço de tábuas ou de ferro, à chuva e ao sol, sob a tempesta¬de, tiritando de frio ou sob a canícula, o dorso estalando às chicotadas de fogo do céu. O dia morre. Surgem as estrelas. E o vareiro, curvado sobre a vara cravada no rio, marcha, vagaroso, fazendo, solitário, viagens de cen¬tenas de léguas, naquele caminho que não mede uma centena de passos. Às vezes, canta baixinho, em toada triste, uma cantiga saudosa e dorida, que trouxe do seu povoado ribeirinho. Quase sempre, porém, a sua can¬ção é apenas um gemido, um lamento longo, a expressão de um esforço de músculos. Atira a vara ao rio. Finca-a na areia. Firma o peito na outra extremidade. E grita, soturno e magoado:
– U-u-u-u-êêêôi...
E continua a caminhar em silêncio, no rumo da popa.
Na descida, com as águas baixas, o trabalho é quase o mesmo. A água não tem força para carregar a barca, e é preciso que o vareiro a auxi¬lie, pelo canal estreito e traiçoeiro. No inverno, porém, é menor o trabalho, mas é maior o perigo. A água, impetuosa e vermelha, trazendo na viagem o barro de todas as ribanceiras lambidas e desmoronadas na passagem, tem a velocidade das torrentes. Carregada pelo rio, a barca se precipita, como se quisesse chegar mais depressa que ele. O vareiro não tem o traba¬lho de empurrá-la, de impeli-la; mas tem a defendê-la. Na velocidade com que desce os estirões, a embarcação vem, nas curvas do rio, de encontro às margens. E, então, é a vez do vareiro impedir o choque: lança a vara de encontro à ribanceira, ou ao fundo da água. Avara curva-se, à correnteza; às vezes, porém, o ergue no ar, suspende-o, atirando-o, como um boneco esfarrapado e sujo, sobre a montanha de carga. O vareiro vomita sangue. Faz mais uma ou duas viagens. Emagrece. A febre, que o visitava cada ano, torna-se a sua companheira de cada dia. Desembarca, para curar-se. Toma um ou dois remédios caseiros. Sustenta-se com as esmolas que lhe dão, no povoado em que agoniza. E morre, indo fecundar com a sua carne mortificada, ou com os seus ossos, as ribanceiras do rio, que as águas avolumadas cobrirão nas enchentes do próximo inverno.
Assim vive, preso à sua vara, empurrando a sua barca rio acima, ou defendendo-a, rio abaixo, o vareiro do Parnaíba. E assim morre. Assim vivo eu, preso à minha pena. E assim morrerei.
– U-u-u-u-ôôôôi...



domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos Pais


Dia dos Pais



                                      Ivaldo Gomes



Eles são assim,
Estão sempre ocupados.
Ocupam-se pra cumprir
Ocupações.

Estão bem ali mesmo ausentes.

A memória de pai/mãe,
Na gente,
É eterna.

Há sempre quem pergunte
Quem é meu pai?
Quem é minha mãe?

Pais são os de sempre.
E para sempre,
Enquanto dure.

Pais...

E se você está lendo isso,
É porque você teve dois.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Curso Rápido de Gramática


Filho da puta é adjunto adnominal, quando a frase for:
''Conheci um tucano filho da puta".
Se a frase for: "O político é um filho da puta", daí, é predicativo.

Agora, se a frase for: "Esse filho da puta é um político", é sujeito.
Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz:
"Agora nega o roubo, filho da puta!" - daí é vocativo.
Finalmente, se a frase for:
 "O ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, aquele filho da puta, desapareceu com o dinheiro das privatizações" daí, é aposto.
Que língua a nossa, não?!

COMPLETANDO:
Se estiver escrito: "Saiu da presidência em janeiro." O filho da puta é sujeito oculto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Farinha de feijão Branco

As propriedades do feijão branco colocaram este alimento na lista dos mais procurados por quem quer perder peso ou enfrenta uma dieta restritiva. Mas porque esse alimento ganhou fama tão repentina? Sua farinha promete favorecer o emagrecimento e a redução dos níveis de açúcar no sangue. "A responsável é a proteína presente nesse feijão, a faseolamina, que inibe a absorção de glicose (amido) pelo organismo, sendo importante para o controle do diabetes", explica a nutricionista Renata Ramos, da Universidade Unisinos.

Entretanto, por ser uma proteína, a faseolamina é desnaturada quando cozida. Sendo assim, para aproveitar ao máximo os benefícios desse alimento, a melhor maneira de consumi-lo é na forma de farinha. Para obter essa consistência, após lavar e secar o feijão, bata-o no liquidificador, peneire e conserve em geladeira. 
Emagrece mesmo?

Os benefícios da farinha de feijão branco para a dieta estão relacionados, principalmente a quantidade de fibras que carrega. "As fibras são parte essencial do bom funcionamento do intestino e ajudam a dar uma maior sensação de saciedade, importante para o emagrecimento", explica a nutricionista da Unisinos, no Rio Grande do Sul. Além da farinha, Renata defende o consumo de todos os tipos de feijões, pois são ricos em fibras. "O feijão é uma das principais fontes de fibras encontrada no cardápio da dieta popular do brasileiro". "Considero o feijão melhor do que a soja, pois, apesar de não possuir as isoflavonas, ele é mais versátil e já caiu no gosto do brasileiro".  


Sem exagero

Mas até com esse alimento nutritivo é importante ter moderação. O ideal é que o preparado da farinha de feijão branco não seja consumido durante tempo indeterminado; a nutricionista recomenda uma ingestão por, no máximo, 30 a 40 dias e de apenas uma colher de café antes do almoço, diluída em uma pequena quantidade de água. "Isso porque o feijão cru tem toxinas, que em grandes quantidades podem ser prejudiciais à saúde, causando diarreias", diz Renata. Há pessoas que relatam ter tido um aumento das flatulências depois que começaram a ingerir a farinha". Outro ponto a ser observado por quem tem tendência a gases. Confira abaixo uma tabela comparativa entre o feijão branco e o carioquinha e algumas receitas à base de feijão branco sugeridas pela especialista.  

Feijão branco cozido com salFeijão carioca cozido com sal
NutrientesValor por 100 gNutrientesValor por 100 g
Calorias140kcalCalorias151kcal
Proteínas8,23gProteínas5,54g
Lipídeos0,62gLipídeos5,15g
Fibras10,5gFibras5,5g
Ferro2,36gFerro1,99g
Sódio237mgSódio422mg
Colesterol0mgColesterol5mg

Fonte: USDA Nutrient Database for Standard Reference 
Pão com farinha de feijão branco 

Ingredientes
10 colheres de farinha de trigo
3 colheres de farelo ou farinha de feijão-branco
6 colheres de água
1 colher de cafezinho de fermento
Uma pitada de sal e uma de açúcar

Modo de preparo
Misturar tudo até formar uma massa lisa. Colocar em uma forma e deixar descansar por 30 minutos. Depois disso, com a massa crescida, faça bolinhas, pincele com óleo de oliva e jogue um pouco de farinha de trigo por cima. Por último, faça um corte em forma de "x" no centro da bolinha e coloque no forno por mais ou menos 15 minutos. Forno deve ficar a 180ºC, forno médio.
Salada de feijão branco
Para preparar basta misturar os seguintes ingredientes:
Feijão-branco cozido
Tomate picado
Cebola picada
Pimentão picado
Molho vinagrete de limão
Azeite de oliva
Sal
Pimenta do reino

Molho Citronet para a salada 

Para cada três partes de óleo de oliva misture uma parte igual de suco de limão siciliano. Você pode colocar sal e pimenta a gosto. Misture bem e jogue sobre a salada.